quinta-feira, 27 de junho de 2013

SUS vai registrar casos de agressão por homofobia

 

O Ministério da Saúde vai tornar obrigatório o registro dos casos de violência por homofobia atendidos na rede pública de saúde. A iniciativa será aplicada a partir de agosto aos estados de Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e, em janeiro do próximo ano, será estendida ao restante do país. O anúncio da obrigatoriedade ocorreu nesta quinta-feira (27) durante o lançamento do Sistema Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (Sistema Nacional LGBT), pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Na ocasião também foi apresentado Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil em 2012, produzido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, considera que a obrigatoriedade da notificação será uma ferramenta importante de promoção e de garantia de direitos à comunidade LGBT. Segundo ele, o preenchimento de um formulário pelo profissional que realizou o atendimento vai tornar visível a dimensão real do problema da homofobia. “É fundamental conhecer a magnitude das violências que acometem esta população, identificando quem são as vítimas, quais os principais tipos de violências, locais de ocorrência, a motivação, a oportunidade do uso do nome social, dentre outras informações”, afirmou o ministro. Ele explicou que este conhecimento vai servir para a formulação e implementação de políticas públicas de enfrentamento às violências homofóbicas e políticas públicas de atenção e proteção à população LGBT.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) já registra os atendimentos de violência contra mulheres, idosos, crianças e adolescentes. O SINAN fornece subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área. A Lista de Notificação Compulsória (LNC) é composta por agravos e eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores.

Documento – O Relatório sobre Violência Homofóbica aponta que, em 2012, ocorreram 3.084 denúncias e 9.982 violações de direitos humanos relacionadas à identidade de gênero. Isso representa um crescimento significativo, se comparado ao ano anterior, quando foram registrados 1.159 casos de denúncias de violência e 6.809 violações de direitos. Também houve crescimento de 183% do registro de vítimas de violência por homofobia, subindo de 1713 para 4.851. A maioria das vítimas (61,16%) tinha idade entre 15 e 29 anos. O documento foi realizado a partir da base de dados do Disque Direitos Humanos, Central de Atendimento à Mulher e 136 da Ouvidoria do Ministério da Saúde.

“O crescimento no número de denúncias mostra a confiabilidade nos sistemas que estamos instituindo e produzindo no Brasil”, observou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. Segundo ela, o recebimento dessas acusações configura um passo importante porque resulta em atitudes. “Quando recebemos estas denúncias, temos que mover uma rede de proteção e atendimento às vítimas”, complementou a ministra.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, O enfrentamento à violência requer a ação conjunta de diversos setores: saúde, segurança pública, justiça, educação, assistência social. “O SUS vai fornecer dados seguros para que sejam formuladas políticas públicas eficientes, preservando a integridade desta população”, ressaltou o secretário.
Sistema Nacional LGBT – Para qualificar e ampliar o atendimento à população LGBT, familiares, amigos e vítimas da discriminação, além de potencializar ações nas áreas de direitos humanos, segurança pública e assistência social, foi criado o sistema Nacional LGBT. Pretende-se integrar todas as entidades existentes no país, mas que funcionam de forma desarticulada. também, e construir um tripé formado pelos conselhos, coordenadorias e planos estaduais e municipais LGBT.

Fonte: Fabiane Schmidt / Agência Saúde

Veja AMOR EM FRAGMENTOS no TEATRO SESI AMOREIRAS

AMOR EM FRAGMENTOS
DIA 28, SEXTA, ÀS 20H.
Não recomendado para menores de 16 anos - Teatro, Performance, Dança e Música - Duração: 60 min

Sinopse: Livre adaptação Amor em Fragmentos, inspirada no livro Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes, O espetáculo propõe a transposição da palavra para o corpo dos atores. Corpo móvel, imóvel, corpo expressivo, corpo fragmentado, corpo que dança, corpo de amor. Extrapolando o sentido semântico, a palavra ganha vida nas conexões entre os corpos e suas relações com o tempo e o espaço, criando as imagens desse discurso amoroso. O ator é um agente criador de imagens, é como um pincel em cena que por meio de ações desenha pelo espaço, e nesse movimento seu próprio corpo se torna uma imagem.


POR UMA ESTRELA
DIAS 29 E 30, SÁBADO E DOMINGO, ÀS 16H
Livre - Teatro de Formas Animadas - Duração: 50 min

Sinopse: Em uma linda história com muita poesia, o grupo conta a saga de um menino e uma menina que nascem no mesmo dia e crescem juntos numa pequena vila de pescadores, numa ilha no Norte brasileiro. Durante o dia, eles brincam na praia, mergulham para ver os peixes coloridos e constroem castelos de areia. Quando a noite chega, a brincadeira deles preferida é esperar, em silêncio e de olhos bem abertos, as estrela cadentes... Eles se tornam amigos verdadeiros. Um dia, a menina, agora adolescente, tem de ir embora, e o menino cresce sem esquecer sua grande amiga. Passa os dias solitário, não brinca mais. O olhar melancólico mira a imensidão do mar, numa espera inútil pela volta da jovem. Em suas noites vazias, fica a imaginar em qual das estrelas ela vive. Homem feito e, ainda assim, de frente para o mar, vasculha o horizonte, com o coração chorando de saudades. Ele não quer mais saber das estrelas cadentes, sua procura é por uma estrela. Uma bonita e poética história de amor, que emociona o público.
 

TEATRO SESI AMOREIRAS
(os ingressos devem ser retirados com 1 h de antecedência)
O Teatro SESI Campinas fica na Av. das Amoreiras, 450 Pq. Itália - Próximo ao Hospital Mário Gatti

DAMA DE ESPADA | Muito prazer, eu existo!!!


As travestis são um grupo de pessoas numa linha tênue: a da falência do binarismo de gênero. 
Por Janaina Lima



Quando fui gerada, ainda na barriga de mamãe, começou uma disputa por minha identidade: umas/uns diziam “será menininho”; outrxs, “será menininha”. Como ainda não tínhamos acesso ao ultrassom, as pessoas partiam a lançar possibilidades a partir de suas crenças, do tipo: “Olha a barriga pontuda”; “Vejam: caiu um garfo, será isso; caiu uma colher, será aquilo”; “Olha o formato da barriga”; “Olha, chuta como um jogar de futebol!!!”.

Só que, ao nascer, esqueceram suas crendices e olharam logo no meio das pernas: sim, nasci de parto natural, em casa, portanto várias pessoas esperavam para ver aquela criatura sair da barriga e vir ao mundo dos machos e fêmeas. E aquelas pessoas, que diziam tudo saber, viram meu escroto e comemoraram: é macho!

A partir daí começaram as especulações do que eu seria, mas com a certeza de que eu era um homem e, assim, teria grandes vantagens dentro da sociedade.

E foi assim que vim ao mundo com grandes perspectivas sobre minha identidade, mas também com várias limitações, porque, segundo o manual do binarismo de gênero – que até hoje não encontrei o maldito que escreveu! –, homem pode isso e não pode aquilo.

Mas aí, conforme fui crescendo, percebi que era diferente das demais crianças ao meu redor. Os meninos não me queriam em suas rodinhas porque diziam que eu era diferente deles, e o mesmo acontecia com as meninas, que não me reconheciam. Eles, porém, me apresentaram diversas identidades para que eu pudesse escolher uma, dentre elas: bichinha, boiola, baitola, fresco, viadinho, mariquinha, entre outras. Só sei que, por fim, quando atingi a adolescência, me passaram uma nova identidade: afirmaram que eu era GAY. E lá fui eu procurar os gays, para compreender o que de fato eu era. E eis que, para minha surpresa, os gays disseram que eu me comportava muito diferente deles e que era melhor eu procurar outra turma.
E lá fui eu tentar achar que turma era essa que eles diziam parecer comigo, porque, embora tivesse pênis, não me comportava como o macho provedor e poderoso da sociedade.

Eis que conheço um grupo de pessoas que estão em uma linha muito tênue: recusam o papel de macho, mas não aceitam o papel da fêmea submissa; estou falando desses seres que eu identifico como “a falência do binarismo de gênero”, conhecidas popularmente como TRAVESTIS.

Calma aí, não estou falando do travesti do dicionário, nem de uma pessoa louca por sexo; estou falando de uma figura emblemática, que coloca em questão o macho e a fêmea de nossa sociedade, que traz diversas interrogações acerca do que é ser feminino e masculino em nossas vivências.



Você conhece alguma travesti ao seu redor e que ainda não tenha passado pelo processo de higienização da sociedade? Porque, se ela passar e for corrompida, deixará de ser travesti e passará a ser uma transexual – com definição no CID 10 (Código Internacional de Doenças) porque algumas acreditam que, se assumindo assim, passam a ter o mínimo de cidadania garantida, o que é uma grande mentira pregada em nossa sociedade, porque ser homem ou mulher (transexual em nossa sociedade seria uma pessoa que nasceu em um corpo errado, mas se encaixa perfeitamente em um dos dois) não é garantia de cidadania. Se eu, você ou qualquer um que não tenha seus direitos respeitados quiser ter alguma garantia, terá que deixar o lado pouco confortável de vítima e partir para a luta, questionando as imposições de uma sociedade machista, sexista e misógina, impostas por um passado imperialista.

Muito prazer, eu existo e estou aqui para ajudar na transformação de uma sociedade mais justa e igualitária nos direitos das pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

 Janaina Lima é nascida no Nordeste e criada no Sudeste do Brasil. Ativista do movimento nacional de travestis e do Grupo Identidade, de Campinas (SP), não abre mão de questionar a forma como o binarismo de gênero oprime aquelxs que ousam transpassar o limite das imposições.

Fonte:

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Documentário: Povo de Santo

Balneário Camboriú realiza em agosto a 2a Semana da Diversidade


 












Balneário Camboriú, em Santa Catariana, sedia a 2ª Semana da Diversidade entre os dias 14 e 18 de agosto.

A programação inclui apresentação cultural, seminário educativo e passeios. A concentração da Parada, no dia 18, será na praça Almirante Tamandaré, na Avenida Atlântica, e o trajeto será até o Pontal Barra Norte. Para mais informações, acesse: www.semanadiversidadebc.com.br

Dicionário de Kimbundo / Português: Aprender o Kimbundo



 -Seu, Si - Pron. possessivo
A -Eles - Pron. pessoal prefixo
Agô -Licença
Aiélo -Energia do ar
Ajô -Cumprimento especial para Nkisi e Kuxikama
Akan Pano usado no peito - com laço (mulheres)
Akiese- Alegre
Akobó -Elemental
Akulo (PL.:Bakulo)- Ancestral
Aluvunu -Falso(a)
Ami Meu, Mim - Pron. possessivo
Anga Ou, então
Antomi- Saboroso
Aú -Contra ponto do plexo solar - nas costas, entre as espátulas
Auetu!- Assim seja!
A-Um-Imita-Nkini- Protetor das grávidas
Awa- Espírito da Terra
Axaxí Centro - Meio
Baná -Ali
Banda Alto - Elevado
Benguê Objetos representativos
Binga (enu binga Katende) Imploro - peço - rogo - (nós imploramos Katende)
Bongolola (Ongolola)- Recolhimento
Boté -Centros de captação de energia (Chacras)
Bundu- Fruta
Diaki Diiaki (PL.:Maiaki)- Ovo
Diala (Diiala) -Homem, Masculino
Dianga- Bambu
Dibamba -Fortuna
Dibanda- Chuva forte
Dibanga (PL.:Mabanga)- Ostra
Dibengu -Rato
Dibilu -Viramento (Santo)
Dibitu -Porta
Dibuba- Cachoeira
Dibuku- Onda
Dibutu -Abundância
Dieji Luar- (Luz da Lua)
Diembe (PL.:Madiembe)- Pombo, Pomba
Diesu (PL.:Mesu)- Olho
Difubu- Abacaxi
Dihonjo -Banana
Diiaki (PL.:Maiaki)- Ovo
Dijina -Nome, Apelido
Diju (PL.:Maju)- Dente
Dikanda- Palmeira
Dikanu- Boca
Dikende (PL.: Makende)- Pão de milho (Bolo de Milho)
Dikota (PL.:Makota)- Ancião - Primeiro na ordem de sucessão - o mais velho - o maior
Dikulo (PL.:Makulu)- Espírito Antepassado
Dikundu- Aro
Dilamba (PL.:Malamba)- Prova
Dilanga (PL.:Malanga)- Testículos
Dilenga- Coroa (Rei - Rainha)
Dilenge Argola Pequena - Aro (idé)
Dilesu -Lenço
Dilonga (PL.:Malonga)- Prato, Bacia
Dilonga (PL.:Malonga)- Prato
Dilulu -Sabor amargo
Dilunga -Pulseira - Argola (brincos)
Dima-ndondo- Morcego
Dimatekenu- Princípio, começo, início
Dimba (PL.:Madimba)- Perigo
Dingi -Mais, Outra vez
Dinhángua (PL.:Manhángua) -Aboboreira
Dinhota- Sêde
Disa (PL.: Masa-) Milho
Disanga (PL.:Masanga)- Ânfora, Pote
Ditama Face - rosto
Ditanga (PL.:Matanga)- Abóbora
Ditókua- Cinzas
Dítui (PL.:Mátui)- Orelha
Diunda- Arco
Divumu -Abdome
Dixisa- Esteira
Dizuika -Pedra de amolar
Dukila- Depenar
É Teu, Ti - Pron. possessivo
Ê Seu, Si - Pron. possessivo
Ê ngana! -Ó Senhor! (Deus-Nkisi)
Ebá- Despacho
Ebófia- Erisipela
Ebuku- Arroz branco feito no azeite
Ebulu- Mudo
Efuku- Moita
Eie Tu - Pron.- pessoal absoluto
Éie -Olá!
Eká -Oferenda a Pambujila
Ekaia (PL.:Makaia)- Folha
Ekanda- Nação
Ekikila- Mamão
Ekonzo -Pulseira de palha
Eme Eu - Pron. pessoal absoluto
Ene Eles - Pron. pessoal absoluto
Enu Vós - Pron. pessoal absoluto - Vosso - Pron. possessivo
Enza- Mundo
Esamunu (Kikongo)- Profecia
Etadí (PL.:Matadí)- Pedra
Eté -Guloseima
Etu Nós - Pron. pessoal absoluto - Nosso - Pron. possessivo
Euindu (PL.:Mauindu)- Bicho de pé
Evumbi- Morto
Ezandu- Mercado (Kasanji)
Ezundu- Sapo
Filá -Roupa de Palha
Fuá (Kikongo) -Morte
Fukama- Anoitecer
Fukulula -Explicar ou desvendar o obscuro
Fulu-kialoki- Sabão da Costa ( ao pé da letra: sabão mágico)
Fuluma Abafar-Funda Saco ou cesto de ocultista (para guardar os Buzios)
Fundama- Apodrecer
Fundanga- Pólvora
Fundu- Acampamento
Giame -Guia de contas
Hai (PL.:Jihai) -Chinelo - Sandalha
Haka- Poça
Haxi -Doente
Hima- Macaco
Hojí -Leão
Holongo -Antílope
Hondo -Cabra
Hongolo- Arco-íris
Hulukuku -Comida servida em rituais de óbito
Humba- Vasilha
Iaísa- Apimentar
Iamuenhu- Vivo
Iatetama- Lua nova
Imbamba- Ferragem
Ímbia -Panela
Imbua- Cão
Imóxi -Único
Ingo- Leopardo, Onça
Inji -Mosca
Inzo- Casa
Ioela- Banho
Iparubó (Kasanji) -Imolação
Iuná (PL.:Ianá)- Aquele, Aquela
Iungo- Energia da terra
Ixí- Terra
Izô -Energia do fogo
Jakuna -Triturar grãos com pedras, para fazer pó
Jena -Urina
Jikama -Cicatrização
Jiluvia -Ervilha
Jindemba- Trançar os cabelos
Jinsambu -Oração
Jinzebu -Musgo
Jula -o mesu Abrir os olhos
Kabakata- Puro
Kabanda Adjunto - Auxiliar de Ebá
Kabila- Pastor
Kabiribiri Cachorro - Cadela
Kafuzu -Aldeão
Kahondo -Cabrito - Cabra
Kaijoko -Periquito
Kalunga -Mar
Kalungangombe- Profundezas (além túmulo)
Kama -Triturar raízes e ervas para tirar o sumo
Kamba- Amigo
Kambundo -Auxiliar (Cambono)
Kambuta- Anão
Kamuenhú -Espiritual
Kamutuê -Coroa (cabecinha)
Kana! -Não!
Kanga- Apertar
Kangombe Novilho - Novilha - Bezerro - Bezerra
Kankúlu -Cova rasa
Kasanji -Frango - Franga
Kasau-sau- Urtiga
Katinga- Mau cheiro nas louças de assentamento
Katula- Marcas ritualísticas
Kaxaxí -Exterior - Fora
Kazola -Primeiro filho feito (Vovó)
Keba- Varejeira
Kene-- Sem
Kenguluka- Afastar o mal
Ki- Quando
Kiá- Já
Kiabolo- Podre
Kiaíba -Mal
Kiala (PL.:Iala)- Unha
Kialenguluka -Prestes
Kialoki- Mágico
Kialu -Cadeira
Kiama- Animal
Kiambají -Exterior
Kiambote-mbote Precioso
Kiambu- Preparação
Kiamene -Três dias depois da ngolela
Kiana -Caçar
Kianda Sereia
Kiangangama-- Azedo
Kiangu (PL.:Iangu)- Erva
Kiankulu- Muito antigo
Kiaola- Amargo
Kiasema- Puro
Kiatanganga -Santo que vem junto (adjuntó)
Kiavoka- Absurdo
Kiazaílua Apto - Preparado
Kiba- Pele
Kibabu- Afago
Kibasu -Acha de lenha
Kibota -Atoleiro
Kibukidilu Abano - Abanador
Kibulukutu -Azar
Kidi -Verdade
Kidikuatesa- Amparo
Kidiuanu- Aparição
Kiekelela Entrega - Acompanhar na dança (Santo)
Kienza -Limpeza
Kifu -Aborto
Kifuba- Osso
Kifutu- Prenda
Kifuxi- Exército
Kihondo- Bode
Kihundu- Batizado
Kihuze- Pavão
Kiiala- Entidade
Kijandanda- Aranha
Kijijidiku- Exigência
Kijila -Abstenção, Proibição
Kikasú -Corda feita de cipó
Kikete- Ouro
Kiketi -Aço
Kikolo -Sabugo de milho
Kikóue Vitória
Kikuanga (PL.:Ikuanga) -Pão de mandioca
Kikuma- Ódio
Kikungu -Esponja
Kikutu Mistério
Kilembe -Árvore da vida (sagrada)
Kiloko- Maldição
Kilombo- Aldeia, cidade
Kilumba- Moça
Kiluminu- Trovoada
Kilupu- Ventania
Kima Coisa
Kimbanda -Mago - Curandeiro
Kimbangi -O que recebe o iniciado a cada passo da Nkenda
Kimbele- Punhal
Kimbinda -Vasilha de pele para água
Kimbulu- Varicela
Kimbungu- Lobo
Kimenga- Dia dedicado às oferendas
Kiná- Aquilo
Kinama (PL.:Inama)- Perna
Kinanu- Puxador
Kinda- Cesto
Kindala- Agora
Kinene- Muito
Kinene-nene Absoluto
Kingongo- Varíola
Kinguadi- Perdigão
Kini -Azul
Kinjila- Avestruz
Kinsari -Pantera
Kintombo -Abril (mês das chuvas)
Kipata -Misticismo
Kipelepelalu -Preparativos, Preparação
Kipepumunu- Vela
Kipokó -Facão
Kirila- Alforje (Nkongobila)
Kirima- Vegetal
Kirimbú -Mistura
Kirirí (PL.:Marirí) - Kirirí uá nxi = Colchão de ervas Colchão
Kisadí -Trepadeira
Kisakidilu -Agradecimento
Kisala- Pena, Pluma
Kisama- Tocha, archote
Kisekele- Areia
Kisongo- Corte no cabelo na kamutuê
Kisuko- Ilha de rio ou lago
Kisukú -Extremo
Kisula- Mulher estéril
Kisumbe -Ingredientes
Kita- Feixe, Molho
Kitadi- Dinheiro
Kitanda -Praça - Mercado - Feira
Kitelembú -Coberto
Kitololo -Arrependimento
Kitonda- Aplausos
Kitoto- Chaga
Kitu- Ânfora
Kitují -Outubro (mês das flores)
Kitulu- Flor
Kituxi- Crime
Kiuabesu- Ornamento
Kiuéie -Aurora
Kiumba- Alma penada
Kixaxi- Palha
Kixikinu -Aprovação
Kixiluanda -Pirão com peixe
Kiximanu -Homenagem
Kixiriximba- Erva de Santa Maria
Kizelu- Honestidade
Kizenzu- Balde
Kizola (Nkenda = Kikongo)- Amor
Kizúa- Dia
Kolo -Crânio
Kolombolo -Galo
Kombo -Agricultor
Kondé! -Basta!, Chega!
Kota- Mais velho(a)
Kotelele -Muito acima, muito superior
Kua -Pelo, Por
Kuana -Cortar o cabelo
Kuateso- Ajuda
Kubalumuka- Erguer-se - Levantar-se
Kubalumuna- Acordar - Despertar
Kubana -Dar
Kubana- Dar - Entregar
Kubanda -Subir
Kubanda- Subir - Galgar - Trepar
Kubanga- Fazer
Kubangika- Abandono
Kubatalala- Abaixar-se
Kubeka- Trazer
Kubelesela- Obediência
Kubeza- Adoração
Kubilula- Virar
Kubinga- Implorar - Pedir - Rogar
Kubolama- Ajoelhar-se
Kubonga -Aspergir
Kubongolola- Recolher
Kubonza -Aspersão
Kubuka- Abanar
Kubunjika -Dobrar
Kúdia (PL.:Makúdia)- Comida - Comer
Kudisuitisa- Preparar para enfrentar um mal
Kudisuka- Aborrecer-se
Kuebi?- Onde?
Kueda- Passo
Kuenda- Andar
Kuenda atuadi -Acompanhar
Kuendela (oku ntu)- Adiantar (fazer Nkenda antes dos mais antigos)
Kufirimika -Colocar de barriga para baixo
Kúfua -Morte
Kufukama- Ajoelhar
Kufumala -Defumação
Kufuta- Pagar
Kuhinga-Nzambi Promessa, Jura
Kuhoka -Círculo
Kuíba- Maldade
Kuika -Deitar fora (da camarinha)
Kuikila- Acreditar
Kuixana -Chamar
Kujika -Fechar
Kujikula -Abrir
Kujinga- Dia dos cortes
Kukanda- Cavar
Kukasa -Sabor azedo
Kukaxi- Dentro, No interior
Kukeka -Brado agudo e prolongado
Kúkia- Sol nascente
Kuku -Vovô, Vovó
Kukuta -Amarrar
Kulembele- Sol poente
Kulendukilaku- Humilde
Kulendula -Amolecer
Kulu (PL.:Malu) -Pé
Kuluka-- Agachar-se
Kumuíka- Iluminar - Acender velas ou tochas
Kunana- Puxar
Kunda (Kikongo) -Assentamento
Kundúla -Confirmação
Kungunguma -Brado cavo e profundo
Kunhana- Roubo - Roubar
Kunoka -Chuva - Chover
Kúnua -Bebida
Kupamena -Borrifar, Salpicar
Kupamenha (kupamenha uá Tatetu Hongolo) -Espargir água
Kúria -Oferenda de comida e bebida às almas
Kusaka- Imolação
Kusama- Carregar
Kusamanu -Outono
Kusamba -Celebrar
Kusata -Oferecer sacrifício
Kusendela -Acender
Kusoma- Carregar
Kusota -Procurar
Kusubula -Não acabar, não terminar
Kusuka Descorar
Kusukama- Pobreza
Kusukula -Lavar
Kutala- Olhar
Kutanu -Primavera
Kutema- Ferro
Kutena -Poder
Kutonda- Aplaudir
Kutondela- Agradecer
Kutululuka- Humildade
Kutuma- Mandar
Kutunga -Costura - Costurar
Kuvungunuka- Alvorada - Alvorecer
Kuxí? -Quanto (a - os -as)?
Kuxibaka- Não cumprir
Kuxikama- Assentamento
Kuxima- Aperto
Kuxingila- Invocar espíritos
Kuzaísa Advertência
Kuzakela- Vestir (o Santo)
Kuzamba- Pedir a bênção
Kuzámbula- Profecia
Kuzangula -Levantar
Kuzedíua -Felicidade
Kuzeka- Adormecer
Kuzola- Amar
Kuzuika- Amolar - Afiar
Kuzuka- Moer, triturar, macerar
Lelu- Hoje
Lembá oku-n-zola- Amar uns aos outros
Liéji- Luar (Energia da Lua)
Londama -Procissão (Águas de Lembá - Almas)
Longa- Aprender
Luazi- Machado
Lubambu Corrente
Luenjí- Lua cheia
Luinta -Assobio
Lukaninu -Despedida
Lukavú- Cova, sepultura
Lukola -Álcool
Luku -Pirão
Lukuaku (PL.:Malukuaku ou Maku)- Mão
Lukudá -Algodão
Lumata -Tomate
Lumba- Coelho
Lumbi -Inveja
Lumbonzo (PL.:Jimbonzo)- Batata
Lumbu -Muro
Lumbú uá ndokí -Dia dedicado a Pambujila e Akulo (Oroxixé)
Lúmbua -Salsa
Lumoxí- Uma vez
Lumuenu- Espelho
Lunda (Kikongo)- Celebrar
Lundemba -(PL.:Jindemba) Cabelo
Lunga- Aro (idé)
Lunguba- (PL.:Jinguba) Amendoim
Lunkiesa- Agosto (mês da 8ª lua nova)
Lusambilu- Altar - Gongá
Lusangelu- Apresentação
Luseke -Protetor dos caçadores
Lusempesu- Sobremesa
Lutekamu Cruzeiro
Lutenselu- Âncora (física - que se usa em magias)
Lutualu- Acompanhamento
Luualu- Cogumelo
Luvunu- Falsidade
Mabulukutu -Carvão de pedra, Carvão de coque, Hulha
Mafu- Erva seca em pó
Maionga- Banho de purificação
Majende- Hortelã
Mají -Azeite, Óleo
Makanha -Erva Santa
Makanho- Fumo
Makita- Vento
Makóiu Bênção
Makú Mênstruo- (estar de bajé)
Makutu- Mentira
Malava- Bebidas destiladas
Malunga (PL. ilunga)- Argola
Mama- Mãe
Mama múngua -Madrinha
Mam'é!- Ó minha Mãe!
Mandinga- Preconceito
Marimba -Música
Masuika -Triângulo formado com pedras para se colocar a panela no fogo
Matarí -Pedreira
Maza -Água
Mazá - Zanu Ontem
Maza mabundi -Sumo de ervas
Maza mburia- Sumo de ervas especial
Mazadinaku- Três dias antes
Mazanga (PL. izanga)- Pântano
Mbalalá (Kikongo)- Cemitério
Mbalalé- Cemitério
Mbamba- Açoite
Mbambu- Veneno
Mbandu- Arco para flechas
Mbangu- Pá
Mbanjí -Arma
Mbanze -Amuleto
Mbejí- Lua
Mbemba -Ave
Mbenda -Pancada
Mbiji- Peixe
Mbimbi -Vibração
Mbinga -Chifres
Mbolê- Mato(a)
Mbolo- Pão
Mbombe- Cinzas quentes
Mbonzo -Tristeza
Mbório -Pardal
Mbote -Tudo que representa o bem, bom, amor, etc.
Mbote-etadí Imã- (pedra do bem)
Mbuanana (PL.:Jimbuanana)- Pulga
Mbuanza- Confiança
Mbudi- Carneiro, Ovelha
Mbuenga -Algibeira (Caboclo)
Mbúia -Prado
Mbuke- Orvalho
Mbulu- Paca
Mbundi- Porteira, Portal, Portão
Mbundu -Lamento, Pranto, Choro
Mbungula- Espírito das trevas
Mbunze -Anil
Mbunzu (PL.:Mibunzu) -Sabão
Menga -Sangue
Menha -Energia da água
Mete- Saliva
Miijí- Grupo de pessoas da mesma origem
Mikasi hixaxi -Contra-eguns
Misongo- Espinhos do Dendê
Mitendu Coro - conjunto de vozes com energia
Mombe -Alva (Clara - Branca)
Mona (muana) (PL.:Ana)- Filho(a)
Mon'a ngulu- Leitão
Mon'amúngua (Mona amúngua)- Afilhado
Mon'a'xi- Filho(a) da Terra
Móngua -Sal
Monhi- Poderoso
Mpaíka- Saída
Mpambu- Encruzilhada
Mpembe- Amarelo
Mpumpa- Solteirona
Mu ukulu- Antigamente
Muadiakimi- Adulto
Muanda (PL.:Ianda - Kikongo) Espírito
Muanha- Sol
Mubangí -Combatente, valente
Mubika -Escravo
Múdia (PL.:Mídia)- Tripa
Muebu- Sobrinho(a)
Muende (PL.:Miende) -Sardinha
Muene Ele - Pron. pessoal absoluto
Muenge- Cana
Muenhu- Existência, Vida
Mugingi (Mugingi uá Unvuama = Talo de Mamona) Talo
Muhatu -Mulher, feminino
Muiii (PL.:Eiii)- Ladrão
Muilo -Luz do Sol (Energia do Sol)
Muimbu -Canto (música vocal)
Muisu- Pilão
Mujibi- Assassino
Mujinha (PL.:Mijinha)- Algodoeiro
Mukaji- Esposa
Mukamba-kamba Amora
Mukanda- Carta
Mukangalú -Travessa
Mukata -Amarrado de folhas para sacudimento
Mukekete- Macieira brava
Mukenge -Raposa
Muki -Energia
Mukila- Rabo, Cauda
Mukita-sukú- Energia da Noite (oculto)
Mukoko -Coqueiro
Mukokolo -Alcaparra
Mukolo -Amarra - Corda
Mukonda -Porque
Mukongo- Caçador
Mukuanhi (PL.:Akuanhi)- Quem? Quais?
Mukulu -Vidente
Mukuluja- Vala
Mukunjí -Anjo
Mulambi- Cozinheiro (a)
Mulaula- Neto
Mulembu (PL.:Milembu)- Dedo
Mulenge- Vento
Mulhenge -Touca, Turbante (feminino)
Muloji -Feiticeiro (a)
Mulolo- Mamoeiro
Muloloki- Perdão
Mulonga -Ofensa
Muluangu (PL.:Maluangu) -Ferreiro
Mululu -Bisneto
Mulume- Marido
Mulundilu- Zelador
Mulundu -Montanha, monte, morro
Mumbundu -Preto
Mumu- Aqui
Mumzumbí -Chuva miúda
Mundele -Branco
Mungu -Amanhã
Munha- Espinho
Munhako- Humildade
Muongo -Coluna (corpo físico)
Mupémbia -Malva
Mupueta- Âncora
Musakidí -Bruxo(a)
Musalu -Peneira
Musumu- Presságio
Musungu -Albino (são todos filhos de Tatetu Lembá)
Mutakalomba -Caça (animal de)
Mutakanga- Oliveira
Mutombe- Batedor, guia, condutor de caça, seguidor de pista
Mutombo- Bagre(peixe) frito no dendê
Mutomo -Primeiros sinais de um trabalho
Mutona- Atum
Mutonde- Agradecido
Mutoto- Argila
Mutu (PL.:Atu)- Pessoa
Mutudi -Viúva
Mutuê- Cabeça
Muvunge- Protetor
Muxi (PL.: Mixi)- Pau, Árvore, Madeira
Muxikí -Músico
Múxikongo- Quem sai da Terra de Kongo
Muxima -Coração (Voz interior)
Muxinga -Chicote - Açoite
Muxingibi- Invocador de espíritos
Muxitu- Mata
Muzambu- Adivinhação
Muzangala- Moço
Muzeze -Acácia
Muzondo (PL.:Mizondo)- Uva
Muzuze -Assador
Ndâlu -Saia
Ndamba- Creme usado para untar "katula"
Ndandu -Abraço, Parente
Ndembu- Perfume, Aroma, Essência
Ndende- Azeite de Palma
Ndenge- Menor, mais novo, pequeno
Ndiba -Massa
Ndojí -Sonho
Ndose -Vulto
Nduku- Caverna
Ndumbe- Aprendiz
Ndumbú -Prostituta
Ndumuka -Salto - Pulo
Ndungu -Pimenta
Nfinda- Floresta
Nfite -Formiga
Nfunfu- Pó
Ngala- Alegria, Roupa de festa
Ngamba- Enviado Divino
Ngana -Senhor - Deus, Nkisi e seres especiais
Nganga -Santo, Divino
Ngangu -Conhecimento, saber, sabedoria
Nganhu- Êxito
Ngela -Poente
Ngelelu -Condimento
Ngi Eu - Pron. pessoal prefixo
Ngijí -Rio
Ngó Só - Somente
Ngolela -Oferenda
Ngolo -Energia
Ngolu -Zebra
Ngombe -Touro, vaca
Ngombo -Boiadeiro, vaqueiro
Ngonga -Águia
Ngonge- Aviso
Ngote- Tronqueira
Nguadi -Perdiz
Nguba- Amêndoa - Abrigo
Ngulu -Porco, Porca
Ngumbe- Codorniz
Ngunji -Pilar
Ngunza- Ajudante
Nguzu Força
Nhiki- Abelha
Nhoka- Cobra
Ni -E, com
Niáxa- Bicho, animal
Njende -Verme
Njila- Rua, Abertura, Passagem
Njimba- Moela
Njinda- Cólera
Njungu Louro
Nkadi-o-Mpemba- Espirito do Mau
Nkangí- Sábio
Nkanjí- Ânsia, Anseio, Vontade
Nkelê -Fio de contas de proteção ao iniciado
Nkelekelo -Preceitos
Nkelu- Altivo
Nkembu ndongo- Palmas ritualísticas
Nkenda- Caminho interior (para dentro de si mesmo)
Nkenda (kikongo)- Amor
Nkinzi -Festa do Santo
Nkisi (PL.:Mikisi) -Energia Divina
Nkitu -Esterilidade
Nkixí Ídolo - Representação Espiritual de Animais ou Elementais
Nkoba- Adivinhação
Nkobi Ídolo - Ser protetor e cobrador das promessas e acordos
Nkoko -Poça de água estagnada
Nkongo Pescoceira - (Kelê)
Nkongo (kikongo)- Caçador
Nkonka- Vaso de barro com a boca larga
Nkonko -Prego - Cajado
Nkuikidí- Místico, devoto
Nkuikini- Crente
Nkumba- Umbigo
Nkumba- hixaxi Umbigueira
Nkundi- Mensageiro, carteiro
Nkusu -Papagaio
Nkutu -Saco - Saca
Nlele -Roupa, vestimenta
Nlenge -Ar
Nlengu -Andorinha
Nloloke- Absolvição
Nloloki- Absolvidor
Nlongi -Professor
Nlukumuni- Procriação
Nlulu -Funcho
Nlumba -Lebre
Nlundi- Guardião
Nsaba- Ervas medicinais
Nsambu- Ritual
Nsanga -Guia de miçangas
Nsasala -Planta mágica
Nsengi- Lagarto
Nsongu -Angústia
Nsuka- Mau êxito
Nsuluki -Anil
Nsunda- Ser de grande poder
Nsunga- Aroma
Ntadí- Moeda
Ntadidí- Auxiliar
Ntambi Óbito - Falecimento
Ntomo -Sabor
Ntonta- Experiência
Ntubudí- Ventarola
Ntumua- Enviado
Nu Vós - Pron. pessoal prefixo
Nvatilú- Tridente, garfo
Nvu (PL.:Manvu)- Ano
Nvungu -Abutre
Nxí -Ervas litúrgicas
Nxima -Acordo - Trato
Nzabala -Aura
Nzakí- Cedo
Nzala- Fome
Nzamba -Elefante
Nzambi -Deus
Nzambi ikale ni enhe!- Expressão de despedida - Que Deus lhe acompanhe!
Nzambudi- Profeta
Nzenjí- Açúcar
Nzo- (Kikongo) Casa
Nzojí- (Kikongo) Sonho
Nzola- Afeição
Nzo-lambi-Cozinha
Nzombo Verdade
Nzumbi- Espírito - Alma
Nzunu- Nariz
O -A (artigo)
Oberó -Alguidar de barro
Ojá -Pano usado no Peito amarrado no ombro (homens)
Oko -Aí, nesse lugar
Ongolola (Bongolola)- Recolhimento
Paku -Arruda
Pala- Para
Pokó (PL.:Jipokó) -Faca
Riéji -Lua
Samakaka- Pano usado na cintura
Sambilê (também Sambilú)- Capela, local de preces
Sambulua- Consagrar
Sanjí- Galinha
Sanzá -Cesto de vime
Sanzumuna -Sacudimento
Sekají -Tia
Soba Senhor - patrão, chefe, autoridades, etc.
Sosa- Lança
Suekí -Dia de luz
Sukú ia kalunga Morte - ao pé da letra = escuridão do cemitério
Takula- Dandá da Costa
Tanáku! -Expressão de recepção com alegria
Tangu- Ramo
Tata -Pai
Tata-múngua Padrinho
Tat'é! -Ó meu Pai!
Tavula- Papa - Mingau
Temba -Tudo que representa o mal
Tíia - Tuia (Kikongo) Pólvora
Tongama -Limpeza da casa no último dia do ritual de óbito (oitavo dia)
Tu Nós - Pron. pessoal prefixo
Tukú -Pena colorida de ave
U- Tu, Ele - Pron. pessoal prefixo
Uá- De, Do, Da
Uakidi- VERDADEIRO
Ualua -Cerveja
Uanda- Primeiro dia do ano
Uanda- Rede
Uembu- Concórdia
Uemita -Grávida
Uhaxi -Doença
Uhaxi -Moléstia, Doença
Uikí -Mel
Uísu -Verdura
Ujitu -Presente
Ukalunga -Praia
Ukamba -Amizade
Ukexilú -Dons para-normais
Ukindi- Honra
Ukundu -Erva Leiteira
Ulokelu- Modo de fazer ou preparar um feitiço
Ulumba- Mocidade feminina
Ulungu -Canoa
Umbanda -Magia - Cura - Medicina
Umone- Vidência
Unana- Alpiste
Undandu -Parentesco
Undingi- Vaso para água, Porrão
Undu- Óleo consagrado
Unhoxi- Vespa
Unkólua- Alcoolismo
Unkulu -Avô, Avó
Unlodí (Kikongo)- Tridente, garfo
Unvuama- Mamona
Unvunji -Ingenuidade
Unzambi- Divindade
Uoma- Medo
Uondeka -Por de molho
Usuku (PL.:Mausuku)- Noite
Uta -Espingarda
Utuma- Argila
Uzangala- Mocidade masculina
Valanganza -Caveira
Valumuna- Corte de cabelo
Viangongo- Fogo
Visi (PL.:Ivisi) -Osso
Xala!- Adeus!
Xal'é!- Adeus!
Xilivisu -Trabalho
Xilú -Patuá
Xima- Abrir buraco
Xima kiambe- Pote do bom poder
Xingu -Pescoço
Xitu -Carne
Xorô -Ritualística (que se usa no ritual - como fazer o ritual)
Yangi- Pedra porosa pertencente a Pambujila
Zalata- Alface
Zanu - Mazá Ontem
Zoama -Apiedar-se
Zolela -Agradar


Fonte:
Candomblé Bantu Angola
https://www.facebook.com/pages/Candombl%C3%A9-Bantu-Angola/510786548985872

Valério ou Laleska? Travesti sonha se tornar árbitro profissional de futebol

''EE de Bolso'' mostra um aperitivo da história de um homossexual assumido que apita jogos locais em uma cidade do nordeste e almeja grandes partidas

 

Valério Fernandes é uma pessoa rara de se ver dentro dos gramados. Não pela disposição em apitar partidas amadores de futebol na cidade de Beberibe, Ceará, mas sim por ser um exemplo de que é possível se assumir homossexual e desempenhar uma função importante dentro de um esporte reconhecidamente masculino. A apresentadora Luciana Ávila e o produtor Rafael Freitas, do ''Esporte Espetacular'', foram até o nordeste do Brasil para saber como este cearense busca o sonho da profissionalização no futebol.


Aos 32 anos, Valério trabalha como coordenador de guias mirins que fazem o passeio pelas famosas falésias coloridas da praia de Morro Branco. Depois do expediente, durante todas as semanas, ele põe uma roupa de juiz e apita os jogos do campeonato amador de futebol do município no estádio de sua cidade. À noite é conhecido por Laleska e assume sua identidade feminina.

Engana-se quem acha que Valério se diferencia de outros árbitros por causa de sua opção sexual. Ele apita seriamente os jogos e fala grosso com os jogadores sem disciplina. De dentro de campo é evidente seu empenho em busca de um sonho: se profissionalizar como juiz de futebol e apitar clássicos.
Resta apenas saber se o esporte, os jogadores e as torcidas estarão preparados para assistir o primeiro juiz travesti assumido do futebol brasileiro. Apesar de ser bem aceito e conhecido na cidade, Valério ainda enfrenta o preconceito da família e principalmente do próprio pai que não admite a sua condição de homossexual.

Juiz Travesti (Foto: Divulgacao) 
Valério Fernandes atua como juiz em partidas amadoras de futebol (Foto: Divulgação)

Fonte:


 

Antes de colocar seu vestido remendado, fazer pintinhas no rosto e trancinhas no cabelo, lembre de se prevenir. A camisinha é item obrigatório para curtir a Festa Junina! #UseCamisinha

terça-feira, 25 de junho de 2013

O FEMINA – Festival Internacional de Cinema Feminino é um evento dedicado

 

O Projeto
O FEMINA – Festival Internacional de Cinema Feminino é um evento dedicado majoritariamente a filmes dirigidos por mulheres, com o objetivo de incentivar a entrada da mulher no mercado de trabalho audiovisual, especialmente na direção cinematográfica, destacar a presença feminina no cinema, na arte e na cultura, e debater questões de gênero.

O Femina acontece anualmente na Caixa Cultural Rio de Janeiro com sessões a preços populares.
Também exibe em sessões especiais filmes co-dirigidos por homens e mulheres, e dirigidos por homens com temática feminina.

O Femina é estruturado em três blocos principais:
1- Mostras Competitivas – apenas para filmes dirigidos por mulheres, independente da temática;
2- Sessões e Programas especiais – onde os filmes são divididos por temática ou gênero;
3- Atividades paralelas- Seminário, Debates, Homenagens, e outras.

Em 2013, o Femina realizará sua 10ª edição!
Precisamos de sua ajuda para realizarmos uma edição super especial!
No momento para fazermos a nossa 10ª edição estamos com um prejuízo de 30 mil.

Patrocínios já confirmados

A 10ª edição do Femina em 2013 já conta com os patrocínios:
- da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
- da CAIXA, através da CAIXA Cultural Rio de Janeiro.
Estamos sendo prejudicados pela realização de grandes eventos no Rio de Janeiro, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, que fizeram os preços de hotéis e outros serviços dispararem. Sendo assim , mesmo com o patrocínio estamos com dificuldades de pagar esses serviços.

Vamos usar o dinheiro arrecadado no Catarse para pagar o hotel para as diretoras dos filmes exibidos, confeccionar os prêmios das mostras competitivas, para produzir os kits (Bolsa, bloco e camiseta) e para conseguir remunerar nossa equipe pelos trabalhos feitos no festival.

Equipe
Direção e curadoria
Eduardo Cerveira e Paula Alves
Produção Executiva
Paula Alves
Programação
Eduardo Cerveira
Coordenação de Produção
Caroline Moreira
Assistente de Programação
Eduarda Oliveira
Projeto Gráfico
Gianna Larocca
Programação Site
Estevão Sarcinelli – Pantalones
Fotógrafa
Duda Tavares
Vinheta, Edição de Vídeos e Making Of
Guilherme Guerreiro

QUER SABER MAIS SOBRE O FEMINA?
Histórico
O FEMINA surgiu em 2004 e foi o primeiro festival de filmes dirigidos por mulheres no Brasil e América Latina. Desde então, acontece anualmente, na cidade do Rio de Janeiro, e é referencia para outros festivais do gênero criados posteriormente em países da América do Sul inspirados em nossa realização.
Todo ano o Festival faz uma homenagem a mulheres que fazem ou fizeram parte do cinema brasileiro. Durante as 10 edições o Femina já homenageou as atrizes Betty Faria, Helena Ignez e Zezé Motta, as cineastas Tizuka Yamasaki, Ana Carolina, Carla Camurati, Beth Formaggini, Margreth Olin, Helena Solberg, a escritora Rose Marie Muraro, a fotógrafa Cláudia Ferreira e a produtora Alice Gonzaga.

O Femina também faz parcerias com festivais femininos em outras partes do mundo e apresenta uma mostra especial com curadoria do festival parceiro. O Femina já apresentou mostras dos festivais: Cannes e Films de Femmes, França; Femme Totale, Alemanha; Immagine Donna, Itália; La mujer y el Cine, Argentina; Mujer es Audiovisual, Colômbia.

O Femina também faz mostras especiais dirigidos por mulheres com o recorte em um país, já foram feitas mostras especiais dos países: Portugal, Irã, Áustria e Dinamarca.
Até hoje em 9 edições, o Femina já exibiu cerca de 900 filmes para 23 mil espectadores aproximadamente.
Atividades do projeto


A 10ª edição do FEMINAFESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA FEMININO estima receber um público de 3.000 pessoas. Serão exibidos cerca de 100 filmes, entre curtas, médias e longas, de todos os gêneros, divididos entre as seguintes atividades:

- Abertura:
Durante a abertura será exibido um longa-metragem nacional ou estrangeiro, dirigido por uma realizadora, precedido de apresentação com a presença de representantes dos patrocinadores;

- Mostra Competitiva Internacional:
Composta de sessões com filmes selecionados dentre os inscritos pelo site do festival. Para a seleção de 2013 o festival já recebeu mais de 800 inscrições. Serão selecionados filmes nacionais e estrangeiros, de todos os gêneros e qualquer duração, dirigidos por mulheres, realizados a partir de 2011. Além dos filmes recebidos para consideração, os curadores do projeto convidam trabalhos vistos em importantes festivais, tais como Roterdã, Clermont-Ferrand, Berlim, Films de Femmes, Frauenfilmfestival, entre outros. Os filmes selecionados serão apresentados na Mostra Competitiva Internacional e avaliados por um júri durante a semana do festival, composto por especialistas (técnicos, diretores, produtores, críticos ou pesquisadores), que premiará os filmes nas categorias: Grande Prêmio Femina Internacional, Prêmio Especial do Júri Internacional, Melhor Direção Internacional e Melhor Destaque Feminino Internacional;

- Mostra Competitiva Nacional:
O processo seletivo é semelhante ao da competitiva internacional. Serão selecionados filmes brasileiros recebidos para seleção e/ou vistos em outros eventos brasileiros como o Festival do Rio, Festivais de Curtas de São Paulo e do Rio de Janeiro, Festival Brasileiro de Cinema Universitário, entre outros, de todos os gêneros e qualquer duração, dirigidos por mulheres, realizados a partir de 2011, que serão avaliados por um júri especialista durante o período do festival que premiará os filmes nas categorias: Grande Prêmio Femina Nacional, Prêmio Especial do Júri Nacional, Melhor Direção Brasileira e Melhor Destaque Feminino Nacional;

- Homenagem:
Todos os anos o Femina presta tributo a uma personalidade feminina do cinema brasileiro com exibição de um filme marcante em sua carreira;


- Programas Infantis:
Seleção de filmes de curta-metragem especialmente realizados para o público infanto-juvenil, de animação e ficção, para atrair crianças e formar público crítico;

- Sessão Dividindo a Conta:
Exibição de um programa de filmes co-dirigidos por homens e mulheres;

- Sessão Masculino-Feminino:
Exibição de filmes dirigidos por homens com temática ou protagonismo feminino;

- Sessão Eu gosto é de mulher:
Exibição de um programa de filmes com temática lésbica dirigidos por mulheres;


- Seminário FEMINA:
Realizado em parceria com instituições de promoção da igualdade de gênero, composto por debates, palestras e encontros, conta com a participação de convidados como cineastas, produtores, pesquisadores, professores, jornalistas e outros profissionais que debatem com o público temas desde a produção audiovisual feminina, até a participação da mulher na política e nos empreendimentos econômicos e sociais;

- Formação de Platéia:
Realizamos um trabalho junto a instituições de ensino, atendimento à mulher e a jovens, disponibilizando ônibus para alunos, professores e diretores da rede pública, mulheres e jovens de associações, cooperativas e projetos de geração de renda, periferias e cidades do interior, que dificilmente teriam acesso a filmes ou debates.

 

- Outras Sessões Especiais:
Programa Experimental, Cineclube LGBT, Programa Especial Nacional, Programa Especial Internacional, entre outros;

- Retrospectiva 10 anos de Femina:
Exibição de alguns filmes que se destacaram na história do Femina e de grandes diretoras.


Justificativa
O empoderamento das mulheres é crucial para o exercício de seus direitos humanos e para a igualdade entre os gêneros, que tem como metas a participação plena e igual das mulheres na vida civil, cultural, econômica, política e social.

Os meios de comunicação e formas de arte têm papel fundamental nesse processo, sensibilizando a sociedade sobre a desigualdade entre os gêneros. As imagens de gênero, produzidas social e culturalmente, determinam, em grande parte, as oportunidades e a forma de inserção de homens e mulheres no mundo do trabalho, na educação, na família, na política, na vida social.

O Femina contribui neste processo ao promover um maior conhecimento da participação feminina na cinematografia nacional e estrangeira. Além de lançar e divulgar produções recentes, o festival destaca a produção de curtas-metragens e trabalhos de diretoras oriundas de escolas de cinema, incentivando, o surgimento de novas realizadoras, a entrada das mulheres no mercado de trabalho do cinema e a produção de filmes com temática feminina.

O FEMINA foi o primeiro evento do gênero no Brasil e influenciou a criação de outros festivais femininos em países da América do Sul. Além de expor o trabalho das diretoras brasileiras, aumentando sua visibilidade e abrindo espaço para o cinema brasileiro feminino no exterior, traz para o Brasil a produção estrangeira e convidados internacionais.

Exibe cerca de 100 filmes por ano, entre longas, médias e curtas, de todos os gêneros (ficção, documentário, animação, experimental), dos quais cerca de metade é brasileira. A seleção de filmes oferece ao público uma programação de qualidade, levando em consideração a temática e a representatividade regional. Em 2012 o festival teve recorde de inscrições de filmes para seu processo seletivo e exibiu filmes de todas as regiões do Brasil e de 24 países diferentes.

Além de apresentar uma programação de qualidade o Femina também destaca-se por promover a igualdade de gênero. Através da exibição de filmes conjugada a debates, contribui para uma mudança de conscientização da sociedade em relação à presença da mulher no cinema e na cultura.

É importante destacar que em outros países onde surgiram festivais de filmes dirigidos por mulheres, a produção de filmes de diretoras aumentou. Comumente recebemos em nosso processo seletivo filmes realizados especialmente para o Femina. Desta forma, esperamos e acreditamos que o Femina possa também servir de estímulo para as jovens diretoras e a produção de filmes dirigidos por mulheres e com protagonismo feminino.

Atrai um público heterogêneo com atividades diversificadas, possibilitando o acesso de estudantes, jovens, crianças e associações de mulheres através do trabalho de formação de plateia. O público é formado ainda especialmente por cientistas e pesquisadores sociais, jornalistas, estudantes e profissionais de ciências sociais e humanas, cinema, artes, produção cultural, comunicação e áreas afins, donas de casa e terceira idades. O Femina se preocupa com o acesso e a comodidade de pessoas com necessidades especiais, e em atrair crianças e formar público crítico.

Um aspecto importante do evento é o Seminário Femina no qual são discutidos diversos temas importantes das pautas de gênero, como a presença da mulher na política, no mercado de trabalho e na cultura. O Seminário Femina possibilita jovens, estudantes, donas de casa, associações de mulheres a interagirem diretamente com diretores, produtores, pesquisadoras, professores, representantes de instituições governamentais e internacionais, jornalistas, e outros convidados. Além disso, o Seminário Femina sensibiliza os profissionais da comunicação para as pautas de gênero, valoriza a participação da mulher no cinema, na arte e na cultura, conscientiza sobre a importância do empoderamento das mulheres para o desenvolvimento da sociedade, e o papel do audiovisual na igualdade de gênero e na representação positiva e não estereotipada da mulher.

O Femina já se estabeleceu e é um evento importante no calendário de festivais de cinema no país, já conta com o respeito da classe cinematográfica, que participa enviando filmes para seleção, participando dos debates, júri e demais atividades, assim como de instituições de promoção da igualdade de gênero e direitos humanos e de instituições culturais que nos apoiam e participam do festival. Está em sintonia com projetos do governo federal de promoção da igualdade de gênero e com os objetivos do milênio.


Contrapartidas Sociais
- Com a realização de edições anuais, o Femina promove a igualdade de gênero, destacando e expondo o trabalho das mulheres no cinema e na cultura, divulgando e estimulando as diretoras brasileiras e aumentando sua visibilidade no exterior;

- As mostras competitivas incentivam a inserção da mulher no mercado de trabalho audiovisual, especialmente na direção, estimulando jovens cineastas e a realização de filmes com temática feminina, a comprovação disso é que comumente recebemos em nossas seleções filmes realizados especialmente para o Femina;

- Traz para o Brasil a produção e convidados internacionais;

- O trabalho de formação de plateia em conjunto com instituições de ensino, atendimento à mulher e a jovens, permite levarmos ao festival alunos, professores e diretores da rede pública, mulheres e jovens de cooperativas e projetos de geração de renda, periferias e cidades do interior, que dificilmente teriam acesso a filmes ou debates, com disponibilização de transporte e alimentação;

- Atrai um público heterogêneo abrangente, de todas as faixas etárias através de atividades diversificadas, com programação infantil, jovem e adulta, lgbt e seminários, exibição de filmes conjugada a debates, participação de convidados especializados nos temas abordados, programação de alta qualidade técnica e artística, levando em consideração a temática do filme, e a representatividade regional para que possamos exibir filmes de todos os formatos, gêneros, duração, de diferentes Estados brasileiros e países, divulgando culturas diversas;

- Através da programação infantil chama atenção do público infanto-juvenil para as questões de gênero e os temas abordados nos filmes, além de formar público crítico;

- O Seminário é realizado em parceria com instituições de promoção da igualdade de gênero, que nos ajudam a escolher os temas mais pertinentes no momento e voltados para os diferentes públicos que frequentam o festival, englobando desde a produção audiovisual feminina até a participação da mulher na política e sociedade;

- A partir de suas últimas edições, o Femina passou a adotar algumas medidas como contrapartidas ambientais à sua realização, como: utilização de matéria prima reciclada na produção de parte de seu material de divulgação (cartazetes, convites, postais, credenciais e folders foram produzidos em 2012 com papel reciclado, sacolas e camisetas foram produzidas com fio pet), coleta de lixo diferenciada e distribuição de mudas de árvores para o público. Em 2013, manteremos ou ampliaremos essas medidas.

Fonte:
http://catarse.me/pt/femina10anos



segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lenda de Kaviungo / Omulu

Lenda de Mavambu / Exu

Desenvolver ação cultural em escolas públicas sem ser professor

Brasileira ganha prêmio internacional - Silvana Veríssimo

Brasileira ganha prêmio internacional 

Silvana Veríssimo- Instituição Nzinga Mbandi, irá receber prêmio cedido pela organização Institute Black Latin Afro Diaspora Celine Cruz, sediada em Nova York, EUA, por sua conjuntura na luta contra o racismo.


É a primeira vez que uma brasileira ganha este prêmio.


Sua história de militância se cruza com desafios imensos, mas que não a deixaram abater.
Como ela mesmo disse, em entrevista cedida na noite de sábado, dia 22, após saber da premiação, a qual ficou surpresa “Os desafios não me dão e nunca me causam medo, pelo contrário, me conscientizam da necessidade de estar cada vez mais forte para vence-los”.


Filha única de uma dona de casa e de um técnico de edificações, paulista do interior de São Paulo, começou sua militância ainda na pré-adolescência, pois vem de uma família de militantes negros, e já era habitual participar das reuniões sobre a temática racial.


Atua há mais de 25 anos no movimento negro, tarefa nada fácil, em um país como o Brasil aonde as desigualdades étnico raciais chegam a índices absurdos, causando diversos problemas como extermínio da juventude negra, número elevado de mortalidade materna das jovens e mulheres negras por falta de atendimento médico adequado, entre outros tantos percalços sofridos pela população negra, fatores agravantes do racismo institucional contundente, que persiste ainda em solo brasileiro.


Segundo Rosmarry Cruz, diretora do Instituto responsável pela premiação, a indicação de Silvana Veríssimo foi dada por duas alunas do Instituto, Helison Drauye e Meredith Jonsh, que durante os anos de 2009 a 2012 estiveram no Brasil estudando comunidades negras, onde a conheceram em um seminário de mulheres negras, desde então, começaram a participar da maioria das atividades organizadas por ela.


Ficaram impressionadas com sua habilidade de mobilização, interlocução e articulação com os demais movimentos e organizações, sua crença na transformação social, determinação, valorização do ser humano e principalmente, sua simplicidade.


O Prêmio Institute Black Latin Afro Diaspora Celine Cruz é cedido as pessoas da América Latina e Caribe que se destacam pelas luta contra a discriminação racial. 


A cerimônia de premiação será no próximo mês de julho, na cidade de Nova York/EUA.
Além de Silvana Veríssimo, será premiados também Maria Santigo – Colômbia, Layla Montserrat – Peru, Adelita Gonzalez – Venezuela, Avelar Cruz Rosada-Guatemala


 

A Semana do Babado é a semana da diversidade sexual da Unicamp, e vai acontecer de 25 a 28 de Junho

 

A Semana do Babado é a semana da diversidade sexual da Unicamp, e vai acontecer de 25 a 28 de Junho. Esse ano a semana tem um tema, que é também uma pergunta: "O cu nos une?"

Aguardamos todos!!
Coletivo Babado: https://www.facebook.com/ColetivoBabado?fref=ts


PROGRAMAÇÃO

||| TERÇA, 25 de junho

(17:30) RODA DE CONVERSA - O cu nos une? + Curta "Fruitcake"
http://www.facebook.com/events/383022815131649/

||| QUARTA, 26 de junho

(17:30) RODA DE CONVERSA - Aprendendo a nos defender: direito e política das LGBT
http://www.facebook.com/events/520538511328232/

||| QUINTA, 27 de junho

(17:30) SARAU DO BABADO - Traga sua cor!
http://www.facebook.com/events/398109716972279/

||| SEXTA, 28 de junho

(23:00) BABADO - Dia do Orgulho LGBT
http://www.facebook.com/events/548644488506426/

Isso é Educar se bater...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Jean Wyllys critica projeto da "cura gay"

Após passarem por "cura gay", jovens tentam suicídio e carregam traumas

Após passarem por "cura gay", jovens tentam suicídio e carregam traumas

Bob Griffth cometeu suicídio após passar por "cura gay"

A bancada religiosa e o pastor e deputado federal Marcos Feliciano conseguiram na tarde de terça-feira [18] que o projeto de lei que visa autorizar psicólogos a executarem tratamentos que “revertam a homossexualidade” fosse aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Embora o projeto ainda vá passar pela Comissão e Justiça e pela Comissão de Seguridade Social da Câmara, a proposta causou debate.
Conhecida como “cura gay”, a proposta do deputado João Campos [PSDB-GO] causou polêmica ao querer alterar a resolução do Conselho Federal de Psicologia [CPF], que proíbe psicólogos de tentarem mudar a orientação sexual de uma pessoa, com a única razão de a homossexualidade não ser considerada doença desde 1985.
Durante a simbólica votação, o deputado Anderson Ferreira [PR-PE] alegou que a ideia é que pacientes que não se sentem a vontade com a própria sexualidade possam tentar revertê-la e que profissionais tenham liberdade para tratar gays que não querem ser gays. “É direito do paciente procurar atendimento que satisfaça seus anseios. O projeto de decreto legislativo garante o direito ao homossexual a mudar a sua orientação e ser acolhido por um profissional”.
Mas será que eles sabem exatamente do que estão falando? Será que tais procedimentos não prejudicam a vida do ser humano, tal como a do norte-americano Bobby Griffth [foto acima], que cometeu suicídio aos 20 anos, após passar por tratamentos de "cura gay"? 

O NLucon foi atrás de depoimentos sinceros de pessoas que um dia pensaram que pudessem mudar a orientação sexual, que passaram por tais procedimentos e que até hoje carregam traumas. 
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Julianne R: "Há cinco anos, tinha um amigo da faculdade que era da Igreja Batista. Acabei contando para ele que sou trans [ainda não tinha assumido na época] e ele disse que poderia me ajudar, mencionando que a igreja dele tinha uma ‘clínica’ para isso perto de Marília – SP. Então, eu aceitei.
No dia, antes de irmos para a chácara da clínica, me colocaram em uma sala onde ficavam durante um bom tempo falando de Deus e coisas religiosas e fizeram eu assinar alguns papeis que eu nem li. Saímos em uma van com 14 pessoas e viajamos por 40 minutos, até chegarmos ao local.

Havia um casarão grande em construção, sem piso, sem telhado e bem rústico. Então, começou em si o processo. Colocaram-nos em uma sala com carteiras de escolas e eles ficaram horas e horas pregando sobre o tema, de como o homossexualismo era perigoso, como era uma artimanha de satanás para nos levar ao mal e ao inferno, como a sociedade nos iria odiar, como nossa família iria nos adiar... Diziam que não iríamos conseguir emprego, que não teríamos paz, não saberíamos como é bom ter filho...


Depois disso tudo – sem comer ou beber nada – nos colocaram de frente uns aos outros. Não podíamos falar nada, nem dormir, nem desviar o olhar da pessoa a nossa frente. Muitos começaram a passar mal, chorar e teve até uns que “manifestaram”, mas não podíamos sair dali. Então, eu não aguentei mais e pedi para ir embora e eles disseram que eu não poderia sair antes de terminar todo o processo. Deram-nos um pão com geleia e nos colocaram em grupos nos quartos com uma pessoa que nos fazia orar o tempo todo.

No dia seguinte, ficávamos na sala de “aula” ouvindo as pregações novamente e, individualmente, eles nos buscavam e nos levavam para uma sala com TV com filmes pornôs gays. Cinco pessoas ficavam girando em nossa volta, falando que aquilo era nojento, pecaminoso. Foi então que eu disse que não era gay, que eu era trans. Eles ficaram surpresos, ligaram o ferro de solda e ameaçaram me queimar, caso eu falasse algo ou quisesse fechar os olhos.

Eles me trancaram em um quarto bem pequeno e sem janelas, porque, segundo eles, o demônio que estava em mim era pior. Me trancaram lá por não sei quanto tempo e tinha uma gravação de um pastor que dizia coisas do tipo: “É sua culpa o que está acontecendo com você, Deus quer te tirar daí, mas você não o aceita. Você se separou dele, agora passa por tudo isso, é sua culpa, tudo é sua culpa, nós só queremos ajudar você. Mas você preferiu as trevas, é sua culpa, é tudo sua culpa. Jesus morreu por você e você deu um tapa na cara dele, é sua culpa...”.

Depois de muito tempo, me tiraram dali e levaram numa sala cheia de pastores. Fiquei no meio deles e todos se revezavam orando e falando em línguas. Apertavam muito minha cabeça, dizendo para deixar me levar pelo espírito e para “cair”. Não entendi, mas acho que eles queriam que eu desmaiasse, como outras pessoas. Estava tremendo de fome e sede, assustada, não conseguia desmaiar, estava com raiva, medo e desperta para fugir dali.

Daí me jogaram de novo na sala da TV, na sala escura, depois mais oração, mais exorcismo, num ciclo que parecia que nunca ia acabar. Então colocaram umas agulhas bem finas debaixo das minhas unhas que davam choque. Era muito dolorido, uma dor horrível e eu desmoronei. Disse tudo o que eles queriam que eu dissesse, que aceitava Jesus na minha vida, que o homossexualismo era errado, perigoso, pecaminoso, que eu não seria mais assim e que as pessoas iriam gostar de mim.

Assim que disse tudo o que eles queriam, me abraçaram e disseram: “Bem vindo de volta, irmão, graças a Deus está salvo”, “Aleluias, um irmão estava morto e agora vive”, “Nós te amamos”, “Jesus te ama”, “Deus está feliz que você voltou, irmão”.

Fomos embora, eu tive crises horríveis nos dias seguintes, não conseguia suportar aquilo e tentei o suicídio duas vezes seguidas. Afinal, eu passei por tudo aquilo e nada em mim mudou, ao contrário, só tinha piorado, me sentindo mais culpada, mais um lixo de pessoa, eu sentia que todos me odiavam, como eles diziam por lá e eu só queria morrer.

Três anos depois, confessei para um dos pastores que eu não tinha mudado nada. Não demorou muito e um pessoal da Maranata [uma igreja evangélica] fizeram mais e mais exorcismos e disseram que eu é que não queria mudar. Falaram que a legião que havia dentro de mim eles não poderiam tirar e até citaram para a minha ex-sogra aquela passagem da Bíblia sobre um caso que os discípulos de Jesus não conseguiram tirar o demônio e que só Jesus poderia. Isso só fez piorar ainda mais a relação com a minha ex-sogra.

Tempos depois, meu pai morreu e eu não tinha mais um motivo para me esconder. Me assumi trans, mas só consegui falar o que aconteceu lá na “clínica” no começo desse ano. Demorou cinco anos para conseguir falar, pois era muito duro, era como se eu vivesse aquilo novamente. Só de pensar, já estremeço aqui...

Não tem cura o que eles fazem e isso vai me acompanhar o resto da minha vida. Esse processo acaba com sua autoestima, eu caí em depressão profunda, tentei o suicídio 17 vezes no total e não conseguia ficar sem pensar em morrer, porque por mais que eu tivesse abandonado a religião, por mais que eu tenha me convencido que não existe aquele Deus opressor, aquelas palavras “você é culpada”, “todos te odeiam” me perturbava. Ainda hoje eu não saio quase nunca de casa, evito a todo custo. Esse ano, por exemplo, sai de casa duas vezes para ir até a casa das minhas irmãs e duas vezes num cliente que tenho em outra cidade.

Depois daquele processo, passei a ser desconfiada, achando que as pessoas queriam me machucar, fiquei verbalmente violenta contra religiosos. Eu, que era bissexual, passei a ter um medo irracional de homens e, mesmo que eu goste daquele homem X, sinto medo de ficar sozinha com um homem. Dá vontade de fugir sem razão. Fiquei com depressão, não conseguia trabalhar e achava que quem me dava um emprego era por piedade. Passei durante esse tempo em terapia, medicamentos, médicos, etc.

Antes, eu tinha muitos amigos, não era tímida... Mas, depois daquilo, nunca mais vi a vida e as pessoas da mesma maneira...



“Passei por um tratamento de choque com uma psicóloga no Rio de Janeiro. Fui levada por minha mãe aos 16 anos, logo depois de ela pegar um telefonema que dei para minha ex-namoradinha. Ela falou que eu era a vergonha da família, que não criou filha para ser lésbica e que conhecia uma especialista que daria um jeito em mim. Não queria decepcioná-la e acabei indo.
Chegando ao consultório, a psicóloga deu uma ou duas palavras comigo e disse que me faltava referência paterna e que certamente eu estava traumatizada pela separação dos meus pais. Expliquei que dava bem com o meu pai e que o fim do casamento fazia mal, na verdade, para a minha mãe.

Ela explicou que os modelos são importantes, que a sexualidade se dá com traumas de infância e que ainda me faria sentir orgulho por ser mulher. Eu retruquei, dizendo que ser bissexual não me fazia homem. E ela insistiu que, a longo prazo, eu estaria me comportando como uma “caminhoneira” e que isso certamente me faria sofrer.

Fui levada para outra sala e minha ficou onde estava. Lá, ela começou a gritar e a me ofender de todas as maneiras, me chamando de sapatão, palavras ofensivas e eu, me sentindo humilhada por uma desconhecida, comecei a chorar desesperadamente. Daí ela me abraçou e disse com voz suave: “Tá vendo? É isso que você vai sentir se continuar neste caminho”.

Ela me receitou um calmante e orientou que eu me afastasse de todas as minhas amigas lésbicas e amigos gays. Vivia dopada, isolada e não tinha mais vontade de sair de casa, de fazer mais nada. Minha mãe tomava conta de tudo e não saía de perto de mim. Ela voltava a se encontrar com essa psicóloga sozinha e eu tinha consultas esporádicas, mas todas muito traumáticas.

Questionava as minhas intimidades, masturbações e parecia ter uma obsessão pelo pau. Nesta época, havia um menino que gostava de mim e ela aconselhou –praticamente insistindo - para que pensasse direitinho sobre a possibilidade de perder a virgindade com ele. Foi horrível, traumático e ela disse que fazia parte do processo. Durante esse período, não estudei, não saía e todo meu contato era virtual. Sentia um desamor muito grande por minha vida e achava que era um fardo na vida da minha mãe.

Minha só vida melhorou quando minha mãe começou a namorar. Ainda me fez ir nas tortuosas seções, mas abriu mão quando achou que eu estava “curada”. Embora tivesse tentado ser hétero, pude perceber que não há como controlar sentimentos tão espontâneos, como o tesão e amor. E que, apesar de estar diante de uma psicóloga, minha cabeça ficou muito mais confusa”. 


Walter C: “Morava no Rio de Janeiro quando me descobri gay e minha família não me apoiou na época e me enviou para a casa do meu irmão pastor. Logo que cheguei, fui informado que deveria ter uma conduta apropriada para morar com ele e a sua família. Entrei na igreja acreditando que deveria me tratar, pois com tantos conselhos iria “curar” a minha homossexualidade.
Palestra na igreja, reunião particular com o pastor, o líder dos jovens falava que eu deveria namorar uma menina de Deus. Mas eu não conseguia, me sentia menor e era apontado pelos meninos do coral. Tanto que nem subia para cantar no púlpito por me sentir imundo e sujo por pensar em homens.  
Cheguei a ser noivo de uma mulher. Sim, eu, que hoje faço uma drag queen, já fui noivo de uma menina linda, doce, sensível, professora de música, mas que eu não sentia nada, virou minha amiga. Até hoje sinto culpa internalizada dessa época, faço terapia para tirar esses demônios que me aprisionavam tanto.

Jamais um gay deixará de ser gay, assim como jamais um hétero vai deixar de ser hétero. Hoje, sou feliz, me sinto bem em ser quem sou: gay, militante e noivo de um homem lindo.

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Tadeu B: “Logo que minha mãe soube que sou gay, próximo dos meus 17 anos, ela pediu para que alguns irmãos da igreja Congregação Crista no Brasil orassem por mim. Num momento específico, recebi uma oração com as mãos na cabeça com o intuito de tirar um espírito que ‘estava em mim’. Disseram que esse espírito me fazia interessar por homens.

Nem preciso dizer que foi constrangedor e triste para mim. Disse que nada havia mudado e ainda fui culpado por não ter fé o suficiente para ser liberto.
Durante um tempo, fiquei convencido de que eu poderia deixar de ser gay, busquei a tal libertação porque fui convencido de que era errado. Minha mãe pode dizer isso que eu era o mais crente de todos. Me apeguei tanto a igreja, fui tão tão tão fiel as crendices que fazia tratamento até com remédios de depressão, ansiedade e pânico. Tomava quase três remédios de uma vez.
Cresci na igreja evangélica onde o gay é muito discriminado. Na igreja, quem é gay vai automaticamente para o inferno, é condenado e excluído da igreja e do circulo dos irmãos.
Até que tentei me dopar – na verdade, me matar – e misturei todos os medicamentos pesados. Mas só fiquei intoxicado e essa foi a gota dágua. Enquanto outro amigo gay cometeu suicídio, eu me dei conta do que estava fazendo comigo, me veio a forte realidade de como estava vivendo. Eu, que sempre fui questionador, me deixei levar? 

Confesso que a culpa pelos pais é presente, mas deixei de lado e fui para São Paulo, meu bem.Deixei a igreja e até hoje, ao afirmar que sou gay, alguns ‘irmãos’ não me olham mais. Eu não ligo porque sei quão grande é a ignorância deles. Depois de passar por tanta coisa, digo com propriedade: não é possível um gay deixar de ser gay..
Henrique S.: "Não gosto de falar sobre o procedimento de ‘cura gay’ que passei, pois ele desencadeia muitos traumas em minha vida. É algo que me leva a baixa autoestima, o desgosto de passar por uma família que não me aceita e a lembrança de tantas torturas. Aos 17 anos, contei para minha família que era gay, esperando receber apoio, mas o que eu recebi foi muita violência, desamor e um convite para me tratar e me livrar desse mal que, segundo meus pais e irmãos religiosos, era a homossexualidade.

Me levaram para a igreja Católica da cidade e, após um pedido de minha mãe, o padre  sentou para conversar. Muito calmo, disse que o homossexualismo iria acabar comigo por dentro e que a culpa da violência que havia recebido [no caso, fui espancado] era minha. Não concordei, mas fiquei com a sensação de que o errado era eu mesmo, afinal ninguém da minha família falava comigo e, quando falavam, era para algum desaforo. Por que seriam tão ruins?

O padre me deu um livro que eu definhei lendo. Emagreci muito, fiquei abatido e a única a sensibilizar era a minha mãe, que me convenceu a ir a um psicólogo indicado por ‘curar gays’. No consultório, sentamos eu e minha mãe, contei o que estava ocorrendo e ele começou a fazer perguntas que tentassem descobrir algum trauma, alguma razão pela qual eu havia ‘me tornado gay’. Em menos de 10 minutos, ele disse que o homossexualismo era algo aprendido e que eu poderia desaprender.

Das dez perguntas seguintes, nove eram para saber se eu tive algum tipo de experiência com estupro e se a relação com meu pai era traumática. Perguntou: Desde quando você sente atração por homem? E eu: Não sei, acho que desde sempre. Então, ele falou bruscamente comigo, repetindo que isso era algo aprendido e que em algum momento da minha vida eu aprendi.

Fui para casa com remédios para ansiedade e pasmo com a explicação de que sou gay: a obesidade. “Você tem medo de mulheres e se esconde atrás da banha”, disse-me como se tivesse descoberto a roda. A falta de comida e o calmante me fizeram ser uma pessoa com os desejos adormecidos, mas ainda assim, quando pensava em alguém, continuava pensando em homens. Tentei mudar, orava, comprava revista de mulheres peladas, mas só me interessava pelos comerciais de cueca – inclusive um do Edmundo [risos].

Foi então que o psicólogo me deu a Gmagazine e me liberou para comer um pouco mais naquela semana, desde que utilizasse a revista e provocasse o vômito, toda vez que sentisse desejo sexual.  Mas estava tão triste, sem nenhum amor próprio e querendo ser outra pessoa que continuava a comer pouco e me forcei a vomitar várias vezes com a revista, sendo que em uma saiu um alface inteiro com sangue. Naquele dia, me masturbei chorando, perguntando “Por que eu? Com tantas pessoas no mundo, por que sou eu o gay?”.

Passei a estudar mais sobre a questão e vi que a psicologia não encarava o homossexual como doente e que o profissional que tentasse tratar de um gay, tentando fazê-lo hétero, poderia ter até perder a carteira profissional.  Na consulta seguinte, disse isso ao psicólogo e ele ficou branco. Minha mãe gritou: “Tá vendo? Ele não quer se ajudar”. E o psicólogo interveio, mudando o discurso: “Existem pessoas  ego-sintônicas e ego-distônicas, que significa estarem ou não em sintonia com as suas sexualidades. Neste caso, o Henrique é um homossexual ego-sintônico. Não há nada a se fazer”.

O psicólogo tentou uma terapia familiar, mas ninguém da minha família quis ir. Afinal, o doente era eu, né?. Me jogaram em um retiro espiritual da Igreja Católica, me fizeram escrever no grupo de jovens da igreja e me cobravam uma conduta exemplar para a sociedade. Nas celebrações, sempre havia alguma passagem em que falavam que a homossexualidade era um pecado gravíssimo ou diziam constrangedoramente olhando para mim: “Existe um irmão aqui que está com o pecado da homossexualidade, que ele saiba que isso... Vamos orar para a alma dele se libertar”.

Acreditem, a sensação de culpa consome qualquer pessoa, a lavagem cerebral estava me matando, eu queria mudar, me livrar daquela pressão toda, mas não conseguia. O que eu fazia era simplesmente reprimir a minha natureza, contorcendo algo intrínseco, tentando esquecer. Foi então que preparei para me matar. Escrevi uma carta dizendo que não queria viver um personagem e que, já que eu era errado, merecia morrer. Estava tudo preparado, mas eu já não tinha olhos de quem estava vivo.

Naquela noite, recebi uma visita da minha vó materna. Ela, que não era tão carola, perguntou por que eu havia definhado tanto e eu acabei revelando que era gay. Estava pronto para receber mais apedrejamento e ter mais coragem para acabar com aquela dor, mas ela disse: “Eu sei disso desde quando você era pequeno. Você sempre foi assim e eu, apesar de não entender muito bem, te amo da mesma maneira. Aliás, te amo ainda mais”.

Chorei muito e entendi que só o amor cura. Não a homossexualidade, mas a dor do preconceito. Saí de casa pouco tempo depois, comecei a morar sozinho, a pagar as minhas contas e a viver a minha sexualidade. Meus pais não toleram até hoje que eu leve um namorado para casa, eles demonstram estarem preocupados com a minha saúde e nem imaginam o trauma que me fazem carregar até hoje”
 
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