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terça-feira, 20 de maio de 2014

Franceses vão de saia à escola para protestar contra sexismo

 
 
Visto na Folha
 
Uma centena de jovens do sexo masculino compareceu nesta sexta-feira de saia à escola na cidade de Nantes (oeste da França) para fazer uma denúncia simbólica contra o sexismo, uma ação apoiada pelas autoridades educacionais que provocou polêmica.
 
"Minha irmã me emprestou", "minha mãe me emprestou", explicaram os jovens vestindo saias azuis, roxas, lisas ou coloridas, rodadas ou não.
 
Esta operação de sensibilização frente aos problemas do sexismo, na qual uma centena de meninas também participaram, tem como título "O que levanta a saia" e foi lançada por iniciativa dos estudantes, também sendo aprovada pelas autoridades de Nantes.
 
A iniciativa recebeu muitas críticas, principalmente nas redes sociais, de organizações que se opõem ao casamento homossexual, legalizado na França desde maio de 2013, e daqueles que consideram que a diferença entre sexos é uma questão biológica, e não uma construção social.
 
Além de convidar os jovens a usar saias como ato simbólico, a iniciativa pretende criar um espaço de debate entre os jovens sobre este tema nas escolas de ensino médio.
 
Sarah, Ileana, Lea e Anne, todas de saia, discutem em uma roda. "Eu nunca uso saia pra ir à escola, as pessoas te olham e você sabe que falam pelas suas costas...", reconhece uma delas. "Ficamos felizes (de que os meninos usem saias) porque são valentes. Não têm medo do ridículo e isso é admirável".
 

domingo, 21 de julho de 2013

Líder da igreja Sara Nossa Terra aposta que o Brasil ainda terá um presidente evangélico








"O DINHEIRO & VOCÊ" --o título do livro aparece assim mesmo, em maiúsculas. A capa é ilustrada com notas de R$ 50 e R$ 100, pilhas de moedas e o nome do autor: bispo Robson Rodovalho.

"Descubra os segredos espirituais, emocionais e práticos para adquirir riquezas", ele promete na publicação, lançada na Feira Internacional Cristã, da Geo Eventos, empresa da Globo. Rodovalho esteve lá na quarta e posou ao lado do pastor Silas Malafaia, com quem agitou uma manifestação em Brasília, "pela vida", em junho.

O líder da igreja neopentecostal Sara Nossa Terra conta que, ao "estudar a origem do dinheiro", percebeu que lidava com "um bem que já tramitava no meio dos anjos, [pois] Lúcifer tinha, antes da queda, algum tipo de comércio".

Bandeja na mão, uma secretária entra com cafezinhos na sala onde ele conversa com Anna Virginia Balloussier, na sede da igreja. Ainda é cedo, e o prédio de dois andares (mais subsolo) na rua Augusta (lado Jardins), em São Paulo, está fechado com aquelas portas de aço típicas de algum tipo de comércio.
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As salas são separadas por divisórias beges. Dentro de uma delas, Rodovalho diz ter uma "visão administrativa" para a igreja. "Apliquei um princípio de gestão moderno."
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A Sara ficou conhecida no começo dos anos 2000 por atrair famosos como Baby do Brasil, Monique Evans, Leila Lopes e Rodolfo, ex-vocalista da banda Raimundos (todos já fora da igreja; Leila, morta em 2009). Mais recentemente, já foram a cultos a atriz Deborah Secco, Ana Cláudia Rocha (mulher do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo) e Letícia Weber, namorada de Aécio Neves.
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O líder atribui o sucesso nas classes A e B a uma "identificação natural com o traço intelectual" de sua congregação. "Os afins se atraem, né?" Ele se apresenta como "professor, físico e empresário" --bispo, só "de coração".
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Não vê a atividade como profissão. Por isso, diz, não dá salário (só ajuda de custo, de R$ 1.500 a R$ 5.000) para os cerca de 3.500 pastores, "todos com curso universitário", que atendem nas 1.050 unidades da Sara no Brasil.
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O bispo também está na crista da onda quântica. Físico formado pela Universidade Federal de Goiás, ele põe fé na ciência e lançou, no começo do mês, um livro para defender que espiritualidade e pensamento científico frequentem o mesmo lado do balcão.
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Em duas horas de conversa, ele fala com intimidade de Albert Einstein e usa termos como "postulados de Planck" (físico que inaugurou a quântica, em 1900) para fenômenos associados à religião. Já ensinou a disciplina na Universidade Federal de Goiás. Os alunos, conta, não estranhavam. "Viram que você pode ser pastor sem ter uma cabeça dogmática."
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Está com paletó preto (aberto), blusa branca por baixo (gola e punho se destacam) e sapato de couro marrom. Comparado a outras lideranças, Rodovalho é mais diplomático e discreto. Não fez os confessos implantes de cabelo de Malafaia nem usa chapéu de vaqueiro como o apóstolo Valdemiro Santiago --tampouco parece inatingível como o bispo Edir Macedo.
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As bandeiras, contudo, são as mesmas. Ele defende "os direitos civis", mas critica o casamento gay ("não se muda o que é natural, mulher foi feita para procriar com o esperma do homem"). E acha que o projeto de lei 122, de combate à homofobia, "era extremamente discriminatório" ao proibir pregações antigays nas igrejas.
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"Falei mês passado, num seminário conduzido por Jean Wyllys [deputado federal que defende os direitos dos homossexuais], a uma plateia só de gays: 'Gente, vocês têm liberdade graças a um país cristão, tolerante. Agradeçam ao cristianismo, base da democracia'."
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Como outros evangélicos, também aponta preconceito na forma como a imprensa lida com o dízimo. "Acho que são mais guerras de segmentos. A mídia não é inocente, está a serviço do capital."
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No site da Sara Nossa Terra, a animação de uma abelha com sardas e bochecha rosada convida: "Clique aqui para doar" (mínimo de R$ 30).
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Ao lado de sua mesa está uma intocada caixinha com água de coco industrializada. Antes, fosse vodca ou água de coco, tanto fazia para o jovem Rodovalho, filho e neto de plantadores de soja "de médio porte" em Anápolis (GO), onde nasceu.
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Numa pós-hippie "vida de adolescente, de gente perdida, sem orientação", consumia de tudo um pouco. "Maconha, muito álcool... A gente fazia chá de cogumelo." Coloca duas colheres de açúcar em seu chá atual --hortelã--, servido numa xícara branca com desenho de flor, e segue: "Andava com um revólver, calibre 38, na cintura".
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Um dia, ainda na adolescência, a tragédia. Estava caçando com outro rapaz, espingarda na mão. "A arma disparou, o pai dele estava atrás, o tiro pegou nele." O homem morreu. Não houve processo legal. Mas Rodovalho sentiu "muito desespero" e pouco conforto na religião da mãe, espírita (na fazenda eram frequentes rituais com sacrifício de aves e bodes). Aos 15 anos, ingressou na Igreja Presbiteriana. "A única coisa que eu sabia é que era muito bom ler a Bíblia e muito gostoso orar. Ah, não precisava de droga, de bebida, de nada."
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Há 21 anos, mudou-se para Brasília e fundou a Sara Nossa Terra --hoje liderada por ele e pela mulher, a bispa Maria Lúcia. Eles têm três filhos e cinco netos.
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Foi deputado federal, pelo DEM. Apresentou projetos solicitando da criação do Dia do Bombeiro à proibição do uso de documentos psicografados como prova judicial. Aprovou leis como a que permite o uso da Lei Rouanet para a música gospel.
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Seu gabinete em Brasília, todo de vidro, chamou a atenção do deputado Clodovil. Imita o colega, morto em 2009: "Rodovalho, você é o único que me dá atenção". Após "uma decepção forte", ele diz ter desistido da vida parlamentar. Apoiou a eleição de Dilma Rousseff "porque o país foi dirigido pela direita a vida inteira". E responde que, sim, um dia o Brasil terá um presidente evangélico. "É natural, né?"
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Hoje se dedica à carreira artística -ele é cantor gospel, tem rádios e uma rede de TV, a Gênesis. É intérprete de canções como "Fogo e Paixão". Enquanto Wando falava de "raio, estrela e luar", o pop de Rodovalho homenageia Jesus, "raio de alegria que veio me encontrar". A família vive entre Brasília e o apartamento de Perdizes, em SP.
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Em 2012, fechou contrato com a Som Livre, gravadora da Globo, e visitou o Projac com uma trupe de pastores, escoltado por Amauri Soares, então coordenador dos projetos especiais da emissora. Acompanhou a gravação da novela "Salve Jorge".
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"No final dessa novela, mandaram um torpedinho pra mim: 'O último capítulo tem uma surpresa'." Uma das vilãs se redimiu virando evangélica, assim como a Carminha em "Avenida Brasil".
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Antes, "quando [a Globo] se lembrava de evangélicos, era sempre caricatura de outro mundo, uma pessoa muito fanática, meio ET".

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Versões - Preconceito - Muito Bom

Por trás de discursos de diversos setores da sociedade, esconde-se um terrível preconceito. Muitas vezes, ele não é percebido nem por seus interlocutores. As verdadeiras aversões do povo brasileiro são aqui tratadas através de inversões. As contraversões dos discursos tornam-se mais claras quando mudam seus alvos. Fazendo do comum, bizarro, pretende-se mostrar uma outra versão do natural, que é, também, uma alteração.

Curta produzido em 2007.2 para a ECO - UFRJ

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é lindo! - Realização de Católicas pelo Direito de Decidir



O amor é a coisa mais linda da vida. Todos nós estamos aqui para fazermos coisas bonitas pelo outro, e para amar e ser amado, ou amada. Todas as pessoas têm o direito de amar e ser amadas. E todas devem ser respeitadas.

Roteiro e direção de Elisa Gargiulo.
Realização de Católicas pelo Direito de Decidir
Apoio Elas - Fundo de Investimento Social

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Conheça PROJETO DE LEI Nº 727 - PROJETO DA DEPUTADA LECI BRANDÃO CONTRA DISCRIMINAÇÃO HOMOFÓBICA


Foi aprovado mais um Projeto de Lei da Deputada Estadual LECI BRANDÃO PL Nº 727 de 2011 que altera a Lei 10.948 de 2001 (que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à pratica de discriminação em razão da orientação sexual).

O projeto amplia o atendimento - que antes era feito apenas pela Secretaria da Justiça em sua sede em SP - aos Municípios e Câmaras Municipais através de convênios a serem firmados com os mesmos. Tornando o combate a discriminação homofóbica mais abrangente,eficaz e em todo território paulista.

Na integra Projeto aprovado.

PROJETO DE LEI Nº 727, DE 2011

Altera a Lei nº 10.948 de 5 de novembro de 2001, que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:

Artigo 1º - A Lei nº 10.948 de 5 de novembro de 2001, fica acrescida do seguinte artigo 5º-A:
“Artigo 5º-A - A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, para cumprir o disposto nesta lei e fiscalizar o seu cumprimento, poderá firmar convênios com os Municípios, com a Assembléia Legislativa e com as Câmaras Municipais”.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

A população LGBTT, vítima do preconceito e da violência, residente nas periferias e nas cidades do interior, encontra dificuldades para deslocar-se até a Capital de São Paulo e acompanhar o processo administrativo na sede da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Com a formalização de acordos com municípios do Estado, a aplicabilidade da Lei 10.948/01, de combate à discriminação homofóbica, terá eficácia mais abrangente, vez que a denúncia do cidadão poderá ser acompanhada próximo da sua localidade.

Há um convênio firmado entre a Secretaria da Justiça e a Procuradoria Geral do Estado, prevendo que denúncias de discriminação homofóbica, ocorridas nas cidades do interior de São Paulo sejam processadas pelas Procuradorias Regionais, evitando o deslocamento das vítimas até a Capital. Após preparação dos processos, eles seguem para julgamento na Comissão Processante Especial, instalada em São Paulo.

Ocorre que as procuradorias regionais existem apenas em 28 cidades e o Estado possui ao todo 645 municípios.

As leis só são respeitadas e eficazes quando a sociedade se apropria delas.

É nestes termos que apresento o presente projeto de lei, na expectativa de contar com o indispensável apoio de meus Nobres Pares.

Sala das Sessões, em 5/8/2011


Leci Brandão 

Fonte:

Cartilha Contra a Intolerância Religiosa Cartilha contra a intolerância religiosa produzida pelo CEN em 2009

Acesse o link e tenha e veja a cartilha:
http://issuu.com/marciogualberto/docs/cartilha_versao_final

segunda-feira, 20 de maio de 2013

“Lei de Busca Imediata”

De acordo com a Lei nº 11.259/2005 conhecida como “Lei de Busca Imediata” não é necessário esperar 24h para registrar Boletim de Ocorrência por desaparecimento. Em fevereiro de 2010 a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Justiça e com o apoio da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidas, desenvolveram o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidas. O Cadastro consiste em um banco de dados alimentado com informações sobre crianças e adolescentes desaparecidos, incluindo as pessoais, como também as informações relativas à identificação civil e à imagem. O objetivo é resguardar os direitos humanos de crianças e adolescentes visando ampliar um esforço coletivo para a busca e localização dos desaparecidos. Para cadastrar um desaparecido 

O Racismo Visual no Currículo Lattes.



por marcos romão

Minha avó sempre me dizia para não procurar chifre em cabeça de cavalo. Ela desconhecia, que o paquiderme palomino do racismo brasileiro, possui um chifre invisível, que distribui chifradas nas horas que você baixa a guarda.
Feliz, em uma manhã de segunda-feira, comecei a registrar a minha cor em meu “Currículo Lattes”, no Portal do CNPQ, a porta visual da nata profisional e produtora do conhecimento do meu imenso Brasil.
Já não era sem tempo. Sociólogo  há 35 anos, com registro profissional nº 99 na carteira de trabalho e negro há mais tempo, morro de curiosidades em saber a cor dos outros primeiros cem sociólogos, que tiveram o privilégio de poderem exercer a profissão, assim que ela foi reconhecida pelo governo brasileiro, ainda em plena ditadura militar.

Saber a cor dos meus parceiros de profissão é uma curiosidade científica, mas sobretudo afetiva e política.
Minha turma na UFF formou-se em 1978. Éramos éramos tres negros que cursavam a egrégia e perseguida, escola fluminense de ciências sociais, que cultivava as mentes, dos futuros produtores do conhecimento de meu país. Nossa turma teve como homenageado, o AI5, que não precisou ser convidado, pois sempre esteve presente.
Éramos uma Marlene e dois Joãos, Oliveiras, Paivas e Romãos. Todos pertencentes à plebe ignara, que assanhada, começava a falar  por todo Brasil, que era negra e vinha para balançar o coreto da academia dos brancos contentes consigo mesmo.
O outro João não estava lá, soube que completou o curso depois. Carioca do subúrbio, teve problemas com os costumes racistas de Niterói, minha cidade natal.
Foi namorar logo a filha de um juiz, que apesar de esquerda, era um juiz de Niterói. Dançou, pois ficou visível demais. Nós negros não caíamos pela politica, fichinhas que éramos, bastava plantar um dólar de maconha em nossos bolsos, para aniquilar nossas carreiras. Todos fumavam, mas ó nós dançávamos por sermos “maconheiros plebeus” metidos a dormir com as filhas dos fidalgos.
Fiquei feliz em saber anos atrás, que o meu amigo João completara o curso depois da cadeia foi para São Tomé. A ONU e o “exílio permanente” sempre arranjam um emprego para os cérebros negros brasileiros, ainda bem. Está vivo, creio eu.
Marlene de Oliveira, mulher e negra, não teve a nossa sorte de homens negros, que aprenderam os truques para enganar o racismo  acadêmico e chegar aos 60 cheios de gás para continuarem pensando . Marlene morreu.
Fundadora do grupo produtor de novos conhecimentos sobre o Brasil, o ” Grupo de Estudos André Rebouças” da UFF, ela que era a grande acadêmica entre nós três, morreu de pós-parto e sangramento na flor da idade.
Fruto do investimento de gerações seculares, a mulher negra e acadêmica Marlene, morreu como morrem milhares de negras, por incúria e racismo institucional dos hospitais.
Solidária como sempre, acadêmica, continuou negra e morreu como uma igual. Abandonada pela sistema, que nunca reparou que ela existia.
O racismo brasileiro, está melhorando. Melhorou pois mostra a sua cara, ou as suas mãos sempre lavadas da omissão.
A omissão dos produtores do conhecimento no Brasil em relação ao racismo e as desigualdades raciais é tão gritante, que não bastam números, estatísticas e denúncias para fazê-los acordarem.  A impressão que se tem é que não querem mesmo ver o racismo. Ver o racismo é ver como agem os produtores de textos e de artes visuais e responsáveis por suas edições (friso isto para que não culpem seus estagiários da programação).
Racismo no Brasil existe e chifre em cabeça de cavalo cientista também. Minha avó e a cientista social Marlene de Oliveira, se vivas, poderiam confirmar:
Na chamada principal do portal feito pelo CNPQ, para que  anunciemos ao mundo a nata da produção epistemológica brasileira, o CNPQ nos demonstra o racismo institucional, que de subliminar, só tem o cavalo, pois o chifre está escancarado.
Na página do CNPQ aparecem cientistas brancos, estudantes com olhares inteligentes também brancos, mãos brancas que digitam nossos destinos e um negro de outro planeta, que sentado, sorri agradecido, sob o o olhar condescendente de um professor branco
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Fonte: