quarta-feira, 29 de maio de 2013

Primeiro Dicionário de Políticas Públicas no Brasil pode ser acessado pela internet

Capital social, Estado de Direito, Gestor Público,  Esfera Pública...Como reunir os principais conceitos de políticas públicas em um só lugar? A partir desse mote, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) divulgou, no final de 2012, o primeiro dicionário de Políticas Públicas do Brasil.


De acordo com nota publicada no site da UEMG, diferentes autores trazem no documento "reflexões significativas  nas diversas áreas em que atuam, sejam elas sociais, políticas e econômicas". O material pode ser útil tanto para estudantes, pesquisadores, quanto para qualquer pessoa interessada na "gestão pública contemporânea e suas relações internas e externas".

políticas públicas verbete livro dicionário

A obra foi organizada pelos professores Carmem Lúcia Freitas de Castro, Cynthia Rúbia Braga Gontijo e Antônio Eduardo de Noronha Amabile da Faculdade de Políticas Públicas Tancredo Neves.
O dicionário reúne conceitos teóricos e exemplos práticos. Para consultá-lo online, acesse aqui.
 
*com informações da UEMG

Fonte:

Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional




Está disponível para download o Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional. Além de informações sobre o racismo institucional, o Guia traz uma série de perguntas e um passo a passo para que as intuições públicas sejam capazes de identificar problemas relacionados a esse comportamento.

Lançado em 9 de maio em Brasília, o documento resulta de um processo de construção coletiva que agregou organizações feministas e antirracistas brasileiras, o Governo Federal e o Sistema das Nações Unidas no país, no sentido de contribuir para o enfrentamento do racismo institucional.

Clique aqui para acessar o documento completo! 




http://cfemea.org.br/images/stories/pdf/guia_de_enfrentamento_ao_racismo_institucional.pdf

Feliciano responde a convite do Festival Mix Brasil: disse que vai comparecer

A agência de publicidade Neogama teve uma ideia provocativa para divulgar o 21º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, que acontece em novembro: fez um anúncio de página inteira como se fosse um convite para que o pastor Marco Feliciano compareça ao evento.

Ele respondeu: disse que vai. Considerou a iniciativa uma ironia fina e inteligente, e ainda atentou ao fato de que custou uma página de jornal. E continuou, afirmando que “um festival que, de forma ordeira e pacífica, levanta a bandeira da diversidade, merece nosso respeito e compreensão, pois, se queremos que respeitem nossas posições, devemos reciprocidade.”

Veja abaixo: primeiro o anúncio, depois a resposta do pastor na íntegra.
A seguir cenas dos próximos capítulos.

Anúncio em forma de convite, a que Feliciano respondeu, aceitando

Aos senhores organizadores do 21º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade
Senhores,  quando a ironia é fina, inteligente e custa uma página de jornal, devemos sim refletir, portanto, aceito o convite feito por vossas senhorias através do anuncio no jornal Folha de São Paulo. Um festival que, de forma ordeira e pacífica, levanta a bandeira da diversidade, merece nosso respeito e compreensão, pois, se queremos que respeitem nossas posições, devemos reciprocidade.
Minha origem cristã não repudia a diversidade. Jesus disse: – “Ide e preguai (sic) o evangelho a  todos” e o Apóstolo Paulo, mandou que dessem atenção aos gentios em primeiro lugar.
Sempre devemos estar em reflexão, é inerente ao ser inteligente, criado a imagem e semelhança de Deus, amando-O sobre todas as coisas e o nosso próximo como a nós mesmos.
Respeitar a diversidade não quer dizer que devamos renunciar as nossas convicções a respeito de temas sejam eles os mais polêmicos, evitando sempre o confronto, a não ser de ideias.
Reafirmo que, quando alguém não pensa exatamente como nós, não significa que sejamos inimigos, antes de tudo, somos filhos do mesmo Deus.

Pr. Marco Feliciano
Deputado Federal PSC/SP
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Saiba como denunciar Homofobia no estado de São Paulo



Quem quiser saber mais ou realizar denuncia de discriminação em função de orientação sexual ou identidade de gênero clique no link


Vai aparecer a pagina do governo do estado na coordenadoria de políticas publicas para a Diversidade Sexual com as seguintes informações:



Você foi vítima de homofobia? Denuncie:

  O QUE É?

A Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual (CDS) foi criada 2009 com o objetivo de elaborar políticas públicas para a promoção dos direitos da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - LGBT. A Coordenação conta com o apoio do Comitê Intersecretarial de Defesa da Diversidade Sexual, composto pelas secreta- rias do Estado de São Paulo.

O QUE FAZ ?

A Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual promove, elabora, coordena, desen- volve e acompanha programas, projetos e atividades, visando a efetiva atuação em favor do respeito à dignidade da pessoa humana da população LGBT, independente da orientação sexual e da identidade de gênero.

Uma das frentes de atuação da Coordenação é receber e encaminhar denúncias de discri- minação por orientação sexual e identidade de gênero, com base na Lei Estadual 10.948/01, além de dar encaminhamento às denúncias de discriminação contra os portadores do vírus HIV ou pessoas com AIDS, com base na Lei Estadual 11.199/02.

Com o objetivo de combater a homofobia, a Coordenação promove campanhas e palestras de divulgação das referidas legislações e de outros marcos legais referentes ao segmento LGBT. Também desenvolve projetos de capacitação e formação a partir da temática “Direitos Humanos e Diversidade Sexual”, envolvendo servidores públicos do Estado de São Paulo. A coordenação é responsável ainda por monitorar e acompanhar o cumprimento das metas e ações que compõem o Plano Estadual de Enfrentamento à Homofobia.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Campanhas de divulgação e incentivo às denúncias, acolhimento e encaminhamento dos casos de discriminação homofóbica, com base na Lei Estadual 10.948/2001;

Parcerias institucionais com a Procuradoria Geral do Estado, Secretaria da Saúde e Defensoria Pública do Estado de São Paulo para promoção das leis estaduais 10.948/01, que pune a discriminação homofóbica, e 11.199/02, que pune a discriminação aos portadores do vírus HIV ou às pessoas com AIDS;

Apoio à realização de Paradas do Orgulho LGBT no Estado de São Paulo, por meio do diálogo institucional com as Polícias Civil e Militar, bem como de outras iniciativas dasociedade civil;

Promoção do respeito aos direitos de cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, através da capacitação de servidores públicos do Estado de São Paulo.

Legislações

Lei 10.948/01 - importante lei para o segmento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), já que pune a discriminação homofóbica em razão da orientação sexual ou identidade de gênero.

Decreto 55.588/10 - assegura às pessoas transexuais e travestis o direito à escolha do nome social pelo qual querem ser chamadas nos órgãos públicos do Estado de São Paulo.

Decreto 55.587/10 - institui o Conselho Estadual de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais-LGBT, órgão deliberativo e consultivo para elaborar e avaliar políticas públicas destinadas à efetiva promoção dos direitos deste segmento.

Lei 11.199/02 - proíbe a discriminação contra os portadores do vírus HIV ou pessoas com AIDS.



CONTATO

Coordenação de Políticas Para a Diversidade Sexual
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
Pátio do Colégio nº 148, térreo, Centro - São Paulo/ SP - Cep: 01016-040
Tel: (11) 3291 2700
E-mail: diversidadesexual@sp.gov.br





Filhos revelam como é crescer em lar com pais gays

Como é ser criado por um casal homossexual? Há diferenças em relação à família de pais ditos "normais" ou "heteronormativos" (no linguajar politicamente correto)? Às vésperas da Parada Gay de São Paulo, que acontece neste domingo (2), três jovens contaram ao UOL como é crescer em um lar com pais gays.
Ana Karolina Lannes, 13, é atriz de novela da TV Globo e, junto com a fama, teve de enfrentar ainda criança a fofoca midiática a devassar sua vida íntima e a revelar que é criada por um casal de gays. "Chorei ao ouvir um locutor do Rio criticar meus pais e falar que eu ia virar lésbica. Ainda colocaram entrevistas com pessoas com a mesma opinião. Não é justo o que fizeram comigo", conta a atriz mirim, com os olhos marejados.

pós a morte da mãe quando tinha quatro anos, Ana Karolina, que não foi reconhecida pelo pai biológico, acabou adotada pelo tio, Fábio Lopes, que lutou judicialmente pela tutela da sobrinha sem esconder sua condição de homossexual e vivendo maritalmente com João.
Já Bill Sousa descobriu que era gay quando já estava separado da mulher e com uma filha pequena para criar. Bianca Sousa, 16, soube com cinco anos de idade que um amigo do pai era algo mais que isso. "É difícil explicar para uma criança, mas ela logo pescou. `Ah, é que nem o Clodovil, né?´, ela me disse. Eu dei risada", lembra Bill.

Bill casou-se logo que chegou a São Paulo vindo do Maranhão. O casamento não deu certo, mas dele nasceu Bianca. Logo depois ele foi morar com um parceiro, que tinha ciúmes da menina. "Um dia ele falou: `ou ela ou eu´. Ele sabia a resposta e foi embora", recorda o pizzaiolo

Já Bruna Salatiel, 21, define como "pãe" tanto Rosangela, sua mãe biológica, quanto Aparecida, a parceira materna há duas décadas. Bruna é fruto de um romance com um rapaz quando Rosangela  ainda se dividia entre seus desejos e a pressão da família e da sociedade.
Bruna assumiu sua homossexualidade ainda adolescente, e, mesmo como as mães lésbicas, teve dificuldade de assumir sua condição. "É uma situação complicada mesmo minha mãe sendo. Mas ela já desconfiava e brincou comigo: `sua sapatão´", conta Bruna, que organizou recentemente o casamento de suas mães e virou colunista em um blog especializado.

(*colaborou Noelle Marques, Luciana Piotto e Edilson Saçashima)






Fonte:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/05/29/filhos-revelam-como-e-crescer-em-lar-com-pais-gays.htm

Cultura do estupro, medidas paliativas do governo e as redes sociais como espelho da sociedade

Muito tem se falado de cultura do estupro. E muito tem se negado sua existência. É comum ver o discurso de que mulheres precisam “se dar o respeito”, “vestir-se decentemente” ou “não se portar como uma vagabunda” para evitar o crime. Essa é a famosa culpabilização da vítima, um dos recursos mais usados e bem aceitos na cultura do estupro.
A questão é que estupros acontecem em países em que mulheres vestem burcas. Estupros acontecem no exército e na marinha, com mulheres uniformizadas respeitando normas rigidas. Com mulheres que acabaram de sair da igreja. E pesquisadores dizem que o estuprador tem desejo por poder, não só pelo corpo feminino. O sexo é um detalhe, a subjugação é o clímax.

A cultura do estupro se dá quando a mídia, por exemplo, exibe anúncios em que mulheres são violentadas como se isso fosse algo normal. O site Business Insider lista, regularmente, anúncios que estimulam ou desqualificam a violência contra a mulher. Em um deles, do governo do Egito, representa a mulher por meio de um pirulito com plástico e outro sem, sendo atacado por moscas (representando o homem), com a seguinte frase: "Você não pode parar (as moscas), mas pode proteger-se".



Ao mesmo tempo que grupos lutam para discutir o exemplo social dado a meninos e a cultura que desqualifica a liberdade feminina e dá liberdade para que o homem acredite que nunca poderá receber um não como resposta, o número de casos de estupro, em São Paulo, por exemplo, bateu recordes com uma média de 37 casos por dia. TRINTA E SETE mulheres sofrem abuso sexual POR DIA. Assustador, não?




Resolver o problema não é simples. É necessário mudar uma cultura ligada a interesses financeiros e de controle de massa. Uma cultura que prefere deixar as pessoas ignorantes, odiando umas as outras, para que não se importem com problemas grandes de interesse comum. Mas enxergar o problema e começar trabalhos para transformar a realidade é a saída.
No entanto, ao invés de mostrar que o estupro é errado e que estupradores serão punidos severamente, o governo de São Paulo resolveu criar uma cartilha para que a mulher se proteja. É claro, a vítima deve ser responsável para evitar seu abuso – que em grande parte dos casos é feito por pessoas conhecidas e do seu convívio. Quão maluco é tudo isso?
Imagine que você está atravessando a rua, na faixa e com o farol de pedestres verde, é atropelado. Jogado a uma distância assustadora, tem diversos ossos quebrados e sequelas para o resto da vida. As autoridades dizem, diretamente a você, enquanto você ainda sente as dores, ali, no chão, que o motorista que fez isso está errado, mas que você deveria ter prestado mais atenção antes de passar por ali. É assim que é tratada uma mulher vítima de estupro.
A tal cartilha terá ainda um perfil do homem que estupra, criado a partir de estudos. O que me soa bastante perigoso, já que você, homem correto, pode se parecer com um estuprador e passar a ser alvo de medo feminino.
Nós, mulheres, sabemos como nos proteger. Sabemos que andar por uma rua escura e sozinha não é aconselhado por especialistas em segurança. Mas quem vai nos buscar no ponto de ônibus depois da faculdade? Quem vai passar a noite toda, na balada, ao nosso lado, impedindo que babacas nos puxem pelo braço ou pelo cabelo? Devemos aprender a lutar para agredir quem fizer isso? Deixar nossos estudos, trabalhos e diversão de lado? Nos tornar violentas, agressivas e desconfiadas porque a sociedade prefere isso a tirar os privilégios que seus homens têm? Não é o que queremos.
Em uma sociedade igualitária homens e mulheres têm os mesmos direitos e deveres, as mesmas liberdades, o mesmo respeito. Isso a gente quer. A gente quer não ter medo. Queremos poder andar o caminho para casa pensando na vida e não no momento em que alguém vai aparecer do nada e nos assediar.
Nos últimos dias postei aqui na coluna uma pesquisa que diz que homens enxergam mulheres de biquini como objetos. Os comentários, assustadores como de costume, diziam que se a mulher está mostrando o corpo é assim mesmo que será vista, mas poucos se atentaram para a parte mais assustadora do texto: ele diz que quando certos homens veem a pele feminina passam a ignorar seus direitos e vontades, acreditando que ela é apenas um objeto para satisfazer seus desejos e fantasias. Essa é a base da cultura do estupro sendo inserida no cérebro das pessoas. A ideia de que suas vontades são superiores a vontade do outro. É aí que nasce o estuprador.
Quando falamos sobre esse assunto muita gente diz que é exagero, mas se formos ver o que acontece nas redes sociais, o espelho da nossa sociedade na internet, ficamos assustados. O Facebook, rede mais popular do mundo, tem passado por retaliações sem fim. Sua política de deletar conteúdo ofensivo ignora totalmente apologias ao estupro.
Na última semana um vídeo que mostra uma garota de 12 anos sendo estuprada por três adolescentes ficou na rede por um bom tempo antes que a enxurrada de e-mails conseguisse convencer a equipe de Zuckerberg o quão impróprio o ofensivo era aquilo.
Nesse meio tempo, pessoas de todo o mundo, compartilharam as imagens ofensivas com as quais têm sido bombardeadas diariamente, sem pedir. Os anúncios da rede colocam páginas que glorificam a violência contra a mulher ao lado de grandes empresas que lutam por seu bem-estar. As empresas já começaram a pressionar o Facebook para que imagens desse tipo sejam tiradas do ar o mais rápido possível e que a vista grossa sobre elas acabe.
Banalizar o discurso da violência é o mesmo que glorifica-lo. É mostrar que, no mundo real ou virtual, você não será punido ao violentar – sexualmente ou não – uma mulher. A liberdade de expressão não abre precedente para que o discurso de ódio seja aceito, eles são coisas bastante diferentes. Assim que sua liberdade passa a ofender e machucar outra pessoa, ela se torna crime.
Enquanto aceitarmos que a luta contra a violência seja desqualificada nos meios de comunicação, que as punições sejam em relação a vítima, que é cerceada de seus direitos, e que os projetos contra estupro e abuso sejam focados no comportamento das vítimas ao invés de educar e punir os culpados, estaremos apostando em uma sociedade em que o ódio é a moeda de troca aceita.


Nós precisamos de ações concretas e não pedaços de papel nos dizendo que as culpadas somos nós, por viver em uma sociedade hipersexualizada e que torna os desejos sexuais do outro mais importantes do que nossa vontade e direitos.

Fonte:


Prefeito proíbe homossexuais em cidade do Paraná

O prefeito de Bocaiúva do Sul, Élcio Berti (PFL), assinou hoje um decreto proibindo que homossexuais vivam na cidade, a 40 quilômetros de Curitiba, ou melhor, proibindo "a concessão de moradia e a permanência fixa de qualquer elemento ligado a esta classe (homossexuais), que não trará qualquer natureza de benefícios para este município", como diz o decreto.


De acordo com o prefeito, a decisão de editar o novo decreto foi tomada depois que ele recebeu a ligação telefônica de um homem que queria morar no município com o namorado.
"Nossa preocupação é muito grande, quanto às crianças, quanto às famílias bocaiuvenses. Nós não podemos aceitar qualquer coisa em nosso município. A grande verdade é que tomamos um posicionamento", disse Berti, em entrevista à CBN. Para o prefeito, essa é uma "tentativa de ridicularizar a instituição do casamento como instituição natural para a geração e educação de filhos".

O prefeito disse que não é com homossexuais que a população do município irá aumentar. "Não é isso que nós queremos. Nós queremos uma população sadia, de trabalho, de futuro. Então por isso tomamos essa decisão no dia de hoje", disse na entrevista.

O prefeito já é acostumado em tomar decisões polêmicas. No ano passado, ele anunciou a construção de um Ovniporto, com a intenção de atrair extraterrestres. Berti também já distribuiu pacotes de amendoim para aumentar a população da cidade (9 mil habitantes) e também já tentou proibir o uso de camisinhas e cigarros na cidade.

fonte:

terça-feira, 28 de maio de 2013

Fux nega pedido do PSC que pedia suspensão de casamento gay em cartório


por Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília 

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux negou nesta terça-feira (28) o pedido do PSC (Partido Social Cristão) para suspender a decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o casamento gay.
Fux determinou que o processo seja arquivado porque entendeu que o partido usou um instrumento inadequado para questionar a resolução. A legenda apresentou um mandado de segurança quando deveria ter sido uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). O ministro argumenta que a resolução do conselho "qualifica-se como 'lei em tese', razão por que não se submete ao controle jurisdicional pela via do mandado de segurança".

O partido, do qual faz parte o deputado federal Marco Feliciano (SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, alegava que a resolução do CNJ não tem validade porque não passou pelo devido processo legislativo.

Segundo o PSC, o presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, que exerce também a presidência do STF, agiu com "abuso de poder" ao impedir que parlamentares debatessem o assunto.

Pela decisão do CNJ, os cartórios não podem se recusar a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo nem a converter união estável homoafetiva em casamento, como ainda acontecia em alguns casos.

Para Barbosa, que é autor da proposta, a medida tem como objetivo dar efetividade à decisão de 2011 da Suprema Corte que autorizou união estável homoafetiva.

Segundo o conselho estava "removendo obstáculos administrativos de uma decisão do Supremo que é vinculante [válida para as demais esferas do Judiciário]".

CONHEÇA OS PAÍSES ONDE O CASAMENTO GAY É AUTORIZADO

Fonte:


Ogun – Outras vozes

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Imagem: Eduardo  Pedras
Ogun foi chamado para guerrear. Limpar o mundo antes dos seus irmãos chegarem.

Serão muitas lutas e sem tempo para encerrar.

Talvez toda uma vida.

Ou duas.

Ou até todas.

Irê, sua aldeia, fica triste, mas não desamparada.

Não querem que vá, mas sabem de sua determinação. Sua natureza.

Lamentam dançando na noite anterior à ida.

No meio dos festejos, ele pede ao filho, que será o novo Oni, que todos os seus dediquem um dia em sua homenagem. Um dia que devem jejuar, não olhar para o horizonte e manter o silêncio. Devem orar para que tenha força, para lhe dar coragem. Para nunca se esquecerem dele.

Aceita.

Aceitam.

Òrun nasce, ele grita e vai.

Nos primeiros tempos ele se torna grande, muito maior do que o baobá, e guerreia contra todos os flagelos dos homens.

Depois se torna sete e parte para todos os cantos, para cima por baixo e entre. Luta contra todas as naturezas. Abre caminhos

Sabendo o mal dos corações, se torna pequeno. Os inimigos dos irmãos caem.

Também peleja contra a sua preguiça de lutar. Alguns amigos pelos inimigos se entregam. Abre caminhos para os irmãos.

Pune, retalha e se consome. Alguns inimigos fogem enquanto ele sente falta de Oya que foi se ter com Xangô.

Dilui as trevas com suas ferramentas.

Limpa e sujam.

A luta também cansa.

Um dia pela saudade cai. Quer ir para poder voltar. Quer rever, quer dançar com os seus.

Volta.

Ogun vem mais magro. Quer estar em Iré. Quer estar em sua terra.

Chegando à primeira cabana pede água.

Ninguém o atende.

Entra e encontra todos, a família, sentada, olhando para o chão. Pede comida. Nada.

Imagina que por estar sujo.

No riacho se purifica.

Na próxima cabana encontra a mesma mudez.

Chega na aldeia.

Homens, crianças e mulheres andam devagar e cabisbaixos.

Não o reconhecem!

Acredita que não o querem ali.

Esqueceram de seu rei!

Lutou em vão pelo seu povo!

A ira sai.

Sua fúria dá força aos seus braços. Faz de sua espada, raios, trovões e ventos.

Todos os ingratos morrem. Somem. Sem falarem nada. Sem gemerem.

Na mata, cessa o desejo. Dorme.

Dia seguinte encontra os seus filhos.

Não estão alegres em vê-lo.

Contam que não puderam defender a aldeia no em dia que cumpriam o desejo de Ogun.

Ogun grita.

Sua ira vem sem pedir. Vem com o remorso. Vem contra ele.

No segundo grito enfia sua espada no chão que se abre.

Ogun entra e some.

Sobre Plínio Camillo

Nasci em 26 de novembro de 1960. Aos três anos descobri que as letras tinham significados. Aos cinco, a interrogação. Aos nove, não era sintético. Aos 12, quis ser espacial. Aos 15, conquistei a exclamação. Aos 17 vi os morfemas. Aos 20 estava no palco. Aos 22 me vi como um advérbio. Aos 25 desenredei a Lingüística. Aos 27 redescobri as reticências. Aos 30, a juventude. Aos 35 recebi o maior presente: Beatriz Camillo, aquela que me trouxe a felicidade. Aos 40 desvendei uma ligeira maturidade. Aos 41 voltei para Sampa!!!. Aos 45, recebi o prazer de viver em companhia. Aos 50 anos, uso óculos até para atender telefone. Hoje: escrevo.

Fonte:
http://coletivoclaraboia.wordpress.com/2013/04/26/ogun-outras-vozes/


Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte gravam música sobre casamento gay

Os cantores Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte compuseram uma música para demonstrar apoio ao casamento gay, intitulada "Joga Arroz".

A faixa já foi gravada e será colocada na internet a partir das 10h de quarta-feira (29), no site do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e nas páginas oficiais de Brown, Marisa e Arnaldo.
A música é parte da campanha Casamento Civil Igualitário, idealizada por Jean Wyllys.

Marisa Monte, Carlinhos Brown (centro) e Arnaldo Antunes, em imagem de 2003
Marisa Monte, Carlinhos Brown (centro) e Arnaldo Antunes, em imagem de 2003

A regra do Conselho Nacional de Justiça que obriga os cartórios de todo o país a registrar casamentos entre casais do mesmo sexo passou a valer neste mês, no dia 16.
A partir desta decisão do CNJ, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo passa a ser legal em todo o Brasil, com os mesmos requisitos e com os mesmos efeitos de um casal heterossexual.
Leia a letra completa de "Joga Arroz" abaixo.
*
"JOGA ARROZ"
(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte)
O seu juiz já falou
Que o coração não tem lei
Pode chegar
Pra celebrar
O casamento gay
Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós dois
Quem vai pegar o buquê
Quem vai pegar o buquê
Maria com Antonieta
Sansão com Bartolomeu
Dalila com Julieta
Alexandre com Romeu
Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós duas em nós todos
Em nós dois

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1286346-arnaldo-antunes-carlinhos-brown-e-marisa-monte-gravam-musica-sobre-casamento-gay.shtml