sábado, 12 de outubro de 2013

Festa Literária de SP quer tirar escritor negro da invisibilidade

S. Paulo – A primeira Festa Literária no Brasil que nasce com o compromisso de romper com a invisibilidade a que estão relegados os autores e escritores negros, sem espaço nas cerca de 250 Festas Literárias realizadas no país, como a Festa Literária (FLIP), realizada anualmente em Parati, Rio. Essa é a proposta da FLINK-SAMPA – Festa de Conhecimento, Literatura e Cultura, que a Afrobras e a Universidade Zumbi dos Palmares realizam de 15 a 17 do mês que vem no Memorial da América Latina, em S. Paulo.

Na coletiva de imprensa para apresentar a Festa, que aconteceu nesta terça-feira (08/10) no auditório Mário de Andrade, do Memorial, os organizadores destacaram que a proposta é mostrar o protagonismo negro nas artes e na cultura no Brasil.
O escritores Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus” e único autor brasileiro negro na Feira de Frankfurt, na Alemanha, já confirmou presença, a exemplo do compositor e escritor Nei Lopes, de Joel Rufino dos Santos, e de Ana Maria Gonçalves, autora do livro “Um defeito da Cor”, que virá dos EUA, onde mora atualmente. De Moçambique virá a escritora Paulina Chiziane.

                                                                                                         Sair do sonho
“É uma ação de integração e inclusão, que coloca a temática no negro na pauta e diante das oportunidades para criar um Brasil melhor e mais justo. Essa diversidade deve ser discutida, mostrada, debatida para que possamos integrar todos os brasileiros num círculo virtuoso da produção artística, intelectual, étnica e cultural. Moldar um Brasil que sai do sonho para se tornar realidade”, explicou Ruth Lopes, diretora da Afrobras.

Além de artistas, escritores e grupos de teatro de cinco nações africanas de língua portuguesa (Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde), já estão confirmadas as presenças do ator norte americano Danny Glover e do pastor Jesse Jackson, que está entre os nomes de maior expressão do movimento negro norte-americano nas décadas de 60 e 70, juntamente com com Malcom X e Martin Luther King.

A Festa tem orçamento estimado em R$ 2,5 milhões que deverá ser coberto por patrocinadores. Empresas como a Coca-Cola e a Petrobrás, bancos como o Bradesco, o BNDES, entre outros, e Governo Federal, além do apoio da Fundação Memorial da América Latina e do SESC, entre outras instituições nacionais e norte-americanas. “Envolver os patrocinadores e fazer com que coloquem dinheiro não é fácil. Mas, hoje já se pode dizer que os potenciais patrocinadores veem a questão como business, como negócio. Temos certeza que vamos conseguir os apoios necessários”, acrescentou.

Negro na pauta
Na abertura da coletiva, Nilton Silva, da Afrobrás, disse que a idéia da Festa Literária, que terá o poeta Cruz e Souza como patrono, foi motivada pela conclusão a que chegou seu idealizador, o reitor José Vicente, de que o Troféu Raça Negra, que este ano entra na sua 11ª edição, já cumpriu o papel de “colocar o negro na pauta do Brasil”.

“Passados 11 anos, com o país tendo 250 Festas e Feiras Literárias, e após a FLIP, pouco se vê da presença negra. Não há visibilidade negra nas Festas Literárias. Há uma nova classe média negra completamente consolidada no país. É preciso fortalecer as políticas afirmativas e incrementar o intercâmbio acadêmico e cultural”, afirmou.

Alem de Ruth, participaram da mesa, o crítico literário e maior especialista em Cruz e Souza no Brasil, Uelington Farias Alves, Fabrizzio Topper, do Projeto Bicicletando, e a professora Sônia Guimarães, conselheira da Afrobras que anunciou as atividades acadêmicas e institucionais que terão a participação das Universidades Historicamente Negras dos Estados Unidos (HBCU) e Universidades brasileiras como a UNIFESP, UNESP, UNICAMP e USP, entre outras.

Topper, criador do Bicicletando, falou do passeio ciclístico que acontecerá no domingo, 17 de novembro, entre o MASP, na Avenida Paulista, e o Memorial. "Existem 80 milhões de bicicletas no Brasil e 50% dos que usam a bicicleta o fazem como solução do transporte. Queremos incluir a discussão da mobilidade urbana", afirmou.

À noite haverá a entrega do Troféu Raça Negra, o “Oscar” da comunidade negra brasileira, com homenagem póstuma ao cantor Emílio Santiago, morto este ano.

O negro e a literatura
Uelington destacou que a presença negra na literatura não tem encontrado espaço nas Festas Literárias – como a FLIP. Lembrou o exemplo de Cruz e Sousa, “um homem nascido na escravidão que se tornou o maior expoente de uma escola literária criada por ele no Brasil, o simbolismo". “A literatura negra no século XIX nasceu com os escritores negros. Foi Paula Brito, que lançou no mundo da editoração, Machado de Assis, o maior nome da literatura brasileira e um dos maiores escritores da literatura mundial. Que escritor negro é esse que é importante, mas não tem visibilidade?", pergunta.

Segundo Uelington há um mercado consumidor de literatura negra como também há possibilidades de crescimento editorial. Ele define a literatura negra não apenas a feita por negros. "Literatura negra pode ser feita também por escritores não negros. A proposta da FLINK é ter o negro descrito pelo negro, dentro do contexto autoral e literário, como protagonista do seu destino, narrador de suas alegrias e dores. Muitos escritores negros querem participar, assim como cantores e atores. O evento, que tem como base a bem sucedida FLIP, vai ser um portal de promoção e exposição de autores negros e da temática afrodescendente”, explicou.

Dica de livro: Viagem Solitária - Memórias de Um Transexual 30 Anos Depois - João W. Nery




Assista a entrevista do autor:


Tribunal da Rússia reverte condenação de lésbica punida por lei antipropaganda gay

Há quatro anos, Irina Fet foi condenada a pagar uma multa de 15 mil rublos, segundo uma lei local em Ryazan, no subúrbio de Moscou, aprovada em 2009, antes da lei federal com o mesmo fim, de proibir a propaganda gay a menores de 18 anos, este ano. O caso, levado ao Comitê Internacional de Direitos Humanos das Nações Unidas, que afirmou que a lei fere tratados internacionais, acaba de ser revertida por um tribunal superior da Rússia.

Irina, ativista de um grupo de Moscou, desafiando a lei local, foi até a frente de escolas e de livrarias um cartaz escrito “A homossexualidade é normal e tenho orgulho da minha homossexualidade”, até que foi presa e indiciada. Condenada, por 3 anos o processo foi recorrido até que há um ano o Comitê Internacional de Direitos Humanos das Nações Unidas decidiu que a prisão da ativista fere a Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis, e que a lei de Ryazan havia interferido no direito de livre expressão e proteção contra discriminação.

Na semana passada, a Corte Superior russa retirou todas as acusações sobre a ativista e arquivou o caso, acatando o parecer do Comitê da ONU. Agora, a ativista deve receber uma indenização por danos morais.

O caso deu força para a crítica a lei federal, aprovada este ano, que proíbe a propaganda gay a menores no país. Com pressão internacional e esta decisão da maior corte do país, ativistas esperam derrubar a lei que está promovendo preconceito contra gays e proibindo eventos como a parada do orgulho gay, sob pretexto que fazem propaganda e apologia da homossexualidade.

Apesar da decisão da corte federal, o caso não cria jurisprudência, como acontece no Brasil, para que os tribunais menores sigam a decisão federal. Politicamente, porém, a afirmação de que a lei de Ryazan, similar a federal, é passível de gerar processo indenizatório contra o Estado, pode forçar a revisão da lei que fere os direitos dos homossexuais russos.

Lançado site brasileiro para facilitar empregos para pessoas trans

O TransEmpregos é o primeiro site brasileiro com objetivo de facilitar a colocação de pessoas trans (travestis e transexuais) no mercado de trabalho. Lançado esta semana, com apoio da OAB SP, o trabalho desenvolvidos por um grupo de transexuais e travestis quer possibilitar que empresários e recrutadores interessados contatem pessoas trans. Muitas deles com boa capacitação e currículo mas que não conseguem posições de trabalho por falta de oportunidade, muitas vezes até dos próprios intermediários do setores de recursos humanos.
 
“O TransEmpregos é uma ideia original de um grupo de pessoas trans* preocupadas com a empregabilidade de travestis e transexuais no Brasil, um país em que, infelizmente, essa população ainda se encontra grande parte das vezes desempregada, precisando negar a própria identidade de gênero para encontrar um emprego ou mesmo, sendo obrigadas a trabalhar em empregos informais onde via de regra não são valorizadas”, diz a apresentação do site que tem um campo para cadastro de vagas e outro para o cadastro de currículos de pessoas interessadas nas vagas.
 
O site também traz uma interessante seção de Perguntas Frequentes, em que explica de forma educativa o que são as Transgêneros, o cissexismo, gênero, identidade de gênero, binarismo, entre outros termos importantes para se compreender o universo trans.
 
“Dado que de forma geral, o empresariado não contrata essas pessoas, muitas vezes por preconceito declarado, velado ou por total desconhecimento do talento dessas pessoas, nós propomos que se observem essas pessoas pelo ponto de vista do quanto elas podem contribuir para uma empresa, com toda a força de vontade que possuem”, exemplifica o site sobre a dificuldade das trans no mercado de trabalho. A realidade foi mostrada esta semana no  programa Profissão Repórter, que acompanhou um programa carioca para reinserção das transexuais e travestis no mercado de trabalho, que por falta de oportunidade acabaram optando pela prostituição.

Parabéns aos idealizadores do site pela iniciativa!

Confira o site, que até o momento ainda não tem nenhuma vaga disponível:  www.transempregos.com.br
 

Professora de adolescente trans assassinado diz que poderia ter feito o mesmo com o aluno

O comentário da professora Shirley Brown da Califórnia, nos EUA, em um documentário da HBO sobre o assassinato de Larry King, um jovem de 15 anos assassinado por seu colega Brandon McInerney em 2008, causou choque aos telespectadores nos EUA. A professora defendeu o assassino e riu, dizendo que ela poderia ter feito o mesmo, no filme “Valentine Road” exibido esta semana em rede nacional sobre o caso. A docente afirmou: “Eu posso entendê-lo e me vejo na mesma posição (de McInerney). Eu não sei se eu pegaria uma arma, mas um bom chute no traseiro poderia ter funcionado”, afirmou a professora em tom de humor. “Eu acredito em Céu e Inferno e tenho convicção, honestamente, de que Larry não sabia da consequência dos seus atos”, afirmou a ex professora que não prestou depoimento à polícia alegando traumas sobre o incidente.

Larry frequentava a escola E.O. Green Junior High School em Oxnard e foi alvo de dois tiros e morreu dois dias depois, em 13 de fevereiro de 2008, em crime ocorrido dentro da escola. O assassinato é um dos casos mais emblemáticos de homofobia nos EUA. O crime ocorreu na véspera do Dia dos Namorados, fato que batizou o documentário sobre o assassinato. Em 2011, o caso foi julgado e na primeira tentativa o júri não chegou a uma decisão unânime e o caso seria rejulgado, sem a acusação de crime de ódio, que poderia levar à prisão perpétua o menor. Em Dezembro de 2011, antes do novo julgamento, McInerney se declarou culpado por assassinato em segundo grau, agressão e uso de arma, sendo condenado a 21 anos de prisão, sem direito a redução da pena.

A professora Shirley Brown afirmou no documentário que entende o motivo que levou o aluno de 13 anos a matar o outro. King teria pedido McInerney em namoro, em público, o que teria feito com que virasse alvo de bullying, dias antes do assassinato. Na mesma semana, no corredor, a vítima teria passado pelo assassino e dito “Te amo bebê”. Na mesma semana, King teria ido para a aula com roupas de mulher, o que teria irritado ainda mais o assassino, que  era zuado pelos colegas. Ele então tentou juntar um grupo para bater em King, sem sucesso. Depois, teria tramado o assassinato. Ninguém nunca cogitou um envolvimento entre os alunos.

Na manhã de 12 de Fevereiro, durante uma aula na sala de computadores, por volta das 8h da manhã, McInerney tirou uma arma calibre 22 de sua mochila e atirou duas vezes contra King, atingindo sua cabeça e costas. Ele colocou a arma no chão e saiu. Em sete minutos a polícia chegou ao local e levou o autor dos disparos. King foi levado ao St. John's Regional Medical Center e declarado com morte cerebral dois dias depois e seus órgãos foram doados.

O Documentário da HBO aponta como os adultos são responsáveis pelo assassinato, tanto pela falta de ação mediante aos diversos alertas quanto ao preconceito que ensinam aos filhos. Em muitos depoimentos, testemunhas dizem que a vítima poderia ter sido “mais discreta”, outros dizem que ele provocou a própria morte.

Fonte: http://revistaladoa.com.br/2013/10/noticias/professora-adolescente-trans-assassinado-diz-que-poderia-ter-feito-mesmo-com-aluno

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Vem ai.... DIA 10.11 - X - EDIÇÃO DA FEIRA CULTURAL AFRO MIX - CAMPINAS - SP - 2013, NA ESTAÇÃO CULTURA

... Aguarde Programação, divulgaremos no Blog.

Porque Gabriela gosta da palavra puta/Why Gabriela prefers the word puta(whore)

Inscrições prorrogadas para o III Quem tem cor age - Unicamp

Acontece em Piracicaba a 1ª Festa Afropira vamos?

ENCONTRO PAULISTA DE JOVENS GAYS, HSH,TRAVESTIS E TRANSEXUAIS

 

Vem aí o Encontro Paulista de Jovens Gays, HSH,Travestis e Transexuais.

Aos participantes do Fórum Paulista da Juventude LGBT, membros do GRUPO E-JOVEM, E-GRUPOS, ativistas, militantes, grupos, instituições e ongs da Juventude LGBT: Está confirmada a realização do Encontro Paulista de Jovens Gays, HSH,Travestis e Transexuais, que acontecerá na cidade de São Paulo, no dia 07 de Dezembro, das 10h30 às 19h00.

Local: “Espaço da Cidadania – André Franco Montoro”, Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Pátio do Colégio, nº 184 – Sé, São Paulo/SP.
Tema: “Mobilização, Incentivando e Conscientizando a Juventude sobre a Importância da Realização do Teste de AIDS”.

Objetivo do Encontro: Contribuir para a discussão do Enfrentamento da Epidemia de AIDS e das DST voltada aos Gays, HSH, Travestis e Transexuais e o Combate Homo|Transfobia.

As Inscrições estarão abertas a partir de 01|10 à 01|12, no site www.e-jovem.com (as fichas deverão ser preenchidas e enviadas para o e-mail jovem.epira@gmail.com).

Solicitação do Programa Estadual DST, AIDS do Estado de São Paulo aos Interlocuções Regionais e Municipais de DST/AIDS ( Dra. Maria Clara Gianna):
Solicitamos apoio das interlocuções regionais e municipais de DST/AIDS para divulgar o evento, assim como, apoio para o transporte dos adolescentes e jovens. 

Fonte: