quinta-feira, 6 de junho de 2013

FIFA AUTORIZA PRESENÇA DE BAIANAS DE ACARAJÉ NO ENTORNO DA ARENA FONTE NOVA

A presença das baianas de acarajé no entorno da Arena Fonte Nova durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014 foi liberada pela Fifa nesta quarta-feira (05), suspendendo a proibição imposta por patrocinadores das competições, de que a concorrência fique a pelo menos 2km de distância dos estádios.
As discussões sobre o tema já duravam cerca de um ano, o que gerou protestos das quituteiras, marcada por uma manifestação durante a inauguração da Arena, em abril deste ano.
Mesmo com a liberação algumas restrições serão mantidas, como o número reduzido de baianas que terão acesso à Arena Fonte Nova e o local utilizado para comercializar os quitutes, localizado acima do edifício-garagem, acessado apenas pelos torcedores que tenham ingressos.
Por enquanto os representantes da Associação das baianas de Acarajé e Mingau (Abam) estão fazendo os últimos ajustes até anunciarem oficialmente a autorização da venda dos produtos num um evento para autoridades.

Cartilha Contra a Intolerância Religiosa Cartilha contra a intolerância religiosa produzida pelo CEN em 2009

Acesse o link e tenha e veja a cartilha:
http://issuu.com/marciogualberto/docs/cartilha_versao_final

segunda-feira, 3 de junho de 2013

11ª Semana Nacional de Museus |De 13 a 19 de maio

PROGRAMAÇÃO
TERÇA
14/05, 19h – Abertura
“Andanças do Patrimônio”- Instituto Baobá de Cultura e Arte (Ibaô)
Rosiane Nunes /IPHAN
Jô Brandão/MinC
Daisy Ribeiro/ CSPC
Ney Carrasco / Secretaria Municipal de Cultura

QUARTA
15/05 “Capoeira e Jongo: bens locais, reconhecimento nacional”
10h – Roda de Detentores
14h – Vivência de Jongo
15h – Vivência de Capoeira
16h30 – Palestra: “Brinquedos e brincadeiras: patrimônio cultural intangível da humanidade” - Regina Márcia M. Tavares (SP)
17h30 – Cine Cultura: “Capoeira patrimônio imaterial – TV UFBA”
19h30 – Mesa: Políticas públicas para a salvaguarda no âmbito municipal
(Rosiane Nunes / IPHAN SP – Daisy Ribeiro/CSPC – Gabriel Rapassi – Ney Carrasco/ Sec.Cultura)

QUINTA
16/05 “Os terreiros da Salvaguarda”
10h – Cultura Viva e a Matriz Africana na SCDC – Jô Brandão / MinC (DF) / O Acarajé como bem imaterial – Mãe Eleonora / ABAM (SP)
14h – Patrimônio: desenvolvimento cultural e sustentável
Mãe Isabel - Ponto de Cultura Caminhos/Grife Criolê (SP) / Eliana Souza e Leda Sant'Ana / Bankoma (BA) – Taata Mutá Imê / Nação Angolão Paketan (BA)
15h30 – Palestra “Matrizes africanas na educação: a discriminação de crianças no contexto escolar” - Stela Guedes Caputo (RJ)
17h30 – Cine Cultura “Ori: a valorização de um povo” (filme de Beatriz Nascimento)
19h30 – Vivência “Dança Pé no Chão” - Taata Mutá Imê

SEXTA
17/05 “O patrimônio na roda”
10h – Palestra: "Patrimônios da diáspora: bens materiais e imateriais no contexto do Cais do Valongo, diálogos e interfaces com a Salvaguarda da Capoeira" Carlos Eugênio Líbano Soares (RJ)
14h – O Samba de Roda do Recôncavo como patrimônio cultural da humanidade – ASSEBA (BA) / Lavagem das Escadarias da Catedral Metropolitana de Campinas e sua trajetória (a confirmar)
15h30 – Vivências de Maculelê e Samba de Roda : Mestre Primeiro / ASSEBA (BA)
18h – Mesa de encerramento do II Seminário de Patrimônio Cultural Imaterial
19h – Afoxé Ibaô
SEXTA
17/05 “O patrimônio na roda”
10h – Palestra: "Patrimônios da diáspora: bens materiais e imateriais no contexto do Cais do Valongo, diálogos e interfaces com a Salvaguarda da Capoeira" Carlos Eugênio Líbano Soares (RJ)
14h – O Samba de Roda do Recôncavo como patrimônio cultural da humanidade – ASSEBA (BA) / Lavagem das Escadarias da Catedral Metropolitana de Campinas e sua trajetória (a confirmar)
15h30 – Vivências de Maculelê e Samba de Roda : Mestre Primeiro / ASSEBA (BA)
18h – Mesa de encerramento do II Seminário de Patrimônio Cultural Imaterial
19h – Afoxé Ibaô

18/05 “Abertura do Ginga Cultural 2013 e X Batizado e troca de cordas – C.C. Capoeira RaízesdoBrasil”
10h – Roteiro cultural na Fazenda Roseira
15h – “X Batizado e Troca de Cordas do Raízes do Brasil” - Contramestre David (Ibaô)
20h – Confraternização no Ibaô – Samba do Casa Caiada

IV Seminário Latino-Americano de Direitos Humanos | Programação

28 de agosto, quarta-feira
9h | Reunião dos representantes das universidades do Consórcio
19h | Abertura
Dra. Fátima M. Fernandes Veras, reitora da Unifor
Dra. Lília Maia de Morais Sales, vice-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unifor
Dra. Gina Vidal Marcílio Pompeu, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unifor
Ms. Sidney Guerra Reginaldo, diretor do Centro de Ciências Jurídicas da Unifor
Dr. Martonio Mont´Alverne B. Lima, coordenador da área do Direito da Capes  
Dr. Vladmir Oliveira da Silveira, Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito - CONPEDI  
Dr. Antônio Gomes M. Maués, representante do Consórcio Latino-Americano de Pós-Graduação em Direitos Humanos         

29 de agosto, quinta-feira
8h | Mesa Direitos Humanos: Entre o Relativismo e o Universalismo
10h | Mesa Direitos Humanos, Democracia e Justiça Transicional
14h | Grupos de trabalho e oficinas
Grupo de trabalho (sessão 1) Diversidade Étnica e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 2) Gênero e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 3) Proteção Interna e Internacional dos Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 4) Filosofia e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 5) Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
19h | Mesa Efetividade dos Direitos Humanos Sociais

30 de agosto, sexta-feira
8h | Mesa Indígenas, Populações Tradicionais e Meio Ambiente
10h | Mesa Discriminação de Gênero e Exploração Sexual
14h | Grupos de trabalhos e oficinas
Grupo de trabalho (sessão 6) Diversidade Étnica e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 7) Gênero e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 8) Proteção Interna e Internacional dos Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 9) Filosofia e Direitos Humanos
Grupo de trabalho (sessão 10) Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
18h | Mesa O Processo de Reforma do Sistema Interamericano de Direitos Humanos
Palestra de encerramento

31 de agosto, sábado
8h | Reunião dos representantes das universidades do Consórcio

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Vamos mudar isso juntos? Campanha de Prevenção muito bacana


Coreógrafo Augusto Omolú é achado morto em Lauro de Freitas, na BA

Corpo foi encontrado com perfurações na manhã deste domingo.
Omolú estava no sítio em que morava. Polícia investiga o caso.



O coreógrafo e bailarino Augusto Omolú foi encontrado morto, na manhã deste domingo (2), em Lauro de Freiras, na região metropolitana de Salvador. Segundo as informações de amigos e parentes do artista, o corpo de Omolú foi achado com marcas de perfurações no sítio em que ele morava, na região da praia de Buraquinho.
 


Policiais da 23ª Delegacia de Polícia fazem diligências à procura de pistas que levem ao suspeito pelo crime. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou no início da tarde que o corpo do coreográfo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador.

Augusto Omolú tinha 50 anos e era professor, bailarino e um dos coreógrafos do Balé Folclórico da Bahia. Segundo Vavá Botelho, diretor do Balé Folclórico, Augusto veio recentemente da Dinamarca, onde era professor convidado em uma escola de dança. Omolú criou a primeira coreografia do Balé Folclórico, "Dança de Origem", em 1988. Na carreira, ele ainda passou pelas companhias Ebateca, Viva Bahia, Balé Brasileiro da Bahia e Balé do Teatro Castro Alves.

Nota de pesar
O Teatro Castro Alves divulgou uma nota de pesar pela morte de Omolú. A nota trata o ator, dançarino e coreógrafo como referência mundial, considerando-o destaque "na construção, difusão e popularização da dança produzida na Bahia".
O artista ingressou no grupo em 1981, ano de fundação do Balé do TCA, e integrou o elenco de diversas produções da companhia.
 

O que é tuberculose?


Canções de Gil ilustradas por bordados: lindos e singelos





O bordado inspirado no verso "Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa - reproduzidos no bordado da canção "A linha e o linho", de Gilberto Gil

Gilberto Gil vai participar do lançamento de um livro nesta quarta-feira (05/06), na Livraria Cultura, no Fashion Mall. Não se trata de uma biografia ou algo semelhante, e sim de uma delicadíssima homenagem ao cantor e compositor. “A linha e o linho” é um pequeno livro – o formato é de um encarte de CD – que traz a letra da canção de Gil acompanhada por ilustrações de bordados – lindos e singelos. São oito diferentes trabalhos que a bordadeira Marcela Fernandes de Carvalho criou para ilustrar cada verso da composição do artista baiano.
O lançamento da Escrita Fina Edições, de Laura Van Beckel, traz ainda um texto de Gil contando como ele se inspirou para criar a música de 1983. “A linha e o linho” tem projeto gráfico assinado por Suiá Tauloius e é a primeira publicação da coleção “Letras ilustradas”.

Fonte:
http://lulacerda.ig.com.br/cancoes-de-gil-ilustradas-por-bordados-lindos-e-singelos/

domingo, 2 de junho de 2013

DANÇA DOS ORIXÁS - CIA DE MYSTÉRIOS - 01/06/2013 - 18H - PRAÇA DA HARMONIA - GAMBOA - ZONA PORTUÁRIA - RIO DE JANEIRO - RJ



CURTA A PÁGINA DO ESPAÇO CULTURAL ALMIRANTE JOÃO CÂNDIDO: http://www.facebook.com/EspacoCulturalAlmiranteJoaoCandido

CONHEÇA A NOSSA AGENDA DE EVENTO AFROTAMOIO (RIO DE JANEIRO) - JUNHO DE 2013: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.554011051309108.1073741843.547304001979813&type=3&uploaded=1


 

“Do you know what it feels like for a girl?
Do you know what it feels like in this world?”

Madonna
Aconteceu ontem. Saio do aeroporto. Em uma caminhada de dez metros, só vejo homens. Taxistas do lado de fora dos carros conversando. Funcionários com camisetas “posso ajudar?”. Um homem engravatado com sua malinha e celular na mão. Homens diversos, espalhados por dez metros de caminho. Ao andar esses dez metros, me sinto como uma gazela passeando por entre leões. Sou olhada por todos. Medida. Analisada. Meu corpo, minha bunda, meus peitos, meu cabelo, meu sapato, minha barriga. Estão todos olhando.
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Aconteceu quando eu tinha treze anos. Praticava um esporte quase todos os dias. Saía do centro de treinamento e andava cerca de duas quadras para o ponto de ônibus, às seis da tarde. Andava pela calçada quase vazia ao lado de uma grande rodovia. Dessas caminhadas, me recordo dos primeiros momentos memoráveis desta violência urbana. Carros que passavam mais devagar do meu lado e, lá de dentro, eu só ouvia uma voz masculina: “gostosa!”. Homens sozinhos que cruzavam a calçada, olhavam para trás e suspiravam: “que delícia.” Eu tinha treze anos. Usava calça comprida, tênis e camiseta.
Agora, multiplique isso por todos os dias da minha vida.
Sei que para homens é difícil entender como isso pode ser violência. Nós mesmas, mulheres, nos acostumamos e deixamos pra lá. Nós nos acostumamos para conseguir viver o dia a dia.
Esses dias, estava sentada na praia vendo o mar, e dele saiu uma moça. Passou por um rapaz que disse algo. Ela só saiu de perto e veio na minha direção. Dei boa noite, ela falou que a água estava uma delícia, e conversamos um pouco. Perguntei se o cara havia lhe falado alguma besteira. Ela disse, “falou, mas a gente tá tão acostumada, né?, começa a ignorar automaticamente”.
O privilégio é invisível. Para o homem, só é possível ver o privilégio se houver empatia. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, todos os homens foram subjugados, violentados, assassinados, podados, controlados. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, só mulheres foram cientistas, físicas, chefes de polícia, matemáticas, astronautas, médicas, advogadas, atrizes, generais. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, nenhum representante do seu gênero esteve em destaque, na televisão, no teatro, no cinema, nas artes. Na escola, você aprende sobre a história feita pelas mulheres, a ciência feita pelas mulheres, o mundo feito pelas mulheres.
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No seu texto “Um teto todo seu”, Virgínia Woolf descreve por que seria impossível para uma hipotética irmã de Shakespeare escrever de forma genial como ele. Woolf diz:
“quando lemos sobre uma bruxa sendo queimada, uma mulher possuída por demônios, uma mulher sábia vendendo ervas… acho que estamos olhando para uma escritora perdida, uma poeta anulada.”
Desde o início do patriarcado, há cinco mil anos, as mulheres não tiveram liberdade suficiente para serem cientistas ou artistas. Woolf explica:
“liberdade intelectual depende de coisas materiais. … E mulheres foram sempre pobres, não por duzentos anos, somente, mas desde o início dos tempos.”
Esse argumento não serve somente para mulheres: negros, pobres e outras minorias não poderiam ser geniais poetas pois, para isso, é necessário liberdade material.
(Para uma análise mais completa, recomendo: “Um teto todo seu” de Virgínia Woolf: A produção intelectual e as condições materiais das mulheres.)
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Embora o mundo esteja em processo de mudança, ainda existem menores oportunidades e reconhecimento para mulheres e minorias exercerem qualquer ocupação intelectual. Leitores de uma página do facebook sobre ciências ainda supõem que o autor seja homem e comentaristas de televisão não consideram manifestações culturais que vêm da favela como cultura de verdade.
É verdade: hoje, a vida é muito melhor, principalmente para a mulher ocidental como eu. Mas, mesmo sendo uma mulher livre e bem-sucedida vivendo em uma metrópole ocidental, ainda sinto na pele as consequências destes cinco mil anos de opressão. E, se você quiser ver essa opressão, não precisa ir nos livros de história. É só ligar a televisão:
Rio de Janeiro, 2013. Um casal é sequestrado em uma van. As sequestradoras colocaram um strap-on sujo, fedido de merda e mofo, e estupraram o rapaz. Todas elas, uma a uma, enfiavam aquela pica enorme no cu do moço, sem camisinha e sem lubrificante. A namorada, coitada, tentou fazer algo mas foi presa e levou chutes e socos.
Ao ver esta notícia, você se coloca no lugar da vítima (que sofreu uma das piores violências físicas e psicológicas existentes) ou no lugar de quem assistiu? Naturalmente troquei os gêneros: a violência real aconteceu com uma mulher.
Quantas violências eu sofro só por ser mulher?
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Na infância, fui impedida de ser escoteira pois isso não era coisa de menina. Fui estuprada aos oito anos. (Eu e pelo menos dois terços das mulheres que conheço e que você conhece sofreram um estupro e provavelmente não contaram para ninguém.) Sofri a pré-adolescência inteira por não me comportar como moça. Por não ter peitos. Por não ter cabelos longos e lisos. Desde sempre tive minha sexualidade reprimida pela família, pela sociedade, pela mídia. Qualquer coisa que eu pisasse na bola seria motivo para ser chamada de vadia. Num dos primeiros empregos, escutei que mulheres não trabalham tão bem porque são muito emocionais e têm TPM. Em um outro emprego, minha chefe disse que meu cabelo estava feio e pagou salão para eu ir fazer escova e ficar mais apresentável pros clientes. Decidi que não quero ser escrava da depilação e sou olhada diariamente com nojo quando ando de shorts ou blusinha sem mangas. Já usei muita maquiagem, só porque a televisão e os outdoors mostram mulheres maquiadas, e portanto é muito comum nos sentirmos feias de cara limpa. Você, homem, sabe o que é maquiagem? Tem um produto para deixar a pele homogêna, um pra disfarçar olheiras, outro para disfarçar manchas, outro para deixar a bochecha corada, outro para destacar a sobrancelha, outro para destacar os cílios, outro para colorir as pálpebras, outro para colorir os lábios. Quantas vezes você passou tantos produtos na sua cara só porque seu chefe ou seu primeiro encontro vai te achar feio de cara limpa? Quando estou no metrô preciso procurar um cantinho seguro para evitar que alguém fique se roçando em mim. Você faz isso? Quando vou em reuniões de família, me perguntam por que estou tão magra, e o que fiz com o cabelo e quem estou namorando. Para o meu primo, perguntam o que ele está estudando e no que está trabalhando. Na televisão, 90% das propagandas me denigrem. Quase nenhum filme me representa ou passa no teste de Bechdel. Todas as mulheres são mostradas com roupas sexy, mesmo as super heroínas que deveriam estar usando uma roupa confortável para a batalha. As revistas me ensinam que o meu objetivo na cama é agradar o meu homem. Enquanto você, menino, comparava o seu pau com o dos amiguinhos, eu, menina, era ensinada que se masturbar é muito feio e que se eu usar uma saia curta não estou me dando o respeito. Quanto tempo demorei para me desfazer da repressão sexual e virar uma mulher que adora transar? Quanto tempo demorei para me soltar na cama e conseguir gozar, enquanto várias das minhas colegas continuam se preocupando se o parceiro está vendo a celulite ou a dobrinha da cintura e, por isso, não conseguem chegar ao gozo? Quanto tempo demorei para conseguir olhar para um pau e transar de luz acesa? Quantas vezes escutei, no trânsito, um “tinha que ser mulher”? Quantas vezes você fechou alguém e escutou “tinha que ser homem”? Tudo isso para, no fim do dia, ir jantar no restaurante e não receber a conta quando ela foi pedida pois há cinco mil anos sou considerada incapaz. E tudo isso, porra, para escutar que estou exagerando e que não existe mais machismo.
Isso é um resumo muito pequeno do que eu sofro ou corro o risco de sofrer todo dia. Eu, mulher branca, hetero, classe média. A negra sofre mais que eu. A pobre sofre mais que eu. A oriental sofre mais que eu. Mas todas nós sofremos do mesmo mal: nenhum país do mundo trata suas mulheres tão bem quanto seus homens. Nenhum. Nem a Suécia, nem a Holanda, nem a Islândia! Em todo o mundo “civilizado” sofremos violência, temos menos acesso à educação, ao trabalho ou à política.
Em todo o mundo, somos ainda as irmãs de Shakespeare.
* * *
E você, leitor homem? Quando é abordado de forma hostil por um estranho na rua, pensa “por favor, não leve meu celular” ou “por favor, não me estupre”?
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Fotos: autorretratos por Claudia Regina.

Fonte:
http://papodehomem.com.br/como-se-sente-uma-mulher/