Diretor Abdellatif Kechiche e as atrizes Adele Exarchopoulos
e Lea Seydoux aplaudidos de pé durante premiação
Spielberg diz que Palma de Ouro para filme sobre amor gay não foi política
Nicole Kidman, também no júri, disse que pela primeira vez na vida viu
alguns filmes às 8h30 da manhã. "Tivemos discussões estimulantes sobre
os filmes". A atriz também louvou as qualidades de se ver um filme mais
de uma vez, para aprofundar a compreensão que se tem deles.
Thiago Stivaletti
Do UOL, em Cannes (França)
Do UOL, em Cannes (França)
Em entrevista coletiva após a premiação, Steven Spielberg, presidente do
júri do Festival de Cannes, negou que a escolha da Palma de Ouro para o
francês "La Vie D'Adèle" (A Vida de Adèle) tenha sido uma decisão
política.
'Para nós, é uma grande história de amor que carrega uma mensagem muito
positiva. E a propósito, as personagens não se casam", brincou.
"Somos convidados a acompanhar essa história de amor dilacerante. O
diretor não pôs nenhum constrangimento na direção e tirou uma grande
performance dessas duas atrizes jovens e formidáveis. É incrível a
maneira como ele deixa os personagens respirarem. Ficamos felizes que
alguém tenha tido a coragem de contar a história desse jeito", explicou o
diretor de sucessos como "E.T." e "Indiana Jones".
O diretor também disse acreditar que a Palma dará uma boa projeção
internacional ao filme – mesmo nos EUA, onde há grande restrição para
cenas de sexo. "Não digo que vá ser exibido em todos os Estados
americanos, mas creio que o filme conseguirá uma boa projeção".
Pela primeira vez, Spielberg isolou-se do mundo por dez dias para tomar
sua decisão. "Costumo ler os jornais todo dia, ler notícias no meu iPad.
Mas nestes dias não li absolutamente nada a respeito dos filmes. E não
sofri absolutamente nenhum tipo de pressão", comentou.
O romeno Cristian Mungiu, membro do júri e Palma de Ouro em 2007 por "4
Meses, 3 Semanas e 2 Dias", também fez uma forte defesa do filme. "É
ótimo quando você esquece que está no cinema, parece que a vida está ali
do seu lado. 'A Vida de Adèle' não é um filme gay, é puro cinema",
elogiou.
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