Na
manhã de ontem, o Pai de Santo Fabricio Leal compareceu ao Fórum de
Ilhéus para uma audiência de conciliação. Ele é acusado de promover
perturbação pública. Na oportunidade, o promotor propôs que ele varresse
ruas da cidade durante 8 meses como forma de condenação. O castigo
alternativo foi recusado.
Para
o candomblecista, acender velas e incensos no interior de sua casa e
cantar louvores aos Orixás não deveria ser considerado perturbação
pública. Da mesma maneira que ele tem seus instrumentos, como adjás e
atabaques, outras religiões têm seus microfones e baterias.
Fabricio
afirma que no bairro Hernani Sá, assim como em outros locais da cidade,
são abertas igrejas em vários esquinas, mas, Casas de Axé são
menosprezadas. Nas granjas sacrificam animais e comercializam. Em
relação ao Candomblé, isso é visto como arte satânica ou perversidade.
“Até quando vai ser assim? Até quando os evangélicos poderão fazer seus
cultos a céu aberto e o candomblé precisará se esconder?”, pergunta o
Pai de Santo.
“Todo
o cidadão que cumpre com seus deveres perante a sociedade deve ter seus
direitos reservados. Então onde estão os órgãos que nos protegem? Por
que ao invés de guerrear e criticar uns aos outros, não nos unimos para
defender nossa causa. Já pensou se todos os evangélicos no poder
resolvem nos processar?” Adverte .
“Não
estou no candomblé por um simples capricho, estou por acreditar e ter
fé nos meus ancestrais, nos orixás nascidos na África e protetores de
nossa terra abençoada. Creio acima de tudo na justiça, mas na justiça de
Olorum e dos Orixás. Tenho fé em Xangô que é cultuado na minha casa com
todo respeito e acredito nos meus amigos e irmãos de Axé. Tenho certeza
que não irão me criticar e sim me apoiar, nessa causa que não é minha,
mas sim de todos nós.” Finaliza o Pai de Santo indignado com a acusação.
Pai de Santo Fabrício Leal
Fonte: Blog do Gusmão
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