A sede do AfroReggae e a pousada da ONG, na Rua Joaquim de Queiroz, na
Grota, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, amanheceram fechadas na
manhã deste sábado. Normalmente, aos sábados, a sede funciona até as
16h. A ausência de funcionários e integrantes do projeto no imóvel
confirmam a informação publicada hoje em reportagem da revista “Veja” de
que o AfroReggae teria sido expulso pelo tráfico.
Segundo a publicação, os bandidos chegaram a fazer ameaças à ONG,
dizendo que “a desobediência seria punida com a explosão da sede e uma
chacina”. Em seu twitter, o coordenador do AfroReggae, José Júnior,
disse que daria neste sábado uma “péssima notícia”: “Tenho uma pessima
noticia pra dar + q muito me orgulha de não omitir. Já comunicamos as
autoridades do nosso estado e país. Post amanhã”. No início da tarde,
ele postou o link da reportagem e acrescentou a frase “Não dá pra deixar
assassinarem inocentes”.
Policiais da UPP do Alemão andam com armas em punho pelas vielas da comunidade
Foto:
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Fabiano Rocha
De acordo com a revista, o motivo da expulsão
tem nome, sobrenome e título religioso: pastor Marcos Pereira, líder da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso desde o início de maio sob a
acusação de estuprar fiéis.
Ele seria ligado a
Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que cumpre pena no presídio
de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Duas irmãs do traficante
frequentam a igreja de Marcos.
— Nunca sofremos
retaliação do tráfico, mas desde que comecei a denunciar o pastor
começaram os ataques. Uma pessoa disse que se não sairmos vão explodir a
sede e nos matar. Diante do receio, teremos que encerrar as atividades.
Não temos como garantir a segurança de ninguém — disse José Júnior à
“Veja”.
Apesar da aparente tranquilidade e do policiamento na comunidade, moradores e comerciantes evitam falar sobre o assunto.
—
Não estou sabendo de nada. Soube pela televisão do incêndio —disse uma
moradora da Rua Joaquim de Queiroz, que não quis se identificar. Jornal muda de sede
Rene Silva, editor do jornal “Voz da comunidade”, explica que redação vai mudar de lugar
Foto:
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Fabiano Rocha
A reportagem diz ainda que o evento "Arraiá da Paz" mudou para
"Arraiá do Alemão", a pedido do tráfico. Rene Silva, fundador do jornal
comunitário, negou e disse que a mudança tem a ver com a estrutura da
festa, que está em seu terceiro ano:
— Se o tráfico tivesse
mandado mudar o nome, já teria mudado desde o início. Mudamos o nome
agora porque mudou a equipe e a estrutura. O nome "Arraiá do Alemão" tem
mais a cara da comunidade.
Rene contou ainda que o incêndio na pousada do AfroReaggae só acelerou a ida da equipe do jornal para outro espaço:
—
Já queríamos ter o jornal em um espaço só nosso. O que aconteceu só
acelerou isso. Alguns pais de jovens da equipe pediram para sairmos de
lá, mas não estamos com medo.
Segundo Rene, a Prefeitura do Rio vai doar um terreno no Morro do Adeus para a construção da nova sede do jornal comunitário.
Game permite assassinar o funkeiro.
“Comemorar a morte de uma pessoa só porque você não gosta do estilo de
música é osso, hein?". Por Joseh Silva
“Jogo bom, merece ganhar o jogo no ano 2013”; “Sacanagem não terem
criado ainda outros níveis com outros funkeiros”; “FUNKEIRO BOM É
FUNKEIRO MORTO”; “Ja baixei e joguei é divertido! :D zerei 3 vezes ja!
Muita alegria mata esse verme!!!!! hehehe”; “Não sou fã de funk , mas
comemorar a morte de uma pessoa só porque você não gosta do estilo de
música que ele faz é osso hein”; Estes são alguns dos 26.373
comentários embaixo do vídeo ilustrativo do jogo Mate o MC Daleste, que está disponível para download em alguns sites.
O jogo mostra Daleste em cima de um palco cantando a música “mata os
policia é a nossa meta”. Sucesso do Mc em um tempo que o funk
“proibidão” estava em evidencia na cidade de São Paulo. O cenário
mostra jovens sem camisa portando fuzis, a Regina Casé - fazendo alusão
ao programa Esquenta, o logotipo da rede Globo ao lado da bandeira do
PT e do programa Bolsa Família. A MC Tati Quebra Barraco também está em
cena. Todos são assassinados.
O vídeo revela o reflexo de uma sociedade reacionária, que reforça
mais e mais a intolerância cultural. Um jovem índio (desaldeado) não é
respeitado em uma escola caso ele chegue de cocar para assistir uma
aula. O mesmo acontece com ciganos, hippies, negros, nordestinos, gays,
povos tradicionais e de terreiros. Isto mostra que não somos capazes e
conviver com as diferenças dentro da nossa própria espécie.
O motivo da assassinato do Daleste, Daniel Pelegrini, 20 anos, que
aconteceu no último dia 6 de julho em uma festa junina na periferia de
Campinas, ainda não foi desvendado. Assim como a morte de outros seis
Mc`s, que foram assassinados, segue sem solução. Todos cantavam o estilo
“proibidão”, que retrata o cotidiano da relação (de guerra) entre
policia e crime organizado.
Os MC`s de funk fazem parte do universo da cultura periférica. Eles
vêm das margens da cidade, onde o estado chega através das forças de
repressão, e onde a ausência de politica pública é presente. São lugares
onde falta investimento, e há violações constantes de diretos humanos.
Ali cresce uma geração que não enxerga sentido nas escolas, mas que
valoriza a tradição oral.
Assim como o Rap, o Funk nasce em um cenário periférico urbano e é
utilizado como um instrumento de denúncia e também de entretenimento. No
Rio de Janeiro (nas comunidades não ocupadas pelas UPPs), o funk cumpre
o papel de empoderamento dos jovens. Gira a economia local, gera
empregos, socializa sonhos e é um ótimo instrumento pedagógico, pois
toca em assuntos e discorre sobre o mundo que muitos jovens vivem ou se
identificam.
O funk vem crescendo, e um dos estilos responsáveis por isso é o
ostentação. Trata-se de músicas onde os Mc`s escrevem letras sobre
baladas, carrões, correntes de ouro, mulheres, mansões, aviões. Algo
parecido com os clipes dos rappers norte americanos como 50Cent
e Snoop Dogg. Daleste, em seus últimos sucessos, não cantava mais
“proibidão”. Ele pregava, sim, a ascensão, a vida que a mídia
tradicional mostra todos dias, o respeito que o dinheiro traz, que os
jogadores de futebol mostram, a construção de um mundo em que a maioria
dos jovens querem.
Cantar “proibidão” ou ostentação, na maioria dos casos, não é só uma
questão de escolha, identidade ou bandeira, mas de sobrevivência
mercadológica. A maioria dos artistas escrevem músicas de acordo com o
que o seu público gosta, independente do estilo. No funk, não é
diferente, mas por ser um estilo de música de origem pobre, negra e
periférica sofre com a discriminação e a intolerância cultural.
"O DINHEIRO & VOCÊ" --o título do livro aparece assim mesmo, em
maiúsculas. A capa é ilustrada com notas de R$ 50 e R$ 100, pilhas de
moedas e o nome do autor: bispo Robson Rodovalho.
"Descubra os segredos espirituais, emocionais e práticos para adquirir
riquezas", ele promete na publicação, lançada na Feira Internacional
Cristã, da Geo Eventos, empresa da Globo. Rodovalho esteve lá na quarta e
posou ao lado do pastor Silas Malafaia, com quem agitou uma
manifestação em Brasília, "pela vida", em junho.
O líder da igreja neopentecostal Sara Nossa Terra conta que, ao "estudar
a origem do dinheiro", percebeu que lidava com "um bem que já tramitava
no meio dos anjos, [pois] Lúcifer tinha, antes da queda, algum tipo de
comércio".
Bandeja na mão, uma secretária entra com cafezinhos na sala onde ele
conversa com Anna Virginia Balloussier, na sede da igreja. Ainda é cedo,
e o prédio de dois andares (mais subsolo) na rua Augusta (lado
Jardins), em São Paulo, está fechado com aquelas portas de aço típicas
de algum tipo de comércio.
*
As salas são separadas por divisórias beges. Dentro de uma delas,
Rodovalho diz ter uma "visão administrativa" para a igreja. "Apliquei um
princípio de gestão moderno."
*
A Sara ficou conhecida no começo dos anos 2000 por atrair famosos como
Baby do Brasil, Monique Evans, Leila Lopes e Rodolfo, ex-vocalista da
banda Raimundos (todos já fora da igreja; Leila, morta em 2009). Mais
recentemente, já foram a cultos a atriz Deborah Secco, Ana Cláudia Rocha
(mulher do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo) e Letícia Weber,
namorada de Aécio Neves.
*
O líder atribui o sucesso nas classes A e B a uma "identificação natural
com o traço intelectual" de sua congregação. "Os afins se atraem, né?"
Ele se apresenta como "professor, físico e empresário" --bispo, só "de
coração".
*
Não vê a atividade como profissão. Por isso, diz, não dá salário (só
ajuda de custo, de R$ 1.500 a R$ 5.000) para os cerca de 3.500 pastores,
"todos com curso universitário", que atendem nas 1.050 unidades da Sara
no Brasil.
*
O bispo também está na crista da onda quântica. Físico formado pela
Universidade Federal de Goiás, ele põe fé na ciência e lançou, no começo
do mês, um livro para defender que espiritualidade e pensamento
científico frequentem o mesmo lado do balcão.
*
Em duas horas de conversa, ele fala com intimidade de Albert Einstein e
usa termos como "postulados de Planck" (físico que inaugurou a quântica,
em 1900) para fenômenos associados à religião. Já ensinou a disciplina
na Universidade Federal de Goiás. Os alunos, conta, não estranhavam.
"Viram que você pode ser pastor sem ter uma cabeça dogmática."
*
Está com paletó preto (aberto), blusa branca por baixo (gola e punho se
destacam) e sapato de couro marrom. Comparado a outras lideranças,
Rodovalho é mais diplomático e discreto. Não fez os confessos implantes
de cabelo de Malafaia nem usa chapéu de vaqueiro como o apóstolo
Valdemiro Santiago --tampouco parece inatingível como o bispo Edir
Macedo.
*
As bandeiras, contudo, são as mesmas. Ele defende "os direitos civis",
mas critica o casamento gay ("não se muda o que é natural, mulher foi
feita para procriar com o esperma do homem"). E acha que o projeto de
lei 122, de combate à homofobia, "era extremamente discriminatório" ao
proibir pregações antigays nas igrejas.
*
"Falei mês passado, num seminário conduzido por Jean Wyllys [deputado
federal que defende os direitos dos homossexuais], a uma plateia só de
gays: 'Gente, vocês têm liberdade graças a um país cristão, tolerante.
Agradeçam ao cristianismo, base da democracia'."
*
Como outros evangélicos, também aponta preconceito na forma como a
imprensa lida com o dízimo. "Acho que são mais guerras de segmentos. A
mídia não é inocente, está a serviço do capital."
*
No site da Sara Nossa Terra, a animação de uma abelha com sardas e
bochecha rosada convida: "Clique aqui para doar" (mínimo de R$ 30).
*
Ao lado de sua mesa está uma intocada caixinha com água de coco
industrializada. Antes, fosse vodca ou água de coco, tanto fazia para o
jovem Rodovalho, filho e neto de plantadores de soja "de médio porte" em
Anápolis (GO), onde nasceu.
*
Numa pós-hippie "vida de adolescente, de gente perdida, sem orientação",
consumia de tudo um pouco. "Maconha, muito álcool... A gente fazia chá
de cogumelo." Coloca duas colheres de açúcar em seu chá atual
--hortelã--, servido numa xícara branca com desenho de flor, e segue:
"Andava com um revólver, calibre 38, na cintura".
*
Um dia, ainda na adolescência, a tragédia. Estava caçando com outro
rapaz, espingarda na mão. "A arma disparou, o pai dele estava atrás, o
tiro pegou nele." O homem morreu. Não houve processo legal. Mas
Rodovalho sentiu "muito desespero" e pouco conforto na religião da mãe,
espírita (na fazenda eram frequentes rituais com sacrifício de aves e
bodes). Aos 15 anos, ingressou na Igreja Presbiteriana. "A única coisa
que eu sabia é que era muito bom ler a Bíblia e muito gostoso orar. Ah,
não precisava de droga, de bebida, de nada."
*
Há 21 anos, mudou-se para Brasília e fundou a Sara Nossa Terra --hoje
liderada por ele e pela mulher, a bispa Maria Lúcia. Eles têm três
filhos e cinco netos.
*
Foi deputado federal, pelo DEM. Apresentou projetos solicitando da
criação do Dia do Bombeiro à proibição do uso de documentos
psicografados como prova judicial. Aprovou leis como a que permite o uso
da Lei Rouanet para a música gospel.
*
Seu gabinete em Brasília, todo de vidro, chamou a atenção do deputado
Clodovil. Imita o colega, morto em 2009: "Rodovalho, você é o único que
me dá atenção". Após "uma decepção forte", ele diz ter desistido da vida
parlamentar. Apoiou a eleição de Dilma Rousseff "porque o país foi
dirigido pela direita a vida inteira". E responde que, sim, um dia o
Brasil terá um presidente evangélico. "É natural, né?"
*
Hoje se dedica à carreira artística -ele é cantor gospel, tem rádios e
uma rede de TV, a Gênesis. É intérprete de canções como "Fogo e Paixão".
Enquanto Wando falava de "raio, estrela e luar", o pop de Rodovalho
homenageia Jesus, "raio de alegria que veio me encontrar". A família
vive entre Brasília e o apartamento de Perdizes, em SP.
*
Em 2012, fechou contrato com a Som Livre, gravadora da Globo, e visitou o
Projac com uma trupe de pastores, escoltado por Amauri Soares, então
coordenador dos projetos especiais da emissora. Acompanhou a gravação da
novela "Salve Jorge".
*
"No final dessa novela, mandaram um torpedinho pra mim: 'O último
capítulo tem uma surpresa'." Uma das vilãs se redimiu virando
evangélica, assim como a Carminha em "Avenida Brasil".
*
Antes, "quando [a Globo] se lembrava de evangélicos, era sempre caricatura de outro mundo, uma pessoa muito fanática, meio ET".
Curta-metragem "Não Gosto dos Meninos", inspirado no projeto internacional "It Gets Better".
produção | mirada + gringo diretor | andre matarazzo + gustavo ferri diretor de fotografia | gustavo ferri camera | felipe santiago editor | felipe santiago produtor executivo | enio martins pós produção | mirada trilha | andrei moyssiadis produtora | marcela fecuri
Bem na entrada da favela de Heliópolis, entre uma agência bancária e uma
loja de departamentos, desponta uma clínica médica que só realiza
consultas particulares. Não vale convênio, tampouco cartão do SUS.
Daniel Teixeira/AE
O criador do Dr. Consulta, Thomaz Srougi, e o diretor-geral, Cesar Camara
Quem passa ali, estranha. Muitos moradores custam a ter coragem de
entrar. Só perdem o medo na medida em que o boca a boca se espalha ou
quando leem um cartaz bem à frente do portão que informa, em linguagem
clara e direta, o valor das consultas: R$ 40 para clínico-geral e R$ 60
para qualquer uma das dez especialidades oferecidas, que pode ser
dividido em duas parcelas.
"Quem disse que essa população não pode ir ao médico particular?",
questiona o criador do Dr. Consulta, Thomaz Srougi. Ele se refere ao seu
público-alvo: gente sem plano de saúde e cansada das filas dos postos
públicos. O perfil exato dos moradores da maior favela da cidade.
Para atendê-los, a estrutura é simples, porém bem equipada. Nos
consultórios - separados por divisórias de fórmica e com cadeiras de
plástico -, há equipamentos caros, como o usado em exames oftalmológicos
e o de ultrassonografia, além do eletrocardiograma. Em casos mais
sérios, em que seja necessária a internação, os pacientes são
encaminhados ao hospital público.
O atendimento é feito por uma dúzia de médicos, todos formados em
universidades conceituadas e integrantes do corpo clínico de hospitais
de ponta, como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein. O diretor da
clínica, por exemplo, é Cesar Camara, indicado por Miguel Srougi, um dos
urologistas mais conceituados da cidade e pai de Thomaz.
Na quarta-feira passada, Cesar saiu de Heliópolis e tomou o metrô
Sacomã em direção ao Sírio, para atender um dos seus pacientes. Em seu
consultório, a consulta custa R$ 450, sete vez o que pagou cada um dos
dez pacientes atendidos naquela tarde.
"Engajei-me no projeto porque consigo garantir um atendimento
humanizado. Tem consultas em que levo 40 minutos, mesmo tempo que
pratico no consultório particular, o que seria impossível na realidade
dos convênios."
Todos os médicos dali já haviam atendido por planos privados e
recebem em Heliópolis o mesmo que ganhariam em um convênio: cerca de R$
40 por hora. A diferença é que estão livres das conhecidas metas de
atendimento que encurtam as consultas a cada dia. "Selecionamos os
médicos por esse perfil humanizado. É importante serem egressos das
melhores universidades, mas isso não basta", diz Cesar.
De longe. Mesmo que a maioria do público não se atente ao nome
do Sírio-Libanês costurado no jaleco do urologista - "a população daqui
nunca ouviu falar do hospital", brinca Cesar -, já começa a pipocar por
ali um ou outro paciente vindo de longe. Dia desses, Cesar atendeu um
homem que havia se locomovido do Paraíso (bairro de classe média alta e a
pelo menos meia hora de distância, de carro).
Se a pessoa tinha ou não dinheiro para pagar mais pelo atendimento,
não interessa, diz Thomaz. "Essa procura é boa. Sinaliza que há muito
espaço de crescimento."
Desde sua inauguração, em agosto de 2011, a clínica tem crescido 40%
por mês e hoje realiza 600 procedimentos a cada 30 dias. A conta ainda
não fecha porque houve investimento de cerca de R$ 1 milhão em
estrutura, mas a receita tem aumentado à medida que a população descobre
o local. Dos 300 mil habitantes da microrregião, só 10% conhecem a
clínica, segundo pesquisa encomendada por Thomaz.
Nos sonhos do administrador, ele vê uma clínica em cada um dos 96
distritos da capital. Só para garantir o público, as próximas unidades
devem ser instadas em bairros periféricos, como Itaquera e São Miguel
Paulista, na zona leste. "Inspirei-me em projetos parecidos em países
como Guatemala e México. Testei, adaptei e agora quero crescer, sempre
seguindo essa lógica simples, de gerar renda ao mesmo tempo em que
agrego um valor muito importante à população." As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Numa cerimônia discreta, reservada apenas para amigos e convidados, a
transexual paraibana Sofia Farias e o empresário holandês Ricardo
Stuurman se casaram na última quinta-feira (11), em João Pessoa.
Segundo o colunista social do Jornal Correio da Paraíba, Paulo Germano, o
casal está junto há mais de 4 anos. Sofia Farias e Ricardo Stuurman
residem atualmente na Espanha.
Este foi o 8º casamento homoafetivo na Capital paraibana após a
Corregedoria Geral de Justiça da Paraíba publicar um provimento
autorizando a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Com a regulamentação do casamento civil homoafetivo, houve uma procura
grande nos cartórios de João Pessoa no mês de maio. Mas, o número de
casamento está abaixo do esperado, de acordo com o juiz Romero Feitosa
Carneiro, da Vara de Feitos Especiais da Capital, responsável por
celebrar os casamentos da Capital
Segundo o magistrado, houve a ideia de realizar um casamento coletivo
com aproximadamente 30 casais homossexuais em João Pessoa. Entretanto,
devido a baixa procura, isso será impossível.
“Logo no início da regulamentação, eu pensei que teríamos um casamento
coletivo, inclusive, eu tinha sugerido. Hoje, tenho certeza que não
haverá devido à baixa procura. Até agora contabilizei oito casamentos
homoafetivos em João Pessoa. Bem abaixo do que eu esperava”, lamentou o
juiz Romero Feitosa.
As inscrições para o Programa Mais Cultura Nas Escolas estão abertas
até 10 de agosto. Artistas, mestres das culturas populares, cinemas,
pontos de cultura, museus, bibliotecas, arte educadores e outras
iniciativas culturais agora podem elaborar Planos de Atividade Cultural
em diálogo com projetos pedagógicos e com os eixos temáticos do
Programa.