segunda-feira, 3 de junho de 2013

O que é tuberculose?


Canções de Gil ilustradas por bordados: lindos e singelos





O bordado inspirado no verso "Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa - reproduzidos no bordado da canção "A linha e o linho", de Gilberto Gil

Gilberto Gil vai participar do lançamento de um livro nesta quarta-feira (05/06), na Livraria Cultura, no Fashion Mall. Não se trata de uma biografia ou algo semelhante, e sim de uma delicadíssima homenagem ao cantor e compositor. “A linha e o linho” é um pequeno livro – o formato é de um encarte de CD – que traz a letra da canção de Gil acompanhada por ilustrações de bordados – lindos e singelos. São oito diferentes trabalhos que a bordadeira Marcela Fernandes de Carvalho criou para ilustrar cada verso da composição do artista baiano.
O lançamento da Escrita Fina Edições, de Laura Van Beckel, traz ainda um texto de Gil contando como ele se inspirou para criar a música de 1983. “A linha e o linho” tem projeto gráfico assinado por Suiá Tauloius e é a primeira publicação da coleção “Letras ilustradas”.

Fonte:
http://lulacerda.ig.com.br/cancoes-de-gil-ilustradas-por-bordados-lindos-e-singelos/

domingo, 2 de junho de 2013

DANÇA DOS ORIXÁS - CIA DE MYSTÉRIOS - 01/06/2013 - 18H - PRAÇA DA HARMONIA - GAMBOA - ZONA PORTUÁRIA - RIO DE JANEIRO - RJ



CURTA A PÁGINA DO ESPAÇO CULTURAL ALMIRANTE JOÃO CÂNDIDO: http://www.facebook.com/EspacoCulturalAlmiranteJoaoCandido

CONHEÇA A NOSSA AGENDA DE EVENTO AFROTAMOIO (RIO DE JANEIRO) - JUNHO DE 2013: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.554011051309108.1073741843.547304001979813&type=3&uploaded=1


 

“Do you know what it feels like for a girl?
Do you know what it feels like in this world?”

Madonna
Aconteceu ontem. Saio do aeroporto. Em uma caminhada de dez metros, só vejo homens. Taxistas do lado de fora dos carros conversando. Funcionários com camisetas “posso ajudar?”. Um homem engravatado com sua malinha e celular na mão. Homens diversos, espalhados por dez metros de caminho. Ao andar esses dez metros, me sinto como uma gazela passeando por entre leões. Sou olhada por todos. Medida. Analisada. Meu corpo, minha bunda, meus peitos, meu cabelo, meu sapato, minha barriga. Estão todos olhando.
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Aconteceu quando eu tinha treze anos. Praticava um esporte quase todos os dias. Saía do centro de treinamento e andava cerca de duas quadras para o ponto de ônibus, às seis da tarde. Andava pela calçada quase vazia ao lado de uma grande rodovia. Dessas caminhadas, me recordo dos primeiros momentos memoráveis desta violência urbana. Carros que passavam mais devagar do meu lado e, lá de dentro, eu só ouvia uma voz masculina: “gostosa!”. Homens sozinhos que cruzavam a calçada, olhavam para trás e suspiravam: “que delícia.” Eu tinha treze anos. Usava calça comprida, tênis e camiseta.
Agora, multiplique isso por todos os dias da minha vida.
Sei que para homens é difícil entender como isso pode ser violência. Nós mesmas, mulheres, nos acostumamos e deixamos pra lá. Nós nos acostumamos para conseguir viver o dia a dia.
Esses dias, estava sentada na praia vendo o mar, e dele saiu uma moça. Passou por um rapaz que disse algo. Ela só saiu de perto e veio na minha direção. Dei boa noite, ela falou que a água estava uma delícia, e conversamos um pouco. Perguntei se o cara havia lhe falado alguma besteira. Ela disse, “falou, mas a gente tá tão acostumada, né?, começa a ignorar automaticamente”.
O privilégio é invisível. Para o homem, só é possível ver o privilégio se houver empatia. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, todos os homens foram subjugados, violentados, assassinados, podados, controlados. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, só mulheres foram cientistas, físicas, chefes de polícia, matemáticas, astronautas, médicas, advogadas, atrizes, generais. Tente imaginar um mundo onde, por cinco mil anos, nenhum representante do seu gênero esteve em destaque, na televisão, no teatro, no cinema, nas artes. Na escola, você aprende sobre a história feita pelas mulheres, a ciência feita pelas mulheres, o mundo feito pelas mulheres.
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No seu texto “Um teto todo seu”, Virgínia Woolf descreve por que seria impossível para uma hipotética irmã de Shakespeare escrever de forma genial como ele. Woolf diz:
“quando lemos sobre uma bruxa sendo queimada, uma mulher possuída por demônios, uma mulher sábia vendendo ervas… acho que estamos olhando para uma escritora perdida, uma poeta anulada.”
Desde o início do patriarcado, há cinco mil anos, as mulheres não tiveram liberdade suficiente para serem cientistas ou artistas. Woolf explica:
“liberdade intelectual depende de coisas materiais. … E mulheres foram sempre pobres, não por duzentos anos, somente, mas desde o início dos tempos.”
Esse argumento não serve somente para mulheres: negros, pobres e outras minorias não poderiam ser geniais poetas pois, para isso, é necessário liberdade material.
(Para uma análise mais completa, recomendo: “Um teto todo seu” de Virgínia Woolf: A produção intelectual e as condições materiais das mulheres.)
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Embora o mundo esteja em processo de mudança, ainda existem menores oportunidades e reconhecimento para mulheres e minorias exercerem qualquer ocupação intelectual. Leitores de uma página do facebook sobre ciências ainda supõem que o autor seja homem e comentaristas de televisão não consideram manifestações culturais que vêm da favela como cultura de verdade.
É verdade: hoje, a vida é muito melhor, principalmente para a mulher ocidental como eu. Mas, mesmo sendo uma mulher livre e bem-sucedida vivendo em uma metrópole ocidental, ainda sinto na pele as consequências destes cinco mil anos de opressão. E, se você quiser ver essa opressão, não precisa ir nos livros de história. É só ligar a televisão:
Rio de Janeiro, 2013. Um casal é sequestrado em uma van. As sequestradoras colocaram um strap-on sujo, fedido de merda e mofo, e estupraram o rapaz. Todas elas, uma a uma, enfiavam aquela pica enorme no cu do moço, sem camisinha e sem lubrificante. A namorada, coitada, tentou fazer algo mas foi presa e levou chutes e socos.
Ao ver esta notícia, você se coloca no lugar da vítima (que sofreu uma das piores violências físicas e psicológicas existentes) ou no lugar de quem assistiu? Naturalmente troquei os gêneros: a violência real aconteceu com uma mulher.
Quantas violências eu sofro só por ser mulher?
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Na infância, fui impedida de ser escoteira pois isso não era coisa de menina. Fui estuprada aos oito anos. (Eu e pelo menos dois terços das mulheres que conheço e que você conhece sofreram um estupro e provavelmente não contaram para ninguém.) Sofri a pré-adolescência inteira por não me comportar como moça. Por não ter peitos. Por não ter cabelos longos e lisos. Desde sempre tive minha sexualidade reprimida pela família, pela sociedade, pela mídia. Qualquer coisa que eu pisasse na bola seria motivo para ser chamada de vadia. Num dos primeiros empregos, escutei que mulheres não trabalham tão bem porque são muito emocionais e têm TPM. Em um outro emprego, minha chefe disse que meu cabelo estava feio e pagou salão para eu ir fazer escova e ficar mais apresentável pros clientes. Decidi que não quero ser escrava da depilação e sou olhada diariamente com nojo quando ando de shorts ou blusinha sem mangas. Já usei muita maquiagem, só porque a televisão e os outdoors mostram mulheres maquiadas, e portanto é muito comum nos sentirmos feias de cara limpa. Você, homem, sabe o que é maquiagem? Tem um produto para deixar a pele homogêna, um pra disfarçar olheiras, outro para disfarçar manchas, outro para deixar a bochecha corada, outro para destacar a sobrancelha, outro para destacar os cílios, outro para colorir as pálpebras, outro para colorir os lábios. Quantas vezes você passou tantos produtos na sua cara só porque seu chefe ou seu primeiro encontro vai te achar feio de cara limpa? Quando estou no metrô preciso procurar um cantinho seguro para evitar que alguém fique se roçando em mim. Você faz isso? Quando vou em reuniões de família, me perguntam por que estou tão magra, e o que fiz com o cabelo e quem estou namorando. Para o meu primo, perguntam o que ele está estudando e no que está trabalhando. Na televisão, 90% das propagandas me denigrem. Quase nenhum filme me representa ou passa no teste de Bechdel. Todas as mulheres são mostradas com roupas sexy, mesmo as super heroínas que deveriam estar usando uma roupa confortável para a batalha. As revistas me ensinam que o meu objetivo na cama é agradar o meu homem. Enquanto você, menino, comparava o seu pau com o dos amiguinhos, eu, menina, era ensinada que se masturbar é muito feio e que se eu usar uma saia curta não estou me dando o respeito. Quanto tempo demorei para me desfazer da repressão sexual e virar uma mulher que adora transar? Quanto tempo demorei para me soltar na cama e conseguir gozar, enquanto várias das minhas colegas continuam se preocupando se o parceiro está vendo a celulite ou a dobrinha da cintura e, por isso, não conseguem chegar ao gozo? Quanto tempo demorei para conseguir olhar para um pau e transar de luz acesa? Quantas vezes escutei, no trânsito, um “tinha que ser mulher”? Quantas vezes você fechou alguém e escutou “tinha que ser homem”? Tudo isso para, no fim do dia, ir jantar no restaurante e não receber a conta quando ela foi pedida pois há cinco mil anos sou considerada incapaz. E tudo isso, porra, para escutar que estou exagerando e que não existe mais machismo.
Isso é um resumo muito pequeno do que eu sofro ou corro o risco de sofrer todo dia. Eu, mulher branca, hetero, classe média. A negra sofre mais que eu. A pobre sofre mais que eu. A oriental sofre mais que eu. Mas todas nós sofremos do mesmo mal: nenhum país do mundo trata suas mulheres tão bem quanto seus homens. Nenhum. Nem a Suécia, nem a Holanda, nem a Islândia! Em todo o mundo “civilizado” sofremos violência, temos menos acesso à educação, ao trabalho ou à política.
Em todo o mundo, somos ainda as irmãs de Shakespeare.
* * *
E você, leitor homem? Quando é abordado de forma hostil por um estranho na rua, pensa “por favor, não leve meu celular” ou “por favor, não me estupre”?
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Fotos: autorretratos por Claudia Regina.

Fonte:
http://papodehomem.com.br/como-se-sente-uma-mulher/

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Católicos e amigos cantam juntos para apoiar a população LGBT nos Estados Unidos. Cantam para celebrar boas novas do amor de Cristo. Composto por David Lohan !


'La vie d'Adèle', filme lésbico vencedor do Palma de Ouro, virá ao Brasil


A história de amor entre duas mulheres, retratada em "La vie d'Adèle", exibe cenas tão apaixonadamente declaradas que deixaram os presentes do Festival de Cannes surpresos e boquiabertos, segundo divulgam os sites de notícias. O sobressalto maior veio com a coroa do Palma de Ouro na categoria "Melhor Filme".

Graças ao ineditismo do fato -- as imagens picantes de sexo lésbico exibidas no Festival de Cannes, o  prêmio e as três horas de duração da película -- vários países, entre outros, o Brasil, o México, a Colômbia e a Espanha compraram o direito de exibição, após a repercussão de Cannes.
Conforme divulgou na última terça-feira (28/05) Brahim Chioua, diretor-geral da Wild Bunch (produtora), 'La vie d'Adèle' já havia sido vendido antes para muitos outros países, principalmente da Europa. O filme será também distribuído no Canadá, Hong Kong, Coreia, Nova Zelândia, Rússia, e há negociações em curso na Venezuela, Peru, Bolívia, Equador e Argentina, complementou.
Abdellatif entre Lea e Adèle em foto na 66ª edição do Festival de Cannes, França, 23 de maio, 2013 (Xinhua/Gao Jing)
O filme
Dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche (gente, que nome!), é baseado na história em quadrinhos ("HQ") "Le bleu est une couleur chaude", escrita e desenhada em 2010 pela francesa Julie Maroh. Aborda o despertar sexual e a paixão de uma adolescente por uma jovem de cabelos azuis, vivida por Adèle Exarchopoulos (19 anos), excepcional no papel da estudante de 15 anos que descobre o desejo ardente depois que conhece Emma, interpretada por Lèa Seydoux.
"La vie d'Adèle" usa uma técnica um tanto inovadora e curiosa com o objetivo de deixar o público também apaixonado pela principal personagem. Durante a exibição, os lábios da atriz Adèle Exarchopoulos são constantemente evidenciados em 'closes', seja falando, dormindo, comendo ou beijando sua parceira.
"O que vocês viram na tela, nós fizemos", disparou Lèa, emocionada. Há uma verdade maravilhosa em um trabalho tão realista. Em diversos momentos, eu até esquecia que havia uma câmera nos filmando." Sua colega Adèle confirmou. "As cenas foram surpreendentes, porque não seguimos nenhum roteiro. Era tudo improvisação, um trabalho de meses entre os atores".

'Façam HQ, é legal'
Em seu site oficial, Juilie (a criadora da HQ) publicou uma mensagem de agradecimento e incentivo aos que se interessam pelos quadrinhos:
"Obrigada a todos por suas mensagens de hoje. Eu não tenho palavras para descrever a magnitude do que passei por algumas horas. Eu sei que muitos estão à espera de um comentário meu sobre o filme. Eu já vi duas vezes. Vou comentar mais tarde (...).  Mas obrigada novamente. Façam história em quadrinhos, é legal".

Trailer


Fonte:
http://www.identidadeg.com.br/2013/05/989-laviedadele-filme-festivaldecannes-Brasil.html#more

“Os jovens são a grande maioria das vítimas dos casos de homofobia no Brasil”, diz presidente do Conjuve

Novo presidente do Conselho Nacional da Juventude, Alessandro Melchior, atua no movimento LGBT desde 2008

Por Marcelo Hailer

Há duas semanas, o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) elegeu o seu novo presidente, Alessandro Melchior, 26. Melchior iniciou a sua trajetória política no movimento estudantil secundarista, na UMES- São José do Rio Preto. Posteriormente atuou como gestor municipal e teve os primeiros contatos com a agenda política internacional da juventude, através da Unidade Temática de Juventude da Rede de Mercocidades, que reúne prefeituras de diversas cidades do Mercosul.

Alessandro Melchior: “Estamos entrando hoje em um novo ciclo de políticas públicas de juventude” (Foto: Divulgação)

Em 2008, Alessandro Melchior iniciaria a sua atuação no movimento LGBT e, já em 2009 assumiria a Coordenação da Juventude da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis), representando esta instituição desde 2010 no Conjuve. Em seu primeiro mandato foi representante na Reunião Especializada de Juventude do Mercosul, no segundo mandato integrou a Coordenação da Comissão de Acompanhamento de Políticas e Programas.
Na entrevista que você lê a seguir, Alessandro Melchior se diz contrário à política de internação compulsória aos usuários de drogas, a qual ele classifica como “higienista”. O novo presidente do Conjuve também é categórico ao afirmar que hoje os “jovens são a grande maioria das vítimas dos casos de homofobia no Brasil” e que vivemos, atualmente, um “verdadeiro genocídio da juventude negra e da periferia”.

A partir de sua experiência com a militância política, qual a demanda que você considera mais urgente à juventude?
Precisamos parar, imediatamente, de exterminar os nossos jovens. Temos um verdadeiro genocídio da juventude negra e da periferia, com responsabilidade social e estatal, não apenas pela omissão, mas também pela ação. Nossos índices, em diversos casos, são próximos aos apresentados por países em estado de guerra. Darcy Ribeiro dizia em um de seus textos que o Brasil sempre foi, e ainda é, um moinho de gastar gentes. Se ele vivesse hoje, diria que o Brasil é um moinho de gastar jovens.

Em seu ponto de vista, o que difere a eleição de um presidente oriundo do movimento LGBT ao Conjuve?
Isso, entre outras coisas, exemplifica a capacidade de diálogo com os outros movimentos sociais que o movimento LGBT adquiriu no período recente. Não apenas com os movimentos sociais, mas nossa eleição também foi fruto de um diálogo sincero com os vários ministérios e outras organizações da sociedade civil. Obviamente, também foi uma resposta à sociedade e à institucionalidade, considerando o momento que vivemos no Brasil.

Desde 2010 o Brasil vive um cenário de forte embate político entre setores fundamentalistas e progressistas. Acredita que os discursos de ódio proferidos pelos parlamentares e pastores atingem de maneira mais forte os jovens? Visto que muito deles nem do armário saíram ainda.
Não só no âmbito da homofobia. Esses discursos de ódio têm atingido a juventude de forma geral. Eles têm incentivado a perseguição às culturas indígenas, queimando templos religiosos no centro-oeste, impedido os avanços para garantia de mais direitos às jovens mulheres, apoiado a política de drogas falida que temos hoje e agora fortalecem a ideia de criminalização da juventude, por meio da defesa da redução da maioridade penal. E, infelizmente, eu vejo que nós, os progressistas, estamos perdendo terreno na luta institucional. Tem muita gente que veio da banda de cá, que está tocando do outro lado, sendo cooptado e defendendo o que esse ‘Eixo do Mal’ representa. Estou falando de parte do núcleo duro do governo federal e da timidez, pra não dizer outra coisa, das bancadas mais progressistas do Congresso.

Como você colocaria a pauta LGBT no âmbito da juventude?
A situação de violência em que vive a juventude LGBT é comum a de outros setores. Mas a resposta não. Então, em primeiro lugar, é preciso avançar no sentido de confrontar essa realidade. Relatório do Governo Federal, da Secretaria de Direitos Humanos, revela o que o movimento LGBT vem dizendo há muito tempo, os jovens são a grande maioria das vítimas dos casos de homofobia no Brasil. Por isso é preciso cobrar atitude do Governo Federal, dos Estados e Municípios. Nessa mesma linha precisamos incidir mais no Legislativo e temos disposição para isso no Conselho. Em relação à juventude, especificamente, é importante que os jovens atentem que, os mesmos que atacam hoje a liberdade sexual e a cidadania LGBT, são os que defendem restrição de liberdades em geral, menos participação política e menos direitos para o povo brasileiro. Essa galera está unida do lado de lá.

Ultimamente as políticas de internação compulsória para cidadãos usuários de drogas têm sido adotadas por alguns governos. Qual é a tua posição sobre este tema?
Essa é uma das expressões de um movimento mais amplo contra as liberdades democráticas. Eu sou contra esse absurdo neofascista. Você não interna ninguém compulsoriamente. A história tem mostrado, inclusive, que quando isso surge, é para limpar a sociedade, numa lógica higienista em que entram pobres, negros, prostitutas, homossexuais, travestis, usuários de drogas e outros. Além do que, quem defende isso aí não quer saber de fortalecer os CAPS AD, os equipamentos e a política pública de saúde, quer é jogar dinheiro público para ser lavado nas comunidades terapêuticas do fundamentalismo religioso.

Você é a favor da liberação e descriminalização das drogas? Fale sobre isso.
Sim. Sou favorável. Assim como a sensatez e o bom senso também são. A Organização dos Estados Americanos se posicionou recentemente sobre a necessidade de uma nova política de drogas e vai realizar um seminário em junho para debater o tema. O Governo dos Estados Unidos começou a reconhecer a falência da política atual. Por quê? Porque ela não funciona, porque ela, com a criminalização da venda, cria uma reserva de mercado ao crime organizado, que sustenta o sistema financeiro internacional e financia a política pelo mundo afora. Em 2008, quando estourou a crise financeira que ainda assola o mundo, quase US$ 400 bilhões de dólares foram lavados pelo sistema bancário, o que representou 1/3 das perdas com a crise. Alguém realmente acredita que a maconha causa mais danos à vida da juventude que o álcool? Vamos pegar os dados de mortes no trânsito, violência causada pelo consumo de álcool. Acredito que ainda teremos maturidade para debater esse tema com o nível de densidade que ele precisa, não com o preconceito atual ou com o medo que permeia o Governo nesse assunto.

O que você achou da medida do CNJ que normalizou a união igualitária nos cartórios?
Achei importante e necessária. Ela mostra que os avanços têm de vir de algum lugar. Por outro lado, mostra como essa pauta, especificamente, tem mais facilidade de compreensão no âmbito do Poder Judiciário, que no Legislativo e Executivo. Só fico triste quando alguns avanços da cidadania têm de vir por um poder que não seja o político. Mostra que a política brasileira ainda tem problemas em entender o que é cidadania e igualdade de direitos.

Os jovens estão perto ou longe dos partidos políticos?
Não dá pra falar nessa abstração. Alguns partidos são os preferidos pela juventude brasileira, por conta da afinidade programática e ideológica. Outros são partidos velhos, de ideias e de pessoas. Alguns têm garantido mecanismos de renovação geracional, o que empodera o jovem na estrutura partidária, fortalece os espaços de organização juvenil no interior do partido também. Mas como melhorar esse cenário? Com uma reforma política que estimule a participação do jovem e do povo brasileiro, que permita que o Executivo e o Legislativo estejam mais próximos de representar a diversidade que nos caracteriza como nação. Pessoalmente posso dizer que o meu partido não é um coração partido. Tenho lado.

Em relação ao governo federal, como você avalia as políticas para juventude?       
Estamos entrando hoje em um novo ciclo de políticas públicas de juventude, com a consolidação dos espaços de controle social e gestão no Governo Federal, respectivamente o Conselho Nacional de Juventude e a Secretaria Nacional de Juventude. Com a aprovação do Estatuto da Juventude e a sanção posterior da presidenta Dilma, teremos no horizonte a possibilidade de construir um Sistema Nacional de Juventude que consolide essa como política de Estado, com estruturas, responsabilidades de todos os entes federados, orçamento. As políticas que tem sido tocada têm se mostrado importantes. Hoje temos o Juventude Viva, de enfrentamento à mortalidade da juventude negra, um programa bem estruturado, planejado e articulado, que precisa de mais envolvimento dos Estados e municípios. A atualização da Política Nacional de Juventude e Meio Ambiente, a criação de equipamentos de referência territoriais, as Estações da Juventude. Por outro lado, programas essenciais como o Projovem Urbano e Trabalhador tem sofrido dificuldades. Os Pontos de Cultura estão abandonados e a Aids tem avançado sobre a juventude sem qualquer resposta eficiente e corajosa do Governo. Mas no geral, podemos tranquilamente dizer que nos últimos dez anos o Governo Federal deixou de entender essa como uma pauta marginal. A prova disso é que ela só passou a ser tratada como política pública justamente nesse período.

Ilustradores Franceses se unem contra a Homofobia




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Conhecido como Projet 17Mai, nome dado em razão do dia internacional do combate à homofobia, o projeto criado pelo desenhista Pochep em 2012 reúne grandes nomes das artes do país, como Julie Maroh, cuja HQ Le Bleu est Une Couleur Chaude inspirou o filme La Vie D’Adèle, que acaba de ganhar a Palma de Ouro em Cannes.

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Eis uma genial resposta de ilustradores e quadrinistas contra a onda homofóbica que ganhou força na França – as denúncias de agressões estão aumentando no país, segundo associações de direitos humanos, em razão dos protestos contra a lei que garante aos homossexuais o direito de se casar e adotar crianças,  aprovada definitivamente pelo Parlamento em abril.
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O nosso objetivo é promover a reflexão. Queremos oferecer várias visões e abordagens que sirvam como referência dos males provocados pelo preconceito, mesmo que ele seja, como é em grande parte, enrustido”. O projeto virou livro – comercializado pela Amazon – e exposição itinerante – está agora na Association Rimbaud, em Lyon. Todo o lucro com as vendas e ingressos é revertido para a ONG SOS Homophobie. Confira alguns dos trabalhos produzidos:
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Fonte:

Glória Pires vive arquiteta lésbica no filme “Flores Raras”. Veja trailer:


Nas décadas de 1950 e 1960, a poetisa americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires) vivem uma história de amor. Bishop era uma mulher frágil, alcoólatra, que ganhou forças com as perdas em sua vida. Lota, por outro lado, era uma pessoa confiante e otimista, que se fragilizou com a perda do seu grande amor.


Um Filme de Bruno Barreto




Repúdio à suspensão de Editais para criadores negros reúne produtores culturais em diferentes estados

Data: 31/05/2013
Em São Paulo na segunda-feira (03/06), na Bahia sexta (07/06). Série de encontros já aconteceu no Rio de Janeiro e terá ainda participação de agentes culturais de Pernambuco e Maranhão para debater a suspensão dos Editais de fomento à arte e cultura afro-brasileira lançados pelo MinC em parceria com a SEPPIR

Produtores se reúnem em São Paulo (03/06), Salvador (07/06), Pernambuco e Maranhão

Produtores culturais, artistas e militantes do movimento negro reunidos pelo fim das práticas racistas no campo das artes e da cultura afro-brasileira. É a proposta da série de reuniões que acontecem no mês de junho, em diversas cidades brasileiras, a começar por São Paulo/SP (03/06) e Salvador/BA (07/06).

A Fundação Cultural Palmares (FCP) participa dos debates, em resposta aos anseios dos setores culturais organizados, para discutir a liminar que suspendeu os editais lançados pelo Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), destinados a produtores, criadores e pesquisadores negros.

Hilton Cobra, presidente da Fundação Palmares, avalia positivamente a mobilização das organizações sociais, em especial as do Movimento Negro, para debater o tema. Para ele, essa posição reafirma a busca por uma política cultural justa, inclusiva e verdadeiramente democrática. ”A FCP se une à gente negra brasileira para refletir sobre o significado de mais uma ameaça às políticas por equidade racial, buscando soluções para o impasse da suspensão dos editais para criadores negros do MinC/SEPPIR. Estou certo que sairemos vencedores dessa batalha”, expôs Cobra.

Para a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial), “a decisão judicial demonstra que a vitória jurídica obtida no STF (Superior Tribunal Federal) deverá ser seguida por uma outra batalha, a ideológica, até que as ações afirmativas sejam entendidas como necessárias em todos os campos da vida social, e não apenas na educação”.

Até o momento, estão confirmadas as agendas em São Paulo, para segunda-feira (03/06), e Salvador sexta-feira (07/06). Os encontros nas demais cidades estão em fase de articulação.

Primeiro encontro
– Os debates tiveram início no Rio de Janeiro, no último dia 23/05, com a presença de Hilton Cobra, lideranças do movimento negro carioca, artistas e agentes culturais negros. No encontro foi decidido que o Movimento Akobem, em nome de todos os participantes, irá solicitar uma audiência com a ministra Marta Suplicy, no Rio de Janeiro, com o objetivo de discutir caminhos para revogar a decisão da Justiça Federal pela suspensão dos editais.

Agenda

São Paulo/SP

Data: 3 de junho de 2013
Horário: 19 horas
Local: Funarte, Alameda Nothmann, nº 1.058, Auditório MinC, Campos Elíseos – São Paulo.

Salvador/BA
Data: 7 de junho de 2013
Horário: 19 horas.
Local: Biblioteca Pública do Estado da Bahia: Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-Bahia
Mais informações: (71) 8886.6706; e-mail: performancenegra@gmail.com


Com informações da Ascom FCP

Fonte: