quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Como criar um filho gentil com tanta violência masculina contra mulheres?


"A ideia de ter um filho me assustou". Se a violência masculina é a maior ameaça às mulheres, como criar um filho gentil?

Por Christopher Zumski Finke, original em Yes! Magazine. Tradução de Isadora Otoni.
A ideia de ter um filho me assustou: Que tipo de homem ele se tornará quando crescer? Confira abaixo o que eu aprendi sobre como criar um homem com compaixão

Minha mulher e eu tivemos Rhodes, nosso primeiro filho, há quatro meses. Isso é o que eu mais me lembro daquela primeira semana: o cheiro de sua pele e sua respiração quando ele dormia no meu colo em nossa cama – pequeno, quentinho, e frágil, como um ovo. Eu respirava o cheiro da vida mais nova que já encontrei enquanto ele dormia.
Ele não era pequeno demais, mesmo assim eu ficava maravilhado por como esses novos seres humanos chegavam tão minúsculos. Nós, a criatura mais dominante da Terra, começamos a vida tão desamparados, e vermelhos, e bonitos. Sabia, enquanto ele descansava apertado contra meu coração, que faria qualquer coisa para protegê-lo, amá-lo, e apresentá-lo ao mundo.
Mês passado, quarto homens na Índia foram sentenciados a morte por estuprar e matar com tanta brutalidade que quase não acreditei. Na semana anterior, quatro jogadores de futebol americano da Universidade Vanderbilt foram acusados de estuprar uma mulher inconsciente (algo muito parecido como os eventos do último ano em Steubenville, Ohio). E durante a primavera anterior, pouco antes de Rhodes nascer, Ariel Castro foi preso em Cleveland por aprisionar três mulheres – sequestrada quando jovens – em sua casa durante dez anos.
Essas e outras histórias constantemente enchem nossas redes sociais, programas de tevê, jornais, mídias sociais, blogues… É quase impossível evitar histórias de violência, estupro, e dominação. Viver decentemente já é difícil suficiente sozinhos, e agora preciso criar um filho corretamente em um mundo que é, em parte, caracterizado pela violência masculina.
Louis CK resume isso melhor: “Não existe ameaça maior às mulheres do que os homens. Nós somos o número um em ameaça às mulheres. Globalmente e historicamente, nós somos o número um em danos e lesões às mulheres”. E eu me preocupo que ele esteja certo.
Agora que eu sou um pai, me deparo com essa questão constantemente: Como criar um filho com compaixão e dignidade? Um homem que respeita mulheres?

Menino ou menina?

No começo da gravidez, minha mulher e eu discutimos se preferíamos criar um menino ou uma menina. Isso estava totalmente fora do nosso controle, mas a conversa mexeu comigo: menino ou menina? Nós criamos um mundo de coisas belas assim como coisas terríveis. Eu submeteria um menino ou uma menina a isso?
Enquanto esperava nossa criança, minha preocupação quanto às notícias de violência sexual atingiram novos patamares, e influenciaram o que pensava sobre criar um menino ou uma menina.
criar filho pai
O autor do artigo com seu filho, Rhodes, em casa (Arquivo pessoal de Christopher Zumski Finke)
Uma menina, o primeiro pensamento que tive, poderia estar protegida. Me preocupei com sua segurança, mas pensei que poderia protegê-la das ameaças domésticas contra mulheres.
Mas um menino, isso realmente me assustou. Meninos são as ameaças domésticas contra mulheres. Se eu tivesse um menino, nós deveríamos criar um homem. E que tipo de homem ele seria?

Tenho dificuldades imaginando meu filho como qualquer outra pessoa diferente da criança inocente que ele é hoje. Minha hipótese é essa: Eu serei um bom pai e ele será um bom garoto. Mas eu não posso ver o futuro. Eu o amo e quero que ele ame aos outros, quero que ele seja gentil, seja responsável por suas ações, e trate as outras pessoas com respeito. Eu quero que ele aprenda com o homem que escolheu esse comportamento, e não o poder e abuso.

Homens como Pacificadores

“Isso é endêmico.” Esse é Ed Heisler, diretor executivo da Homens como Pacificadores, falando sobre as estatísticas de violência sexual e abuso doméstico.
“Essa é o ar social que os jovens estão respirando enquanto crescem”, ele me disse. “A mídia, o ambiente esportista, o jeans, os adultos que vendem jeans, os pais, as professoras que temos nas escolas, os líderes religiosos – todos criam um ambiente que normaliza a dominação e o controle do homem.” Ele escolheu a palavra certa: endêmico. “É assim há algum tempo e permanecerá assim até que algo no ambiente social mude.”
A entidade Men as Peacemakers (Homens como Pacificadores, em tradução livre) foi fundada em Duluth, após a comunidade se chocar com uma série de assassinatos cometidos por homens nos anos de 1990. Quando os cidadaõs se reuniram para discutir o combate à violência em sua cidade, a maioria presente era de mulheres. Isso preocupou alguns dos homens, que convocaram um retiro de 55 homens da área para discutir seus papéis e suas responsabilidades para diminuir a violência. Uma das iniciativas que nasceu do encontro foi a Men as Peacemakers, cuja missão é ensinar alternativas não violentas a homens e garotos, e que a violência era inaceitável.
Procurei por Heisler com uma questão honesta: Como criar meu filho para ser um homem preocupado em fazer sua parte para mudar o ambiente social que subjuga as mulheres?
A entidade tenta mudar esse ambiente incorporando exemplos e mentores por toda a comunidade. Por exemplo, O Festeiro Exemplar, um programa coordenado com a faculdade College of St. Scholastica, tenta reformular a cultura de festas na América para uma que é segura e equitativa às mulheres. Eles fazem isso colocando mentores nas escolas, colégios, organizações juvenis, e outros lugares onde jovens podem ter uma conversa honesta sobre sexualidade e festas. E acontece que a linguagem e a conversa formam as atitudes de homens jovens em relação às mulheres.
Mencionei uma anedota da edição deste ano da Exposição de Entretenimento Eletrônico. Durante a apresentação da Microsoft do novo Xbox One, o jogador masculino e MC deu um beatdown virtual na jogadora antes da audiência ao vivo, dizendo a ela: “Apenas deixe acontecer. Terminará rapidinho.”
Em uma cultura em que o discurso de dominação e abuso são socialmente permitidos (videogames), essa é a linguagem dominante – e a linguagem que usamos importa. A língua pode tanto capacitar quanto objetivar. (Compare os resultados de “college women” e “college girls” na busca do Google Imagens, e aí você verá o meu ponto).
A Iniciativa dos Campeões, outro programa do Homens como Pacificadores, reúne atletas universitários com jovens e trabalha diretamente com as associações esportistas e treinadores para garantir que a prevenção da violência contra mulheres faça parte de suas missões.
Desde que a tentativa de estupro de Steubenville focou na cultura dos esportes e na violência sexual, Heisler acredita que esse ambiente é crítico. Ele usa o caso de Steubenville em um exercício de imaginação em que pede aos meninos para “pensar naquela jovem de Steubenville como um garotinho” e considerar como seu ambiente se parece: “De alguma forma aquelas crianças aprenderam o que seu senso de humor era e como aquela mulher era apenas um objeto de prazer para os homens – algo que não importa, no qual eles podem urinar, do qual eles podem usar, fazer o que eles quisessem e não se importar. Essa não foi a forma como nasceram.”
Então, talvez os homens são a pior coisa que já aconteceu para as mulheres, mas nós não nascemos assim. Nós aprendemos isso. Mesmo bem intencionados, jovens responsáveis são capazes de tomar decisões terríveis se são encorajados, preparados, ensinados a fazer o contrário.
Então, perguntei a Heisler diretamente: Você está falando com um recém papai. O que é mais importante, diga um conselho fundamental que você pode me dar para que eu tenha certeza de que as crianças que estou criando não serão um problema aos direitos humanos?
Sua resposta? Crie um ambiente inteiramente novo para o rapaz:
“Novos pais têm a oportunidade e responsabilidade de pensar proativamente em como moldar e providenciar um novo ambiente para uma criança, um que irá definir os papéis e expectativas de igualdade, dignidade e respeito entre homens e mulheres.”
Isso significa não só ser um exemplo em como tratamos as mulheres, as parceiras e as desconhecidas em público, mas também em o que achamos sobre o nosso lar e os lugares que frequentamos.
“Nós estamos tentando criar um mundo em que pais – homens – estejam dando um passo adiante e pensando de verdade sobre como criarão um novo ambiente que promova igualdade de gêneros e respeito a mulheres.” Heisler me disse. “Nós temos uma corrente nos puxando para a direção contrária. Exige muito esforço para criarmos um ambiente que influencie nossos jovens.”

Mudando a corrente

Uns dias antes, tomei uma cerveja com Todd Bratulich e Luke Freeman. Depois de toda a pesquisa sobre violência e dominação, eu queria me refrescar. Todd é um jovem pastor na Primeira Aliança (First Covenant), uma igreja comunitária urbana em Minneapolis; Luke, um professor de ensino médio. E mais importante: assim como eu, eles têm filhos pequenos.
Conversamos sobre como sermos bons homens que amam suas esposas, seus familiares e seus amigos, e como queríamos criar um ambiente agradável para nossos filhos crescerem. Nós todos nos sentimos bem por nos comprometermos com essas questões, pensando que estamos fazendo a nossa parte – nós não fazíamos parte da cultura de violência contra mulher.
E então, sentindo a nossa autossatisfação, Luke disse: “Nos apunhalamos pelas costas porque criamos muitas expectativas para nós mesmos, apenas vamos seguir em frente e aproveitar o nosso privilégio.”
E percebi, não tinha feito nem um pouco a minha parte. Não ainda. Tratar minha esposa com amor e gentileza é vital, claro. Mas também é o mínimo.
Nós devemos ser ativos, criativos, cheios de propostas para estender esse comportamento em todo momento de nossas vidas se queremos ser pacificadores, devemos nadar contra a corrente e criar o espaço necessário para criarmos nossos filhos com empatia e compaixão.
Nós três levantamos nossos copos para brindar o desafio, e voltamos para casa para ver nossos filhos.
via Revista Fórum

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/10/criar-filho-gentil-tanta-violencia-masculina-mulheres.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PragmatismoPolitico+%28Pragmatismo+Pol%C3%ADtico%29

Cansei de ser princesa: 24 fantasias que vão deixar as meninas ainda mais poderosas

Cabelos perfeitos, maquiagem, castelo, um drama e um príncipe encantado. Os contos de fadas fizeram parte da nossa infância e ainda permeiam a imaginação das crianças. Mas, o universo infantil feminino é muito mais do que esperar um final feliz.

Confira galeria de fotos que tira o rótulo de princesa frágil e delicada das meninas, e dá super-poderes, muita diversão e algumas lições de história para elas.

The pint-size Queen of Naboo.

Brave Amelia Earhart, all set to fly solo across the Atlantic Ocean.
Mini-Frida, complete with an unbelievably great unibrow.

A tiny TARDIS that proves the next Dr. Who should be a lady.

Bill's itty-bitty bride.







Doctor in training.






The future queen of hearts.

Fonte: http://catracalivre.com.br/geral/design-urbanidade/indicacao/cansei-de-ser-princesa-24-fantasias-que-vao-deixar-as-meninas-ainda-mais-poderosas/

Imagens: http://www.buzzfeed.com/erinlarosa/badass-halloween-costumes-to-empower-little-girls

O Grupo Cultural Jongo da Serrinha, um dos mais tradicionais grupos de Jongo do país, apresenta seu novo CD VIDA AO JONGO.

O gênero musical “JONGO”, considerado o pai do samba, é um ritmo conhecido nas canções de diversos artistas como Beth Carvalho, Clara Nunes, Nei Lopes, Wilson Moreira e Arlindo Cruz. O novo disco VIDA AO JONGO conta com a participação especial de grandes nomes Zeca Pagodinho, Sandra de Sá e Jorge Mautner.

Dedicado a tia Maria do Jongo, que fará sua participação especial aos 92 anos, o repertório conta com pontos de jongo tirados do seu “caderninho” onde ela anota suas memórias. O repertório é uma reunião de bambas da música popular carioca em homenagem ao ritmo que foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2005 como primeiro patrimônio imaterial da região sudeste.
Conhecido também como Caxambu, o Jongo é integrado por percussão de tambores, canto e dança.

Presente no Sudeste brasileiro, o Jongo fez o caminho do café e da cana-de-açúcar, praticado pelos negros de origem bantu, trabalhadores escravizados nas lavouras da região.

 Fonte: https://soundcloud.com/jongo-da-serrinha/sets/vida-ao-jongo


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Chegamos á 7 Mil acessos!!!! Obrigada á todos

A Família Inzo Musambu Rainha das Águas Doce agradece todos pelo carinho e pelo acesso, que Mavambu, Nzila / Exu, Pombo Gira sempre esteja em nossos caminhos, Mãe Kisimbi / Oxum Apara sempre nos traga prosperidade, Pai Nzazi / Xango nunca deixe a injustiça cruzar nossos caminhos, que Matmba / Iansã traga ventos de amor e Wunji / Ere nunca deixe de faltar alegria em nossas vidas !

Ksimbi ê !



Professor que assumiu homossexualidade é apedrejado até a morte

A hipótese de crime homofóbico está sendo investigada pela polícia. Aluna contou que o professor era uma pessoa divertida e que amava o que fazia. "Ontem, durante a aula, ele estava tão alegre; falou que iria viajar, é inacreditável"

 

Foi encontrado morto no começo da manhã desta sexta-feira, 11, no fundo da Escola de Tempo Integral (ETI) Eurídice de Melo, no Jardim Aureny III, em Palmas, o professor Arione Pereira Leite, de 56 anos. Ele foi apedrejado na cabeça, sofreu afundamento craniano e morreu no local.

O corpo estava próximo ao carro da vítima, na Rua 26. Uma das três filhas de Arione foi até o local e fez a identificação do cadáver, uma vez que não foram encontrados documentos pessoais com o professor. De acordo com a Polícia Militar (PM), a pedra usada no crime tinha cerca de 15 cm de diâmetro.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e após a confirmação da morte do professor, o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) da capital. A lideração deve ocorrer nas próximas horas.

Natural da cidade de Novo Acordo, Arione morava na quadra 1.104 sul e dava aulas de português na Escola Municipal Aurélio Buarque, onde trabalhava há 5 anos. Segundo amigos, ele havia assumido a homossexualidade recentemente. A hipótese de crime homofóbico está sendo investigada pela Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Abalada, Bethânya Gabrielle, que era aluna da vítima, contou, em entrevista à REDE TO, que Arione era uma pessoa divertida que amava o que fazia. “Ontem durante a aula, ele estava tão alegre; falou que iria viajar, é inacreditável”, disse.

professor homossexual apedrejado tocatins
Professor que havia assumido a homossexualidade recentemente é apedrejado até a morte (Foto: Dermival Pereira, Rede TO)
 
O presidente do Grupo Ipê Amarelo pela Livre Orientação Sexual, Henrique Ávila, afirmou que só este ano, foram três homicídios motivados por razões homofóbicas na capital tocantinense. “Estamos entristecidos com a notícia e isso só reforça a necessidade do governo em criar medidas emergenciais para o fim da homofobia em nosso estado, pois os crimes de ódio só estão aumentando e o governo não toma uma postura diante de tudo”, afirmou.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/10/professor-assumiu-homossexualidade-apedrejado-ate-morte.html

 

Livro de Makota Valdina sera lançado em novembro e contara com apoio da sepromi


 
 
“Meu caminhar, meu viver” é o nome do livro escrito por Makota Valdina de Oliveira Pinto, que será lançado em novembro, mês da Consciência Negra, e contará com o apoio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Sepromi).

Aos 69 anos, Valdina Pinto, que ocupa o cargo religioso de Makota do Terreiro Tanuri Junsara, conta no livro sua própria história, desde a infância vivida no bairro onde nasceu, no Engenho Velho da Federação, até os dias de hoje, nos quais tem constantemente lutado contra o racismo, pela igualdade de direitos e por uma sociedade sem preconceitos.

Makota esteve, na quarta-feira (09/10) na Sepromi para apresentar uma edição de seu livro ao secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, acompanhada da coordenadora de Ações Temáticas da Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres (SPM), a ialorixá Jaciara Ribeiro, do terreiro Abassá de Ogum, em Itapuã.

Makota Valdina, durante conversa com o secretário, relatou que o livro era uma cobrança antiga dos amigos e familiares, mas a decisão só foi tomada há dois anos, quando seu irmão completou 70 anos. A decisão de lançar o livro em novembro tem o objetivo de fortalecer o mês da Consciência Negra, no entanto, ela fez questão de ressaltar que a Consciência Negra deve ser fortalecida todos os dias e anos.
O livro, além de reunir sua história de luta, é uma forma de  mostrar a importância da memória cultural do povo brasileiro e da valorização do ensino da cultura afro-brasileira e africana.

O secretário Elias Sampaio confirmou o apoio que será dado ao lançamento do livro de Makota e parabenizou pelo trabalho bem elaborado, bem escrito e ilustrado.

Foto: Ascom/SPM

JOÃO ZINCLAR, A IMAGEM MILITANTE no MIS- Campinas

Exposição JOÃO ZINCLAR, A IMAGEM MILITANTE
Abertura: 15 de outubro (terça-feira) – 19 h
Visitação: 16 de outubro a 17 de novembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 17h e sábados, das 10h às 16h.

Documentário JOÃO ZINCLAR, A IMAGEM MILITANTE
Lançamento: 18 de outubro (sexta-feira) – 19h30 na abertura da 6ª Mostra Luta

ENTRADA FRANCA

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM – CAMPINAS
Palácio dos Azulejos
Rua: Regente Feijó, 859 - Centro


Samba-Enredo 2014 da Mangueira fala da Diversidade

"CHEGANDO A TERRA DA GAROA UM ARCO ÍRIS DESPERTOU
ORGULHO, RESPEITO, IGUALDADE
TREMULA A BANDEIRA DA DIVERSIDADE" ♪♫

A Estação Primeira Primeira definiu, na madrugada deste domingo, seu samba-enredo para o Carnaval 2014. Após uma finalíssima com três obras, a diretoria consagrou a parceria de Lequinho, Junior Fionda, Paulinho de Carvalho e Igor Leal como a grande campeã. Foi a oitava vitória de Lequinho na verde e rosa. Fionda faturou pela sétima vez, enquanto Igor Leal celebrou sua quarta conquista.

Parceria campeã na Estação Primeira de Mangueira
Foto:  Raphael Azevedo / Agência O Dia


A escolha foi a primeira realizada pela gestão do presidente Chiquinho da Mangueira, que assumiu em abril após o mandato de Ivo Meirelles. O enredo de 2014 é "A festança brasileira cai no samba da Mangueira" e está sendo desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães. Será a estreia da veterana na agremiação de Cartola.

Lequinho dedica vitória ao filho
Bastante emocionado com o resultado, Lequinho dedicou à vitória ao filho, Alexander Filho, que nasceu na última sexta-feira. "Já venci várias vezes, mas dessa vez está sendo diferente. Estou vivendo um momento muito especial na minha vida por causa do nascimento do meu filho. Ele veio no sábado, no mesmo dia do aniversário de mestre Cartola. Foi um presente duplo vencer a disputa", festejou.
Para o compositor, o hino escolhido "tem tudo para explodir na Sapucaí." "O enredo tem a cara da Mangueira e acho que pode levar a escola ao título. A letra é poética e os refrões são muito fortes", analisou.

Compositor Lequinho celebra vitória com presidente Chiquinho da Mangueira
Foto:  Henrique Matos / Divulgação


O parceiro Júnior Fionda fez coro e destacou a força do samba junto à comunidade. "Preferimos fazer uma coisa mais leve, mas sem deixar de ter a cara da escola. A letra é bastante abrangente e conta bem o enredo. E ainda fala desse novo momento da Mangueira, da importância de todos estarem unidos em busca do melhor".
Ao todo, a parceria gastou aproximadamente R$ 60 mil até a final. Na quadra, a composição foi defendida pelo intérprete Tinga. A quadra ficou lotada a noite inteira e teve os portões fechados por volta das 2h.
'Mangueira está fazendo dois carnavais', diz presidente
Após a disputa, a verde e rosa agora foca no barracão para chegar competitiva ao desfile. Segundo o presidente Chiquinho da Mangueira, as dificuldades são grandes, mas a expectativa para o desfile é a melhor possível.
"O trabalho no barracão está fluindo muito bem e temos a certeza que a escola vai fazer bonito na Sapucaí. A Mangueira está fazendo dois carnavais, um só pagando as dívidas e o outro pensando em 2014. Mas as coisas estão caminhando bem. Com a ajuda de muitos amigos e parceiros estamos conseguindo parcelar as pendências e quitar os compromissos antigos", afirmou o dirigente. O montante da dívida da agremiação é de aproximadamente R$ 8 milhões.

Quadra da verde e rosa ficou lotada durante a finalíssima
Foto:  Henrique Matos / Divulgação


Confira a letra do samba campeão
Enredo: A festança brasileira cai no samba da Mangueira
Autores: Lequinho, Junior Fionda, Paulinho de Carvalho e Igor Leal
VEM OUVIR A VOZ DO POVO A CANTAR
AO LONGE TODO MUNDO ME CONHECE
O MEU SAMBA É UMA PRECE
DESÇO O MORRO PRA MOSTRAR
A FESTA MANGUEIRA, COMEÇOU
CONTA A HISTÓRIA QUE CABRAL
CHEGOU DE PORTUGAL E O ÍNDIO ENTÃO DANÇOU
DE NORTE A SUL A ALEGRIA SE ESPALHAVA
VILA RICA SE ENFEITAVA, PRO CONGADO COROAR
ÔÔÔ... LÁ EM SÃO SALVADOR
VOU LAVAR A ESCADARIA NA FÉ DO NOSSO SENHOR
FAÇO UM PEDIDO A RAINHA IEMANJÁ
ILUMINE A PASSARELA PRA MINHA ESCOLA PASSAR
 
PEGUE SEU PAR, DANÇE QUADRILHA
SIMBORA PRO MEU SERTÃO
VEM PULAR FOGUEIRA VIVA SÃO JOÃO!!!
COM SANFONA E ZABUMBA
TEM FORRÓ A NOITE INTEIRA
NO ARRAIÁ DA ESTAÇÃO PRIMEIRA

 
SOU BRASILEIRO, VOU FESTEJAR
MEU PALCO É A RUA E A LUZ O LUAR
NO CORAÇÃO DA FLORESTA MAGIA QUE ENCANTA
"GARANTO" QUE VAI "CAPRICHAR"
CHEGANDO A TERRA DA GAROA UM ARCO ÍRIS DESPERTOU
ORGULHO, RESPEITO, IGUALDADE
TREMULA A BANDEIRA DA DIVERSIDADE
UM NOVO TEMPO NASCERÁ, EXPLODE EM CORES PELO AR
É CARNAVAL ESTOU AQUI DE NOVO LÁ VEM MEU POVO A DESFILAR
NA "SUPER CAMPEÃ" DA MAIOR FESTA DA CULTURA POPULAR
 
OBA, OBA, EU QUERO VER QUEM VAI
CAIR NA FOLIA SAMBAR COM A MANGUEIRA
É BOM SE SEGURAR, LEVANTA POEIRA
É VERDE E ROSA A FESTANÇA BRASILEIRA




Fonte:  http://odia.ig.com.br/diversao/carnaval/2013-10-13/parceria-de-lequinho-fionda-e-igor-leal-vence-de-novo-na-mangueira.html

Projeto leva ensino da cultura africana para escola de comunidade quilombola no Maranhão



No Ceqfaam, o projeto deve continuar sendo desenvolvido nos próximos anos. (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
 
Codó (MA) - No Centro Quilombola de Alternância Ana Moreira (Ceqfaam), o projeto Coisa de Preto leva a linguagem, dança, culinária e religiosidade africana para a sala de aula. O colégio funciona há quatro anos na comunidade quilombola Santo Antônio dos Pretos, na área rural de Codó, no interior do Maranhão, a 300 quilômetros de São Luís. Coisa de Preto é o primeiro projeto desenvolvido voltado para a cultura afro-brasileira. Embora não tenha sido criado com esse propósito, o projeto marca os dez anos da Lei 10.639/03 que torna obrigatório no currículo escolar o ensino da história e cultura africana.


“Vamos aproveitar o mês da consciência negra [novembro] para fortalecer e valorizar a cultura afro. Serão várias apresentações que vão envolver as cidades e as comunidades próximas”, disse o idealizador do projeto o professor Solon da Nóbrega.

“As nossas raízes foram se perdendo”, declarou Francisco Carlos da Silva, uma das lideranças da comunidade quilombola Centro do Expedito. “A Lei 10.639 diz que se deve trabalhar dentro das disciplinas a questão da importância e valorização da história da África. Mas, infelizmente, isso não acontece. Se você pesquisar as comunidades quilombolas, não só em Codó, mas no Brasil, é uma raridade ver o jovem quilombola envolvido na questão cultural, na questão da sua identidade”, declarou.

No Ceqfaam, o projeto deve continuar sendo desenvolvido nos próximos anos. “Os alunos que não moram em uma área quilombola não levam muito a sério isso. Mas nós, que moramos, levamos. Para mim é importante, e eu sei que vai ajudar no meu desenvolvimento tanto como pessoa como na comunidade”, disse a estudante do 3º ano do ensino médio, Francisca Aldaísa da Silva.

No fim do ano, Aldaísa conclui a formação básica e tem um plano: estudar para ser aprovada em uma faculdade, e cursar pedagogia. “Quero ser professora e ensinar na comunidade. Eu vejo que a comunidade precisa de professores para ensinar os próprios alunos”. Silva concorda com Aldaísa. Segundo ele, a falta de formação e o preconceito, tanto de professores que vêm de fora, como dos próprios moradores, principalmente religiosos, fazem com que a Lei 10.639 não seja cumprida. As religiões cristãs têm ganhado espaço nas comunidades quilombolas, fazendo com que religiões como a umbanda tenham menos adeptos.
De acordo com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Macaé Maria Evaristo dos Santos, a formação de professores é preocupação do MEC, “Estamos falando de comunidades quilombolas, que têm uma história diferenciada, que têm aspectos culturais próprios e que devem ter essa história, memória e tradições orais garantidas no currículo dessas escolas”, ressaltou.

Maria Evaristo disse que a pasta tem feito investimentos específicos para a formação de professores de comunidades quilombolas e que, além disso, está implementando em 43 universidades o curso de licenciatura para educação no campo. Foi feito um edital em 2012 e foi autorizada pelo Ministério do Planejamento a contratação de professores. Ainda não há data definida para que os cursos comecem a funcionar. “Vamos construir uma rede potente no Brasil que vão produzir, além da formação de professores, novas pesquisas, novos olhares sobre a questão. Durante muito tempo essas pessoas [do campo] não foram pensadas na perspectiva do direito”, destacou.

Sobre o cumprimento da Lei 10.639/03, a secretária do MEC declarou que ainda é preciso avançar muito na produção de conteúdos, não só para a formação de professores, mas para que poder desenvolvê-los em sala de aula. Apesar disso, ela avaliou que houve avanços. “A lei trouxe uma mudança de paradigmas, se antes havia uma negação do racismo em sala de aula, hoje temos uma demanda por formação em história e cultura africana e afro-brasileira e educação para as relações étnico-raciais”, concluiu.

Edição: Aécio Amado
Fonte: http://www.ebc.com.br/educacao/2013/10/projeto-leva-ensino-da-cultura-africana-para-escola-de-comunidade-quilombola-no