segunda-feira, 17 de junho de 2013

Teia Sp 2013 - Encontro de Mobilização Macro Campinas ( Cultura)

Material de combate a homofobia na escola

Conheça aqui o material que o Projeto Diversidade Sexual na Escola da UFRJ produziu sobre o Dia Internacional de Combate a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia. Nele você encontra um pouco do que originou essa data, porque ela é importante para a educação e como trabalhar esse tema na sua escola ou sala de aula. Este material foi produzido especialmente para educadores e educadoras. Aproveite essa data para pensar (e talvez começar a agir) sobre uma das formas de discriminação, exclusão e violência que atingem as nossas escolas. Leia, pense, compartilhe, imprima, cole no mural da sua escola, debata com seus colegas e sua equipe.

 

 

 

 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Abandono e preconceito em asilos obrigam idosos gays a voltarem para o armário


Neto Lucon (revista Junior/13)

“No asilo não tem nenhum gay, querido. É só velho, mesmo”. “Não, não trabalhamos com homossexuais”. “São senhoras muito religiosas, nenhuma lésbica, muito menos bissexual”. “Se tem algum gay aqui, ninguém nunca falou nada”. “Homossexual? Não temos, ok? Tchau”.

Foram mais de 100 ligações telefônicas e doze visitas a 40 asilos, casas de apoio, repouso, albergues e abrigos de São Paulo na busca por um gay idoso, foco desta reportagem. Apenas um abrigo declarou que um gay morava lá. Outro disse que um homossexual morador precisou voltar ao armário por sofrer preconceito de outros moradores.

Muitas atendentes, secretárias e responsáveis por serviços assistenciais, durante o contato, deram a entender que a procura era avaliada com desconforto, trote e até chacota. Como se idosos não pudessem ser gays. Como se gays não ficassem velhos. E como se idosos não sentissem desejo sexual. Puro preconceito.

AO ARMÁRIO AGAIN


Nascemos, nos descobrimos, vivemos e gozamos da juventude. Corpos rígidos, olhos atentos, raciocínio rápido e  hormônios a flor da pele. Com o tempo, os braços e pernas tornam-se flácidos, as rugas se espalham como raízes pelo rosto, as atividades inevitavelmente mudam e a experiência pode ser interpretada como ponto forte. Não adianta nem tentar escapar: todo mundo fica velho.

A nova geração é de fato mais assumida e com consciência de seus direitos, graças ao relaxamento das tensões e respeito das diferenças sexuais, conquistado ao longo dos anos. Mas por onde andam os homossexuais que se assumiram há 40, 50, 60 anos?

Uma reportagem do “New York Times”, escrita por Janet Gross e Dan Frosch, revela que, para alguns deles, o tão perturbador armário volta a ser um dilema na terceira idade. Dentro de asilos, eles são obrigados a esconder a orientação sexual por medo da homofobia de seus companheiros de quarto, sala e fisioterapia.

A experiência de Glória Donadello, 81 anos, que participava do centro de vida assistida em Santa Fé, Novo México, diz por si o panorama dos idosos gays. Durante uma reunião, ela se incomodou com comentários homofóbicos e pediu para seus amigos pararem. “Por favor, não façam isso, porque sou gay”, disse. Depois da indagação, cheia de sinceridade,  “todos olharam horrorizados”, relembra ela.

Desde então, Glória não foi mais bem-vinda nas conversas, refeições e caiu em depressão. Por sorte, conseguiu sobreviver quando se mudou para uma comunidade próxima, que atendia especialmente gays e lésbicas. “Foi uma questão de vida ou morte”, dispara.

Outro caso mais trágico, também abordado na reportagem, aconteceu com um senhor gay de 79 anos, que freqüentava o asilo da Costa Leste estadunidense. Ele foi transferido de seu andar por conta de protestos de moradores que não aceitavam sua orientação sexual. Bastante triste com a reação, o senhor não resistiu a pressão e se enforcou.

No Brasil, a situação não é diferente. Pior: por aqui não existe nenhum asilo voltado para LGBTs. A coordenadora do Albergue Esperança, Alice Aparecida de Alencar, reconhece o problema: “Idosos homossexuais sofrem muito preconceito de outros idosos. É por isso que não se assumem. Quando revelam, surgem vários problemas”.

Um deles aconteceu com Claudio, homossexual de 66 anos, que não admitia que fizessem piadas sobre sua sexualidade.



Reportagem ganhou 4 páginas na revista Junior/13
Quando fazia, ele pulava, agarrava o órgão sexual de outro morador e não soltava mais. Chegava a tirar sangue”, conta ela. Problemas relacionados ao banheiro também eram constantes. “Quando os héteros tomavam banho, ninguém admitia que ele entrasse no banheiro. Ele ficava bastante nervoso e era aquela confusão”, salienta.

AVERSÃO DE QUEM CUIDA



Ao contrário de Berlim, Argentina, Lisboa e Boston, não existem  serviços voltados a idosos gays no Brasil. O estilista Ronaldo Ésper, que tem 65 anos, contou que planeja criar a primeira “casa aberta” para atender esse público. “Não dá para o homossexual ficar em asilo. Além dele se sentir deslocado, sentir vergonha de falar que é gay, ele pode movimentar muito o lugar”, defende.

E, diante do crítico quadro, gays idosos assumidos são quase nulos em asilos e serviços assistenciais. “É tão difícil quanto encontrar orientais que necessitem desses cuidados”, compara Nanci Paulino Bernardo, gestora do “Pró + Vida”, instituto que atende senhores de risco e exclusão. “Confesso que nunca ouvi falar de um gay que estivesse por aqui. Talvez eles vivam no armário pelo medo de serem tratados com preconceito”, diz.




A educadora social Amanda de Oliveira Posanello afirma que é mais comum idosos revelarem  tranquilamente a orientação sexual quando conquistam sua aposentadoria e levam uma vida independente. “É que, daí, eles não têm mais nada a perder, nem a quem dar explicações. Vivem plenamente uma vida assumida. Mas quando necessitam de abrigos, eles sentem medo do preconceito até dos funcionários”.



Amanda diz que o receio dos gays tem fundamento, uma vez que já conheceu enfermeiros que não gostavam de atender homossexuais idosos. “Muita gente ainda não está preparada. Já cheguei a trabalhar em um lugar em que enfermeiros e outros profissionais não aceitavam homossexuais, onde o próprio funcionário alegava que não sabia lidar. Então, preferiam evitar o contato”, frisa.

A CHACOTA QUE INTIMIDA

Seu Antonio, 65 anos, integra uma instituição que ampara pessoas sujeitas à vulnerabilidade social. Magro, pequeno, tímido e de cabelos brancos, ele não gosta de falar que é gay, muito menos publicamente. Quando foi abordado por mim, ele desconversou e se retirou. Tanto que um dia após ter sido convidado para participar desta reportagem, ao contrário de sua rotina, ele saiu do abrigo bem cedo, mesmo com dificuldades para caminhar, com a finalidade de evitar novas declarações..
.
Funcionários dizem que no início do atendimento Seu Antônio não era tão fechado assim. Ao contrário, era considerado alegre e até flertava outros homens tranquilamente. Foi depois de ouvir constantes piadinhas e ser alvo de comentários homofóbicos de outros morados que ele começou a se entristecer.

“Hoje ele vive silencioso e prefere a companhia apenas dos funcionários. São raras as vezes em que ele é visto conversando com outros moradores, a não ser para serviços. Devido à habilidade de lavar e passar roupas, ele consegue ter uma renda”, diz um funcionário. 

Pela manhã, Antônio lava e passa as peças. Pela tarde, consegue fazer outro bico em uma casa de família. “Todo mundo gosta do trabalho dele, que é uma tarefa feminina, né? Mas ninguém faz mais piadas. Todos sabem de sua sexualidade, mas ela não é mais motivo de gozação”, diz a educadora social Amanda. 

Mesmo assim, quando é flagrado olhando para outros homens, seu semblante é bastante diferente: abaixa a cabeça e se envergonha. Seu passado, possíveis namoros e casamentos ainda são uma incógnita para todos. Estão muito bem guardados. Talvez leve consigo para sempre.

MEU NOME É XUXA

O estereotipo da solidão, armário e tristeza, porém, não é uma regra. Ernani Pereira Candido ou, como ele prefere ser chamado, Xuxa, é um senhor gay extremamente assumido, aceito e feliz. 

Segundo ele, a convivência com funcionários e moradores do Albergue Boracea e da Casa Geração, ao lado do Parque da Luz, em São Paulo, é de muita conversa, cumplicidade e brincadeiras.

Em uma tarde de quinta-feira, Xuxa me aguardava com seus encantadores olhos azuis esverdeados. Ao lado de dois amigos, ele participava da comemoração de aniversário de um garotinho de 10 anos. O clima era de descontração e brincadeiras: “Não adianta vir com entrevista. Aqui não tem homossexual”, soltou um morador. Até que Xuxa retrucou: “Não sou homossexual, mesmo, meu amor. Sou hermafrodita”, arrancando gargalhada de todos. 

A boa convivência com o grupo predominantemente heterossexual é explicada pela espontaneidade e jogo de cintura de Xuxa. “Sou muito carismático, brincalhão e procuro conversar com todo mundo - de igual para igual, sem crise. Por isso nunca tive problemas”, diz. 

Comendo bolo de chocolate e guaraná, ele afirma nunca ter sofrido preconceito no abrigo e nem na casa de apoio. “Aqui todo mundo é igual. Todos, inclusive os fundadores e funcionários, sentam no mesmo espaço, conversam, interagem, sem fazer distinção. Nunca sofri preconceito de ninguém. E, se sofri, nunca percebi nada”, defendeu.
.
Ele explica sua rotina: “Temos o momento de oração às 8h. Depois, participo das oficinas que vai até às 16h30. Todos os dias”. Enquanto ele explica suas atividades, me puxa pelo braço e me apresenta um quadro que pintou. “É um cometa, cheio de raios de luz. Tem uma estrela na ponta, olha. E tem o rabo bem luminoso aqui”, descreve orgulhoso pela obra estar exposta no espaço. .

Xuxa começa a arrumar seus materiais e diz que não se sente velho, muito menos acha que já viveu tudo na vida. “Desfruto cada segundo do meu dia, pois a cada momento algo novo surge. Para mim, cada dia é uma vida diferente. Hoje estou aqui com você. Amanhã você vai estar com outra pessoa e, depois, não sabemos. É por isso que devemos viver com intensidade, aproveitar ao máximo o outro, como se fosse o último momento”.

.
Vindo de uma família circense, Ernani diz que foi criado por outra família, após a separação dos pais biológicos, aos 4 anos. E diz que sempre teve medo de assumir a homossexualidade: “Os tempos eram outros e eu amava muito a minha mãe de criação. Tinha medo de que ela se machucasse por saber de mim. Até que um dia ela chegou e perguntou. Eu me assumi e, para minha surpresa, ela disse que me amaria ainda mais, pois eu precisaria desse amor. Neste dia saiu um peso das minhas costas”, confessa.
.
Em um período difícil, Xuxa perdeu o pouco que tinha e, sem os pais e emprego fixo, se viu obrigado ir para as ruas. “Já passei por muita coisa no passado, experiências que você nem imagina. Já pedi dinheiro, já comi alimento do lixo, já dormi na rua. O mais difícil deles? Ah, é enfrentar as primeiras fomes, a primeira vez que precisei pedir dinheiro. A primeira vez sempre marca, né, depois você se acostuma”. 
.
Hoje, necessitando de serviços assistenciais, ele não reclama da vida que leva: “Um prato de arroz é um banquete, para mim. Quem passou fome sabe disso: nem precisa de mistura”, frisa ele, que já se casou com um homem do albergue. “Conheci um rapaz de olhos negros lindos. Ele vinha sempre bater na minha perna durante a noite”, conta. “Namoramos, nos casamos e ele foi a grande paixão da minha vida”, lembra com os olhos marejados. Ele evita falar sobre o término.
.
Enquanto volta ao abrigo Boracea, na Barra Funda, o senhor diz que nunca pensou em voltar para o armário, como outros idosos homossexuais, os quais me referi no início da reportagem: “Esconder de novo? Para quê? Não tenho vergonha de nada, nada. Temos que ser o que somos, independente da idade e do lugar. Minha vida sexual é muito ativa, te garanto, e tenho muito orgulho da minha história. Jamais mudaria meu jeito por alguém”, defendeu. 
.
"Mas não quero mais relembrar o passado. A vida passa, os ponteiros não param e eu ainda tenho muito o que viver, a cada dia, entendeu?”.

Entendi. // Que todos tenham um pouquinho da consciência e do jogo de cintura de Xuxa, mas que principalmente tenham o direito de envelhecer e gozar de sua sexualidade com liberdade, dignidade e respeito.


Fonte:

Veja o video Histórias de pessoas que nasceram nos porões da ditadura

Sociedade & etc: Mulher, lésbica e latina é confirmada para juíza federal dos EUA

O  Senado dos EUA confirmou hoje Nitza Quiñones Alejandro como juíza federal, fazendo dela a primeira Latina abertamente gay a ocupar tal posto.




Ela foi confirmada pelo  Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito do Leste da Pensilvânia, juntamente com o colega candidato Jeffrey Schmehl. Desde 1991 ela atuava como juíza no Tribunal  Philadelphia.

Quiñones rompe preconceitos como a primeira juíza abertamente LGBT e latino-americana a trabalhar em um tribunal federal. Além disso, ela é a sétima pessoa abertamente LGBT  a receber o posto de juiz federal.

Nesta tarde, nas comemorações do mês LGBT na Casa Branca, o Presidente Obama  a felicitou, a pesar dela não poder comparecer hoje, porque ela está se preparando para  tomar posse no tribunal.

Human Rights Campaign porta-voz Michael Cole-Schwartz comentou favoravelmente sobre a confirmação de Quiñones:  "Estamos muito satisfeitos por ver uma pessoa altamente qualificada, candidata abertamente LGBT,  confirmada para a bancada federal, especialmente uma mulher negra que ajuda a refletir a diversidade do povo americano no judiciário ".

 
Retirado do Blog: 

Hino do Candomblé em Ketu


Homofobia a todo vapor na Rússia: aprovada lei contra homossexuais

 

Rússia aprova por unanimidade lei contra homossexuais

A medida faz parte de uma campanha conservadora para promover valores considerados tradicionais na Rússia

A câmara baixa do Parlamento russo, Duma, aprovou por unanimidade nesta terça-feira um projeto de lei que proíbe a divulgação de informações sobre homossexualidade para crianças e que, na prática, estigmatiza a comunidade gay do país A medida faz parte de uma campanha conservadora para promover valores considerados tradicionais na Rússia e que, segundo o Kremlin e a influente Igreja Ortodoxa, "corrompem a juventude".
O projeto de lei, que proíbe entre outras coisas a "propaganda de relações sexuais não tradicionais", ainda precisa ser aprovado pela câmara alta do Parlamento e submetido à sanção do presidente Vladimir Putin, mas a aprovação da lei é dada como certa em ambas as instâncias.
Com respaldo do Kremlin, a Duma aprovou o projeto por 436 votos a zero e uma abstenção.
O único parlamentar a se abster foi Ilya Ponomaryov, que apoiou um movimento de protesto mesmo pertencendo a um partido da base do governo.
Antes da votação, ativistas da igualdade de direitos para os homossexuais tentaram realizar um "beijaço" em frente à Duma, situada na Praça Vermelha, no centro de Moscou. No entanto, eles foram atacados por centenas de ativistas cristãos ortodoxos e grupos jovens pró-Kremlin, que lançaram ovos e fizeram gestos obscenos.
A tropa de choque da polícia moscovita interveio e deteve mais de 20 manifestantes, quase todos ativistas dos direitos homossexuais. Alguns dos que não foram detidos acabaram agredidos por homens mascarados em outra área da região central de Moscou.
O projeto de lei aprovado hoje pretende impor elevadas multas a quem difundir informações sobre a comunidade homossexual entre menores de idade ou realizar paradas do orgulho gay. Ainda será aplicada uma multa de até 500 rublos (quantia equivalente a US$ 156) aos indivíduos que desrespeitarem a lei e de até 1 milhão de rublos (US$ 31 mil) a empresas infratoras, inclusive meios de comunicação.

Fonte: Diário do Litoral, 12/06/2013

“Propaganda” homossexual punida por lei na Rússia

A Rússia acaba de aprovar uma lei que proíbe a “propaganda” homossexual. A nova legislação é justificada com a necessidade de promover os valores familiares.
Em termos práticos, estão proibidas ações ou atividades que desviem os menores daquilo que é considerada uma relação tradicional, ou seja, heterossexual. As coimas podem chegar aos 25 mil euros.
“ O objetivo é evitar a disseminação de informação que fomente as relações não tradicionais entre as crianças e tudo aquilo que distorça a perceção de equidade social entre as relações tradicionais e não tradicionais” afirma a deputada, Elena Mizulina.
Os ativistas homossexuais falam de uma perseguição. Centenas de pessoas concentraram-se, esta terça-feira, junto à Duma em sinal de protesto.
“Não posso apoiar uma lei que visa um grupo em particular, que estigmatiza as pessoas e as classifica, com base no sexo, em boas ou más” refere uma jovem.
Certo é que a nova legislação proíbe, a partir de agora, qualquer tipo de manifestação homossexual em todo o país, tal como já acontecia em São Petersburgo, terra natal de Vladimir Putin.
Os protestos junto à Câmara Baixa do Parlamento não conseguiram evitar a aprovação da lei. Pelo menos duas dezenas de ativistas acabaram por ser detidos. 
Fonte: Euronews, 11/06/2013

Atualização (13/06): Proteste contra essa violência assinando a petição do All Outwww.allout.org/russia-attacks
Fonte Brasil:


Comercial nacional Australiano CONTRA a LGBTfobia

Mostra Hip-Hop Consciência, dia 17 de junho em Salvador

 

Mostra Hip-Hop Consciência, dia 17 de junho em Salvador: Batalha de break, graffiti ao vivo, exposição fotográfica, dicotecagem e muito rap agitam o Centro Cultural dos Barris.

http://www.rapnacional.com.br/portal/mostra-hip-hop-consciencia-dia-17-de-junho-em-salvador/