quarta-feira, 15 de maio de 2013

Campinas terá uma Virada Cultural pra lá de turbinada

Secretaria municipal de Cultura amplia programação do evento pauilista com novas atrações
por Marita Siqueira
Integrantes da banda Dr Sin Mrossi, uma das atrações da Virada Cultural em Campinas
Integrantes da banda Dr Sin Mrossi, uma das atrações da Virada Cultural em Campinas
 
A Prefeitura de Campinas ampliou a programação da Virada Cultural Paulista deste ano, que ocorre nos dias 25 e 26 de maio. As novas atrações foram anunciadas nesta segunda-feira (13) pelo diretor de Cultura, Gabriel Rapassi. Entre as novidades, destacam-se Arrigo Barnabé, Nelson Fidelis e a banda Dr. Sin. Além das atrações já previstas na área interna e externa do Teatro Municipal José de Castro Mendes e na Estação Cultura, por parte da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, outros dois palcos na região central, no Largo do Rosário e na Praça Rui Barbosa, e artistas pelas ruas foram acrescentados via secretaria municipal de Cultura com o intuito de fazer um elo entre os locais que sediam o evento. Ainda foram firmadas parcerias com Sesi, Sesc e CPFL, onde também serão realizadas atividades da Virada.
O palco Rosário (no cruzamento da Av. Francisco Glicério com a Rua General Osório) vai ser ocupado por revelações e nomes consagrados: os grupos Lineker, Balé Barbárie, Cumieira e o músico Arrigo Barnabé, das 18h de sábado à meia-noite; no domingo, a partir das 16h, as atrações são as bandas Na Gaveta, Aeromoças e Tenistas Russas, Walterama e Dr. Sin. A Praça Rui Barbosa (atrás da Catedral Metropolitana) terá o Palco Dançante com DJ Forró, Trio Los Angeles, Dona Zaíra, no sábado, e Jorginho Raridades e Nelson Fidelis, no domingo. Com horário sujeitos a modificação.

Enquanto isso, pelas ruas do Centro outros artistas se apresentarão. São eles: grupo Matula Teatro, Além da Lona, A Mala dos Mamulengos, Banda Famam, Escola de Samba Leões, Escola de Samba Shangai, Berra Vaca, União Altaneira, Jongo Dito Ribeiro, Urucungos, Caixeiras, Moçambique de Fagundes, Ibaô, Maracatucá, Seis + 1 e Adilson Samba Rock. Estes são nomes confirmado, porém a programação deve ser aumentada ainda nesta semana. Todas as atrações são gratuitas.

De acordo com o diretor de Cultura, a ideia é que haja apresentações artísticas entre os quatro palcos para que as pessoas possam transitar entre eles sem perder o espírito da Virada. “Queremos ocupar o centro, especialmente com artistas locais. Tornar o espaço um lugar com vida e dinamismo, mesmo fora do horário comercial”, afirma.

Para tanto, a secretaria selecionou os nomes de acordo com as características de cada um dos palcos. “Tem alguns grupos de fora, mas a grande maioria é de Campinas. Artistas de inquestionável qualidade e, às vezes, pouco conhecidos da população. No Rosário, música instrumental de excelência. Na Rui Barbosa, música para dançar. E pelas ruas, espetáculos circenses, teatrais, samba rock, entre outros.”

A Virada Cultural de Campinas foi estendida também para o Sesc, Sesi e na CPFL Cultura, em parceira com o Secretaria Municipal. O Sesc recebe no dia 25 a exposição literária No Meio do Caminho Tinha uma Poesia, de Adélia Prado, e o grupo Rock’n’Voice - Beatles a Cappella, intervenções Circo Cômicas, com The Pambazos Bros, Samba da Rainha e exibição dos curtas 'Operação Morengueira' e 'Com que Roupa?'. No domingo terão as exposições Energia e a 30a Bienal de Artes São Paulo, o infantil 'Vida e Bebê', com Isadora Canto, a intervenção literária Cia o Curioso e encerra com o pocket show 'Dança de Rua' e 'Suas Faces', com Cia. Eclipse.

No Sesi tem musical do grupo Zabomba no dia 25 e o espetáculo Mundico Sonata Muda, no dia seguinte. Por fim, o espaço CPFL Cultura será ocupado com a exposição 100 Anos de Arte Paulistana no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo e a peça infantil Othelito, da Cia Vagalume (domingo).
 

Prazer à Venda: travesti dá a volta por cima e se torna funcionária pública

Em entrevista exclusiva, parte da série do Jornal da Record, a vice-presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais, Marjorie Marchi fala de seu passado como prostituta. Marjorie conta que buscou na prostituição a oportunidade de encontrar semelhantes. Hoje ela é funcionária pública estadual.
 
 
 

Médica vence câncer, mas é impedida de assumir vaga em hospital público de SP

Há um ano, a doutora Maria Carolina prestou concurso para atender em um hospital estadual. Foi aprovada em segundo lugar. Só que durante os exames médicos ficou surpresa com o motivo pelo qual foi impedida de trabalhar. Para q Secretaria de Saúde de São Paulo um servidor público que passou por doença grave, como câncer, só pode assumir o cargo depois de cinco anos de acompanhamento clínico. A médica agora deu início a uma luta contra a decisão do Estado.
 
Veja a entrevista:
 
 
 

Exemplo dos pais é essencial para a criança lidar bem com diferenças

Por Ivonete Lucirio
Do UOL, em São Paulo

Se os pais lidam com as diferenças com naturalidade, os filhos tendem a repetir o comportamento

Se os pais lidam com as diferenças com naturalidade, os filhos tendem a repetir o comportamento
 
 
Etnia, orientação sexual, time de futebol, classe econômica... Todas essas peculiaridades farão parte da vida da criança em algum momento. Por isso, é importante que ela comece a ser preparada para lidar com as diferenças desde cedo, muito embora o momento em que uma determinada criança passe a perceber o diferente varie muito de uma para outra. Há bebês, por exemplo, que se assustam com os idosos. "As feições do idoso, para uma criança que não tem contato com pessoas mais velhas, é muito diferente", diz a psicóloga Ana Paula Cuocolo Macchia, especializada em neuropsicologia pela USP.

Diferenças sutis como etnia e classe social costumam ser percebidas mais tarde. "A idade em que isso acontece depende do grau de maturidade de cada um e do nível de sensibilidade", diz a psicóloga Angélica Rodrigues dos Santos, autora do livro "Família, Afeto e Finanças" (Editora Gente). "Mas essa percepção costuma ficar mais marcada a partir dos três anos quando aumenta o desejo de socialização. Até essa idade, a criança está mais centrada nela mesma, o que torna mais difícil perceber as características dos outros."
A noção de diferença passa por questões de identificação de grupo e de construção social. "Com isso, a percepção de pertencimento ou não a um grupo relaciona-se com aquilo que é aprendido nos contextos sociais, nas relações com a família, com os amigos", diz a psicóloga Daniela Tsubota Roque, mestre em psicologia experimental na área de neuropsicologia infantil pela USP.

Para ajudar

Veja sugestões de livros que podem ajudar os pais a falarem sobre o tema com o filho:
 

   "Tudo Bem Ser Diferente", Todd Parr (Panda Books);

   "Elmer, o Elefante Xadrez", David McKee (WMF Martins Fontes);

   "Orelhas de Mariposa", Luisa Aguilar (Callis);
 
"Menina Bonita do Laço de Fita", Ana Maria Machado (Ática);

   "Cada um... É um!", Aline Louro (Franco Editora);

   "Ninguém É Igual a Ninguém – o Lúdico no Conhecimento do Ser", Regina Otero e Regina Rennó (Editora Brasil).
 
Quando isso acontece, os pais precisam estar prontos para dar o bom exemplo se quiserem que o filho conviva em paz com as diferenças. Se o adulto usa termos desrespeitosos para se referir a pessoas de etnias diferentes da sua, por exemplo, a criança cresce com a mesma percepção.

Da mesma forma, se os pais ficam constrangidos diante de uma pessoa com deficiência, a criança também ficará. "As diferenças fazem parte da vida. Se os adultos lidarem de forma tranquila, as crianças farão o mesmo", diz Angélica.

Abaixo orientações dos especialistas ouvidos nesta reportagem sobre como lidar com diferentes situações:

Homossexualidade

Em algum momento, a criança vai perceber a existência de pessoas homossexuais. Pode ser um tio, amigos da família, um amiguinho que tem duas mães ou dois pais ou vendo um casal homossexual se beijando na rua. O melhor é falar com naturalidade que existem vários tipos de casais: homens que namoram mulheres, bem como homens que namoram homens ou mulheres que vivem com outras mulheres.
 
Deficiência física ou mental
 
"Não se deve tratar a deficiência como doença, isso é um conceito ultrapassado", diz a psicóloga Maria Inês Garcia, da PUC do Rio de Janeiro. "Pessoas com deficiência possuem potenciais e merecem ser respeitadas e valorizadas."
Mais uma vez, a chave é como os pais lidam com o assunto. Se eles ficam desconfortáveis diante de pessoas com deficiência –mesmo dizendo o contrário– nada mais natural as crianças também ficarem. Elas percebem a incoerência.

O melhor é sempre ressaltar o que há de semelhante. A pessoa com deficiência pode fazer lindos desenhos como seu filho, gostar das mesmas músicas que ele, ser louco por sorvete ou chocolate. E, acima de tudo, é preciso demonstrar respeito, não estacionando nas vagas preferenciais, por exemplo.

Classe social

Tratar disso pode ser uma oportunidade para que os pais comecem a passar noções de educação financeira para os filhos. "Geralmente conseguimos dinheiro por meio do trabalho. Os pais podem explicar que existem diferentes tipos de trabalho e os mais complexos, que exigem uma preparação maior, de modo geral, pagam salários maiores", diz Angélica Rodrigues dos Santos. Assim, há pessoas que ganham mais e outras menos.
O fundamental é ensinar a criança a ter respeito por qualquer um, independentemente da quantidade de dinheiro que a pessoa possui. Ela tem de saber falar sobre um brinquedo novo ou de uma viagem com naturalidade, sem esnobismo. "Mais uma vez, vale o comportamento dos pais. Se eles forem arrogantes, as crianças também o serão."
Outro questionamento que pode surgir é o contrário: por que meu amigo pode ir para a Disney todos os anos e eu não? É um bom momento para falar sobre o orçamento da família de modo participativo. Pode ser algo como "nosso orçamento está apertado neste ano e não dá para fazer viagens. Mas podemos planejar nossos gastos para os próximos anos. Vamos fazer isso juntos?".

Morador de rua

Cuidado para não cair em estereótipos do tipo: ele não tem trabalho, por isso não tem onde morar. A situação dessas pessoas costuma ser muito mais complexa, envolvendo drogas e doença, e é essa a ideia geral que deve ser passada.

Etnia

Para explicar por que a cor da pele muda ou por que os olhos têm formato diferente é só chamar a atenção para a abundância da vida na natureza. Imagina se todo mundo fosse igual, com o mesmo cabelo, a mesma pele, os mesmos olhos. Como o mundo seria monótono, não? "Leia muito e assista a filmes que enriqueçam a bagagem cultural da criança", diz Ana Paula Cuocollo Macchia.

Time

Da mesma forma que alguns gostam de vermelho, outros de roxo e outros de amarelo, há quem torça para São Paulo, Corinthians, Fluminense ou Atlético Mineiro. É uma questão de gosto. "Mostre que, apesar da diferença de time, existe muito em comum, como a paixão pelo futebol", diz Daniela Tsubota. "Ou ainda explique que, se todos gostassem do mesmo time, não haveria campeonatos por falta de adversários."
 
Fonte:
 
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Como descobrir se um brinquedo é para meninos ou meninas?

11º Concurso de Novos Talentos Transformistas e Drag Queens do Padre Anchieta - Musicais da Broadway

ENCONTRO DE OGÃNS


Riqueza e identidade cultural do Candomblé
O projeto Encontro de Ogãns visa à articulação entre os Terreiros de Candomblé do Estado do Rio de Janeiro, difundindo e valorizando a cultura musical do candomblé tradicional e sua forte influência nas futuras gerações, discutindo planos para a salvaguarda, divulgação e articulação dessas práticas através das novas mídias, adaptações, evoluções etc.

Trocar experiências culturais no âmbito dos repertórios mágico-rituais preservados pelos ogãns em seus terreiros;
Compartilhar vivências de expansão do axé através dos ritos adotados em cada terreiro;
Promover influências mútuas entre os terreiros como forma de fortalecer o sistema de crenças e práticas candomblecistas (ênfase em percussão dos atabaques e cantos).

CNJ aprova resolução que obriga cartório a celebrar casamento gay em todo o país

por Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
14/05/2013


14.mai.2013 - O ministro Joaquim Barbosa participa de reunião do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que aprovou nesta terça-feira (14) uma resolução que determina que cartórios civis sejam obrigados a celebrar casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A decisão acontece dois anos após a união estável homoafetiva ter sido aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) Glaucio Dettmar/Agência CNJ
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou nesta terça-feira (14) uma resolução que determina que cartórios civis sejam obrigados a celebrar casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Diz o artigo 1º da resolução: "É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo".  O texto da medida diz que os cartórios também não podem se recusar a aconverter união estável homoafetiva em casamento civil. A medida vale para todos os cartórios do país.
A decisão acontece dois anos após esse tipo de união ter sido aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Em caso de recusa do cartório, a medida prevê que o caso seja levado imediatamente para análise do juiz corregedor do respectivo Tribunal de Justiça. A medida passará a valer a partir da sua publicação no Diário de Justiça, ainda sem data para acontecer, mas que pode ser nos próximos dias. A decisão, no entanto, poderá ser questionada no Supremo.
"O conselho está aqui removendo obstáculos administrativos de uma decisão do Supremo que é vinculante [válida para as demais esferas do Judiciário]", afirmou o presidente do STF e do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, autor da resolução.
O magistrado argumentou que a medida é necessária para garantir o cumprimento do princípio de igualdade entre os sexos. "Essa questão em torno da igualdade foi o cerne da decisão do Supremo", disse. Segundo ele, cartórios em alguns Estados têm se recusado a fazer a conversão.

A aprovação da resolução do CNJ foi aprovada por maioria (14 votos a 1). A conselheira Maria Cristina Peduzzi foi a única que votou contra alegando que caberia ao Legislativo regular a medida. Para Barbosa, seria um "contrassenso" que um projeto de lei regulasse uma decisão já tomada pelo STF.
O subprocurador-geral da República Francisco Sanseverino, embora não vote, também se posicionou contrário à proposta justificando que a decisão do STF era favorável à união estável e não ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O conselheiro Gilberto Martins observou também que, apesar de o Supremo ter aprovado por unanimidade a celebração de união homoafetiva no STF, três ministros (Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso e Gilmar Mendes) se posicionaram contrários à aprovação do casamento civil, dizendo que as ações sob análise diziam respeito à união estável.

Diretora transexual de colégio público diz ter de "matar um leão por segundo

Por ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Não há estatística oficial, mas a professora Laysa Machado, 41, gosta de dizer que é uma das únicas, senão a única, diretora transexual eleita democraticamente no ensino público no país.
Há três anos, ela é diretora-adjunta de um colégio estadual de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba) --cargo para o qual foi reeleita em 2011, mesmo diante da "resistência de uma minoria", segundo ela. 

"Você tem que matar um leão por segundo. Se o hetero precisa ser o melhor, a diversidade tem que ser bilhões de vezes melhor", diz Laysa. 

Até chegar à direção, a paranaense, que nasceu com o gênero masculino mas diz sempre ter se sentido mulher, afirma ter convivido com a discriminação.

Arquivo Pessoal
A transexual Laysa Machado, que dirige colégio desde 2009
A transexual Laysa Machado, que dirige colégio desde 2009    

Formada em história e letras e professora concursada da rede estadual de ensino, Laysa relutou antes de assumir sua identidade. "Eu sublimava toda a minha angústia com os estudos", conta.
Na cidade natal, no interior do Paraná, enfrentou rejeição da família e foi demitida do colégio católico em que lecionava sob acusação de "subversão" depois de sair em público com seu primeiro vestido, aos 27 anos. 

"Eu fui execrada. Perdi tudo: amigos, emprego." Laysa mudou-se para Curitiba, iniciou o tratamento hormonal e, quatro anos depois, fez a cirurgia de readequação genital. Para pagá-la, vendeu tudo o que tinha. 

Hoje, Laysa é mulher inclusive no papel --conseguiu a retificação de seus documentos em 2007, na Justiça.
No Colégio Estadual Chico Mendes, onde está desde 2004, ela diz que enfrentou preconceito especialmente dos colegas de trabalho. "Eram risinhos, chacotas. O pensamento de algumas pessoas era assim: como que pode travesti dando aula? Travesti tem que estar na prostituição, e não aqui." 

A discriminação, segundo ela, foi vencida aos poucos, às custas de trabalho. "Ela sofreu, mas sempre mostrou que, em primeiro lugar, era uma educadora", conta a colega Gisele Dalagnol, que elogia a pontualidade e o comprometimento de Laysa. 

"Para o meu filho, ela é a melhor professora. É dinâmica, tem um jeito diferente de dar aulas", afirma a mãe Roseli de Moraes, cujo filho de dez anos é aluno de Laysa. 

Hoje, Laysa é casada, dá aulas de teatro, já ganhou prêmios como atriz amadora e sonha em trabalhar em novela. "Quero que alguém tenha coragem de me chamar." 
Fonte: